Partidos Comunistas de todo o mundo se encontram na Turquia
O encontro contou com a participação de 123 delegados (18 dos quais são secretario-geral) de 68 partidos e organizações de 54 países e foi iniciado com um minuto de silêncio em respeito aos palestinos que perderam suas vidas nos ataques de Israel.
Por Partido Comunista da Turquia (TKP)
O encontro contou com a participação de 123 delegados (18 dos quais são secretario-geral) de 68 partidos e organizações de 54 países e foi iniciado com um minuto de silêncio em respeito aos palestinos que perderam suas vidas nos ataques de Israel. Em seguida, foi realizado o discurso de abertura de Kemal Okuyan, secretário-geral do TKP. Okuyan começou seu discurso com a mensagem de apoio de seu partido à legítima luta de resistência do povo palestino contra o massacre perpetrado por Israel. Ressaltando a mensagem de gratidão enviada pela embaixada israelense ao povo turco após o início da ofensiva da resistência palestina no dia 7/10, Okuyan apontou o aumento radical de apoiadores de Israel na Turquia.
“Eles estão roubando a raiva dos pobres de nós”
Okuyan afirmou que o destaque dado pela mídia manipuladora ao Hamas no dia 7/10 gerou dois problemas: o primeiro diz respeito aos canais de comunicação que os comunistas dispõem para falar com a sociedade e com o proletariado, o outro é o fenômeno do islã político. Okuyan afirmou que o islã político é “uma realidade importante no mundo moderno, que é fundamentalmente um fenômeno de classe e um problema que não pode ser resolvido por romanticismo ou por sentimentos de terror.”
“Perspectiva da revolução socialista ao invés de escolher entre atores do sistema capitalista”
Kemal Okuyan afirmou que somente por meio de uma perspectiva e estratégia revolucionária socialista podem os comunistas se libertarem da sombra do parlamentarismo burguês, do nacionalismo, do islã político, do financiamento da União Europeia ou da pequena-burguesia. Desse modo “a humanidade não terá que escolher entre Biden x Trump, Hamas x Sionismo, Zelensky x Putin, o regime dos Mulá (teólogo e clérigo muçulmano) x os EUA, Erdogan x a oposição pró-Soros.”
A estratégia revolucionária para o controle dos canais de informação contra a manipulação das percepções do povo pelas forças capitalistas
De acordo com o secretário-geral do TKP, seria injusto explicar o declínio em respostas internacionais contra as décadas de atrocidades israelenses na Palestina exclusivamente a partir do caráter político e ideológico reacionário do Hamas, caráter esse conhecido dos que são daquela parte do mundo. Okuyan afirmou que os comunistas devem refletir mais sobre os canais de informações, nos quais velocidade e impacto são cada vez mais importantes; além disso, os comunistas devem reconhecer que uma das razões da dificuldade de se construir uma estratégia revolucionária atualmente é a enorme superioridade do capitalismo na arena internacional no que tange o controle das percepções das pessoas sobre os ocorridos. Ele conclui: “nesse tópico, o TKP tem preparações sobre um quantidade de plataformas e as compartilhará com os partidos que se interessarem no tema, e com aqueles com quem compartilhamos uma perspectiva comum.”
Terremoto, eleições gerais e o TKP
Okuyan explicou o grande impacto gerado pelo trabalho do solidariedade do TKP durante o terremoto que, por outro lado, não se converteu em votos, devido a procura das pessoas por uma solução mais imediata dos problemas na eleição geral, que ocorreram logo após os terremotos de 6 de fevereiro. Apesar disso, apontou Okuyan, o TKP continuou seu trabalho, sem críticas e com paciência, alinhados com sua própria estratégia; “continuamos a nos organizar em bairros proletários dominados pela ideologia conservadora, e abrimos sedes distritais e escritórios do partido”.
Finalizando, Okuyan afirmou que, na época em que os esforços para declarar a república se intensificaram, há 100 anos sem legitimidade, o TKP estava se esforçando para mover a acumulação republicana do país rumo ao socialismo, num eixo completamente anti-capitalista.
Chefe de Relações Internacionais do Partido Comunista de Cuba: “Longa vida ao Povo Livre Palestino”
Em seguida a Kemal Okuyan, falou Emilio Lozada Garcia, Chefe do Escritório de Relações Internacionais do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e membro da Assembleia Nacional do Poder Popular. Ele afirmou que seu partido propõe uma solução exaustiva do problema palestino e que advoga pelo estabelecimento de um Estado Palestino independente de acordo com as fronteiras de 1967. Garcia lembrou que o bloqueio comercial e financeiro a Cuba continua a piorar. Afirmou que eles lutam contra o bloqueio com grande poder ideológico e unidade, e que aprenderam com a liderança do Comandante em Chefe Fidel Castro Ruz que a unidade era sua maior arma.
A reunião continuará com as contribuições dos partidos participantes
Esmirna foi determinada como o local do encontro de 2023 no encontro do ano passado, em Havana, organizado pelo Partido Comunista de Cuba, com a participação de Miguel Díaz Canel.
O encontro foi organizado pelo TKP em 2015 e em 2019 (em parceria com o Partido Comunista da Grécia - KKE).
O título do 23º EIPCO, determinado por um grupo de trabalho em julho de 2023, em reunião em Istambul, é: “Lutas políticas e ideológicas contra o capitalismo e o imperialismo. O dever dos comunistas de informar e mobilizar a classe trabalhadora, a juventude, mulheres e intelectuais. Contra a exploração, opressão, imperialismo e revisionismo histórico; pelos direitos sociais e democráticos dos trabalhadores e dos povos; luta pela paz e pelo socialismo, contra o militarismo e a guerra.” E assim foi declarado. O primeiro dia de programação continuará com as contribuições e avaliações de outros partidos participantes.