Privatização da Rodoviária é um ataque de Ibaneis Rocha à população do DF
Mais um capítulo na série de decisões desastrosas desse governo, que ignora as necessidades da população e coloca à venda um patrimônio público estratégico.
Por Redação
Em mais um movimento que prioriza o lucro de empresas privadas em detrimento do bem-estar da população, o Governo do Distrito Federal, liderado por Ibaneis Rocha, definiu o consórcio que vai assumir a gestão da Rodoviária do Plano Piloto pelos próximos 20 anos. A decisão, anunciada pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) nesta quarta-feira (18/9), entrega nas mãos do Consórcio Urbanístico Plano Piloto, composto pelas empresas Construtora Artes S/A, Central Engenharia e Construtora Ltda, e Belavia Comércio e Construções Ltda, o controle de um dos espaços mais importantes para a mobilidade do Distrito Federal, afetando diretamente a vida de cerca de 650 mil pessoas que utilizam o terminal diariamente.
Trata-se de uma política clara e concreta do governador Ibaneis Rocha e de sua administração, que insiste em avançar com projetos que prejudicam a população do DF em benefício de interesses privados. Mais um capítulo na série de decisões desastrosas desse governo, que ignora as necessidades da população e coloca à venda um patrimônio público estratégico. Com um contrato estimado em R$ 119,7 milhões, Ibaneis e sua equipe entregam o terminal à exploração de empresas que só têm um objetivo: maximizar seus lucros, independentemente das consequências para o brasiliense.
Os efeitos dessa privatização serão devastadores para os passageiros e a população de forma geral. O Consórcio vencedor afirmou que vai realizar um investimento de R$ 58 milhões em melhorias de infraestrutura. No entanto, o custo disso será arcado pela população. A cobrança nos estacionamentos, que até então era gratuita, agora será de R$ 5 por hora, podendo chegar a absurdos R$ 25 por dia. Para aqueles que utilizam a rodoviária diariamente, esse custo adicional será um golpe na carteira, especialmente para os trabalhadores e as famílias de baixa renda, que já enfrentam dificuldades com o custo de vida na capital federal.
Além disso, a tarifa de acostagem – taxa que as empresas de transporte terão de pagar a cada partida de ônibus – abrirá caminho para aumentos indiretos no preço das passagens. Na prática, quem acabará pagando a conta serão os próprios usuários, enquanto o consórcio privado lucra com a exploração de um serviço que deveria ser público e acessível.
A privatização também traz incertezas para os trabalhadores da rodoviária e os motoristas de ônibus. Pequenos comerciantes, lojistas e ambulantes que hoje atuam no terminal serão pressionados por novos contratos de aluguel, pela reorganização dos espaços e pela pressão de uma gestão que visa apenas o lucro. Para muitos, isso significará o fim de suas atividades ou a necessidade de migrarem para outras áreas, destruindo economias familiares e deixando um rastro de desemprego e precarização. Estima-se que mais de 200 trabalhadores informais atuam na área e poderão sofrer com as mudanças drásticas no novo modelo de gestão.
Motoristas de ônibus, por sua vez, serão submetidos a um regime ainda mais rigoroso de fiscalização e a cobranças adicionais impostas pela nova administração. O governo Ibaneis não menciona como essa privatização afeta esses trabalhadores, mas é evidente que o controle privado trará mais pressão, menos direitos e condições de trabalho cada vez mais insustentáveis.
Apesar da aprovação do projeto de privatização na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) em dezembro de 2023, houve resistência por parte de deputados que fizeram o mínimo ao compreenderem os riscos dessa decisão. Parlamentares como Fábio Felix (PSOL), Chico Vigilante (PT), Max Maciel (PSOL), Dayse Amarilio (PSB), Gabriel Magno (PT), Paula Belmonte (Cidadania) e Ricardo Vale (PT) votaram contra essa medida e alguns poucos desses continuam denunciando os prejuízos que essa privatização trará à população.
O que está em jogo não é apenas a modernização de um espaço público, mas a transferência de um serviço essencial para o controle de empresas privadas. A gestão de Ibaneis Rocha, desde o início, tem se mostrado inclinada a privatizar e terceirizar serviços que deveriam ser garantidos pelo Estado. A concessão da rodoviária é apenas um exemplo de como o atual governo não mede esforços para beneficiar o setor privado, enquanto a população paga o preço.
O governo de Ibaneis insiste em empurrar para o setor privado o que deveria ser responsabilidade do Estado, agindo como se a rodoviária fosse uma mera mercadoria a ser leiloada, e não um espaço de direito e de acesso ao transporte para a população. A transferência de serviços públicos para a iniciativa privada prejudica a maioria da população. Seja no transporte, na saúde, ou em outros setores essenciais, as privatizações resultam em aumento de preços, piora na qualidade dos serviços e exclusão dos mais pobres.
É preciso defender a anulação de concessões e parcerias que transferem recursos públicos para a exploração privada. É necessário barrar essa entrega de recursos estratégicos e reverter as privatizações que foram feitas, garantindo que o transporte e outros serviços fundamentais permaneçam sob controle 100% público. A privatização da Rodoviária do Plano Piloto é um ataque direto aos direitos da população do Distrito Federal, promovido pelo governo Ibaneis Rocha. Essa medida precisa ser amplamente combatida e revista, antes que os prejuízos se tornem irreversíveis.