'Por uma atuação mais contundente dos comunistas em Petrópolis-RJ' (Guima)
São inúmeros problemas locais que não são debatidos no seio do partido na cidade. Por isso precisamos de um olhar mais atento também por parte das direções, já que nossa atuação tem se limitado a poucas panfletagens.
Por Guima para Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
Me apego ao manifesto da Reconstrução Revolucionária do PCB quando ele diz que devemos fortalecer nossas raízes na classe trabalhadora, pois mais do que representantes dela, somos parte dela. Acredito que para isso, uma das medidas a se adotar é a de cuidarmos das necessidades da nossa classe.
Pouco esforço é necessário para observar que nossos jovens carecem de acesso à educação, saúde, cultura, dentre outras coisas que são necessárias para uma vida digna. Atuar nessas áreas se faz necessário para nos enraizarmos cada vez mais na classe trabalhadora.
Na educação, por exemplo, poderíamos ser bem mais atuantes desenvolvendo cursos preparatórios, pré-vestibulares, ou até mesmo reforço escolar.
Sei que temos poucos recursos e somos muito boicotados, mas é muito importante colocarmos nossos esforços também para esse tipo de trabalho, pois cria um vínculo profundo do partido com a classe, ajudando a se armar para enfrentar o capitalismo e suas manifestações (neoliberalismo, fascismo, etc.), além de afirmar nosso compromisso prático com o combate aos problemas enfrentados pela classe trabalhadora (principalmente na sua parcela mais pobre) e com a vanguarda na luta de classes. Acredito que trabalhos desse tipo nos fortalecerão cada vez mais, gerando o verdadeiro sentimento de camaradagem entre o partido e a nossa classe.
Digo isso, pois em Petrópolis, onde moro atualmente, não vejo uma atuação forte do partido nesse sentido. Vejo o partido com pouquíssima expressividade.
Importante ressaltar também que precisamos de células, e que elas sejam ativas, fazendo reuniões recorrentes que debatam as estratégias para atender às demandas locais (dentro das nossas resoluções, sempre) e estreitando laços entre os militantes. Coisa que raramente acontece por aqui. Nunca, desde que me juntei a militância do PCB, tive um espaço onde pudesse opinar dentro do partido sobre sua atuação na cidade, justamente para fazer as observações que estão nesse texto. O único espaço a que tive acesso foram os grupos de WhatsApp, um do CP Região Serrana, e outro para Amigos e Coletivos do PCB. Em ambos, apenas os administradores podem enviar mensagens; o primeiro desde que entrei, já o segundo foi restringido após as polêmicas se tornarem públicas e começar a se esboçar um debate sobre as atitudes do CC serem ou não justas.
Petrópolis recebeu o status de metrópole recentemente, a cidade está crescendo e com isso as demandas crescem também, assim como se evidencia cada vez mais a luta de classes. Trabalhadores sofrem, por exemplo, com o péssimo serviço de transporte público, frotas reduzidas, ônibus que quebram e se atrasam frequentemente, fazendo com que as pessoas cheguem mais tarde em casa e tenham menos tempo de descanso, de lazer, de tempo de qualidade com suas famílias e até mesmo para se prepararem para o dia de trabalho seguinte. Outro exemplo são empresas que pagam salários baixos e adotam políticas abusivas através do banco de horas. São inúmeros problemas locais que não são debatidos no seio do partido na cidade. Por isso precisamos de um olhar mais atento também por parte das direções, já que nossa atuação tem se limitado a poucas panfletagens quando os trabalhadores recebem os duros golpes do neoliberalismo, mesmo que tenhamos camaradas dispostos, não somos bem aproveitados para atuar de forma mais contundente a favor dos trabalhadores de Petrópolis.