Londrina: Em defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB
Este é o caminho da verdadeira defesa do PCB e é por isso que convidamos a todes que enxergam os problemas e as contradições no nosso Partido, que vieram à tona nesta crise, que se juntem a nós e assinem o Manifesto em Defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB.
Em reunião conjunta, realizada no dia 9 de setembro de 2023, o Complexo Partidário do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em Londrina (PR) - que engloba os núcleos de base da União da Juventude Comunista (UJC) e do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro (CFCAM), o comitê de base da Unidade Classista (UC) e a célula do PCB, em Londrina - deliberou por ampla maioria, com apenas uma abstenção, a adesão ao Manifesto em Defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB.
Promovemos na cidade um longo e intenso processo de debates internos com a militância de todo o complexo partidário para chegarmos enfim nesta decisão. Desde as primeiras reuniões, nos posicionamos unanimemente contrários à condução desastrosa do Comitê Central (CC) da crise partidária, e ao desrespeito destas direções às nossas Resoluções Congressuais. Nossos encaminhamentos desde o princípio foram pela convocação de um congresso extraordinário para resolução da crise, assim como pelo fim das perseguições políticas e expurgos, e pela reintegração de todes ês camaradas expulses arbitrariamente do Partido desde o início da crise.
Inicialmente, todas as nossas críticas e posicionamentos foram encaminhadas pelas instâncias internas, mas não tivemos resposta alguma. Após semanas de espera, decidimos por publicizar nosso posicionamento, na esperança de provocar uma resposta ou ao menos o reconhecimento do CC às nossas demandas, mas novamente não tivemos nenhum retorno.
No dia 2 de setembro de 2023, foi realizado um ativo estadual com participação de todo o complexo partidário do Paraná para debater a crise partidária. Neste evento, tivemos a oportunidade de ouvir pela primeira vez nosses dirigentes nacionais falando diretamente conosco acerca da crise e de nossos posicionamentos. A postura de todes ês membros do CC presentes no ativo foi: de reforçar narrativas mentirosas acerca da crise, negando tudo o que já foi exposto publicamente acerca dos processos disciplinares irregulares, das expulsões sumárias, do acordo sobre a nominata do CC no XVI Congresso, entre outros fatos já notórios, sem trazer qualquer elemento de prova de suas versões; e de comunicar explicitamente que não há qualquer chance de ser realizado um congresso para resolução da crise e de serem reintegrados ês camaradas expurgados do Partido.
Frente a isso, em nossa última reunião, houve amplo acordo de que os meios internos para resolução da crise estão esgotados, não havendo qualquer chance de disputarmos o Partido por dentro de sua viciada estrutura atual. É por isso que decidimos por aderir ao Manifesto em Defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB.
Ademais, reconhecemos na leitura do manifesto uma análise acertada acerca de todo esse processo de crise, que vai muito além das questões organizativas do Partido e dos vícios e desvios de nossas direções. Tivemos amplo acordo acerca das avaliações feitas sobre as questões políticas de fundo que estão intrinsecamente ligadas aos problemas organizacionais do PCB, tanto sobre a análise da conjuntura internacional e sua influência no Movimento Comunista Internacional (MCI), quanto sobre a conjuntura nacional e sua influência nas táticas do Partido no último período.
Estamos cientes das consequências que decorrem de nossa decisão. Inclusive, enquanto redigimos esta nota, fomos informados da expulsão do PCB formal de todes ês militantes que assinarem a mesma e aderirem ao Manifesto em Defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB. Sabemos também que alguns de nossos militantes pretendem se desligar do Partido inteiramente, pois não têm mais energia e saúde para a luta que se impõe. Sabemos ainda que vários militantes valorosos estado e país afora seguirão, por enquanto, na disputa interna e, portanto, não cerrarão as mesmas fileiras que nós, ao menos formalmente. A todes estes manifestamos nosso carinho e respeito, apesar de discordamos de suas decisões. O preço a pagar pelo caminho que tomamos é alto, isto é certo, mas temos a certeza de que apenas este rumo tem como horizonte o fortalecimento do verdadeiro PCB, aquele com um legado histórico de 101 anos de erros e acertos e que se reconstrói cotidianamente através da crítica e da autocrítica, aquele que todes vimos construindo há tanto tempo, com muito suor, lágrimas e sangue, aquele que objetiva ser um instrumento digno da classe trabalhadora brasileira na luta por sua emancipação e pela revolução socialista, e não a legenda esvaziada ao qual o CC se agarra desesperadamente.
