'O Revolushow enquanto amplificador de nossos trabalhos' (P.A)
O complexo de comunicação do partido tem o potencial de ser uma das mais poderosas ferramentas de agitação e propaganda da história do movimento comunista brasileiro [..]. Sejamos ousados em ampliar e aprofundar os trabalhos que já existem nesse sentido e em criar novas iniciativas.
Por P.A.* para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.
*UJC-SP
Camaradas, o Revolushow é uma de nossas iniciativas mais potentes e modernas. Tem grande alcance para além da militância e já conta com camaradas experientes na tarefa. Escrevo essa pequena tribuna com meras sugestões ao camaradas que a lerem, algumas ideias para incrementar o podcast e ampliar nossa agitação e propaganda.
Linhas gerais
Primeiro, acho importante abordar o seguinte ponto levantado no Manifesto em Defesa da RR do PCB:
“Por fim, seria importante destacar a incapacidade deliberada da direção central em coordenar em um complexo de comunicação unificado e coeso as inúmeras iniciativas militantes de agitação e propaganda nas redes sociais. Ao mesmo tempo em que tenta restringir burocraticamente essas iniciativas, a direção hesita em fazê-las convergir em um aparato verdadeiramente centralizado porque teme as consequências práticas e ideológicas disso.”
A ideia de um complexo de comunicação unificado e coeso é um dos pontos mais importantes do manifesto, que deve ser pensado levando em conta a centralização dos canais de YouTube dos camaradas Jones e Gaiofato, as editoras Lavrapalavra (assim como seu site) e a Ruptura, o site emdefesadocomunismo e o Revolushow (se não me esqueci de nada). Essa centralização permitirá a organização da difusão de nossa linha política, a ser tirada no XVII Congresso (Extraordinário), de modo que se configurará um salto em nossa capacidade de agitação e propaganda entre a classe trabalhadora e entre nossos militantes.
A centralização de todas essas iniciativas e a criação de outras, como o essencial jornal impresso e online de nosso partido, permitirá uma maior profissionalização de todos esses trabalhos, além de sua nacionalização, de modo que um número bem maior de militantes poderá tocar essas tarefas, não mais como uma coisa extra, por fora das tarefas da organização, mas sim como tarefas de fato, parte de nossa divisão de tarefas leninista. Ou seja, com algumas liberações pontuais e com camaradas destacados para tarefas nesse complexo de comunicação, teremos muito mais mãos mais bem organizadas para amplificar o alcance e aprofundar a qualidade de todos esses trabalhos e, portanto, de nossa linha política.
As possibilidades temáticas para o Revolushow
Vislumbro dois eixos temáticos, que podem ser divididos em quadros, cujos episódios poderiam sair com uma periodicidade constante e intensa, visto que teremos (possivelmente) um salto organizativo no revolushow com o complexo de comunicação unificado. Por exemplo, podemos ter 3, 4 ou 5 episódios semanais, todos com apresentadores, convidados e editores diferentes, todos tratando de diferentes temas.
Primeiro, acho que o podcast tem um potencial muito grande em ajudar a centralizar nacionalmente nossa política de formação teórica e histórica. Resgatando as ideias mais antigas do Revolushow de fazer uma série de episódios comentando as obras principais de Marx, Engels e Lenin, com a maior profissionalização do trabalho que teremos, podemos focar em fazer episódios de todos os principais livros e textos dos principais autores em um tempo relativamente curto, com episódios longos que servirão de referência formativa a camaradas por muitos anos. O mesmo pode ser feito com temas históricos sobre o Brasil, América Latina e socialismo, ou qualquer outro tema.
Outro ponto, e ainda mais importante, é que o Revolushow tem a possibilidade ser a versão podcast de nosso jornal impresso, cumprindo alguns dos objetivos de um jornal impresso: difusão de nossa linha para a classe trabalhadora e para o conjunto da militância, difusão dos trabalhos tocados a nível nacional e ser um panfleto periódico da organização. Ou seja, com episódios semanais sobre conjuntura (uma periodicidade muito mais difícil para um jornal físico, mas que devemos alcançar), podemos, semanalmente, ter um veículo de comunicação que entrega nossa linha política geral e específica (para cada tema da conjuntura) e informes sobre alguns de nossos trabalhos para dezenas de milhares de pessoas, gratuitamente. Esse será um complemento poderoso ao nosso jornal físico, o qual, repito, é essencial e não tem como ser substituído (mas pode ser complementado) por meios digitais diversos.
Podemos, por exemplo, chamar dois ou três camaradas que estão em uma ocupação para falar do trabalho em um episódio de um quadro de entrevistas, de modo a dar visibilidade (e, portanto, certa proteção política), legitimidade, importância e possibilidade de financiamento externo à tarefa. Ou chamar camaradas que tocam um DCE, ou algum sindicato ou qualquer trabalho. Coisas assim são muito importantes para impulsionar nossos trabalhos de várias maneiras.
O complexo de comunicação do partido tem o potencial de ser uma das mais poderosas ferramentas de agitação e propaganda da história do movimento comunista brasileiro, quiçá da história da esquerda brasileira. Sejamos ousados em ampliar e aprofundar os trabalhos que já existem nesse sentido e em criar novas iniciativas.
Conclusão
Evidentemente, essas sugestões não excluem outras iniciativas dentro do podcast, outros tipos de quadros etc. A única coisa é que, no meu ver, esses episódios semanais de conjuntura, mais ligados a esse papel de jornal que expus, teriam um papel mais central em toda a estrutura do podcast, mas fora isso, as possibilidades são várias e esse debate promete muitos frutos.
Como diz um camarada de meu núcleo
Há braços!