Muites camaradas do Paraná ainda nutrem esperanças pela chamada via interna, pois, devido ao federalismo do Partido, já há muito denunciado, o Comitê Regional (CR) do estado goza de certa liberdade, a contragosto do CC, para não tomar parte do expurgo que ocorre no resto do país e para promover o debate e a democracia interna, desde que esse se mantenha inócuo e não leve a encaminhamentos concretos. Conclamamos a todes esses que revejam suas posições, se compadeçam pelo que ocorre com nosso partido por todo o país e não se limitem ao modo que as questões se desenrolam em nosso estado em suas decisões.
A unidade ideológica e de ação, tão cara a um partido comunista, já foi destruída pelas nossas direções nacionais. A única forma de reforjarmos esta unidade é através de um congresso extraordinário. Este é o caminho da verdadeira defesa do PCB e é por isso que convidamos a todes que enxergam os problemas e as contradições no nosso Partido, que vieram à tona nesta crise, que se juntem a nós e assinem o Manifesto em Defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB. É somente através desse movimento que conseguiremos realizar o XVII Congresso (Extraordinário) do PCB, com a mais ampla democracia e com participação ativa de toda a militância do complexo partidário. É somente lá que conseguiremos superar nossas contradições e nossos desvios, inclusive aqueles que tendem a perdurar nas direções provisórias deste movimento.
Por todo o exposto, o Complexo Partidário de Londrina declara sua adesão ao Manifesto em Defesa da Reconstrução Revolucionária do PCB e se soma na construção do XVII Congresso Extraordinário do Partido Comunista Brasileiro.
Fomos, Somos e Seremos Comunistas!
Assinam:
- Amanda B. (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Ana Letícia Alves Morais (Militante do Partido Comunista Brasileiro e do Coletivo Feminista Ana Montenegro)
- Alyn Batarce (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Bruno M. (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- C. A. (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Daniel G. (Militante do Partido Comunista Brasileiro e da Unidade Classista em Londrina/PR)
- Eduardo S. (Militante da Unidade Classista em Londrina/PR)
- Felipe José (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Felipe Y. (Militante do Partido Comunista Brasileiro e da Unidade Classista em Londrina/PR)
- Gabriela Longhi (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Isadora R. (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Janaína Camila (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Jennyfer N. (Militante da Unidade Classista em Londrina/PR)
- Jeres M. Alves (Militante da Unidade Classista em Londrina/PR)
- João L. (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- João Oliveira (Militante do Partido Comunista Brasileiro e da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Leticia F. (Militante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro em Londrina/PR)
- Leonardo B. (Militante da Unidade Classista em Londrina/PR)
- Lucas Barros (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Lucas Leuzzi (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Luís G. (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Maicon Eduardo Pimentel (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Pedro Pessotti (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Rafaela Pagliarini Costa Rosa (Militante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro em Londrina/PR)
- Ranildo F. (Militante do Partido Comunista Brasileiro e da Unidade Classista em Londrina/PR)
- Samuel Henrique Salla (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Tiago Daniel (Militante da União da Juventude Comunista em Londrina/PR)
- Vinicius Bardella (Militante da Unidade Classista em Londrina/PR)
- Yohann Eiji Mori Saracho (Militante do Partido Comunista Brasileiro em Londrina/PR)