'O que é análise de conjuntura e alguns exemplos da crise no PCB' (Carlos Chaves)

Nós fazemos análises, sistematizadas ou não, conscientes ou não, permitidas ou não… Ao sair de uma tarefa, ao buscar um novo emprego, ao propor uma chapa para eleições de qualquer ambiente, ao fundar um núcleo ou célula, ao nos relacionarmos, as análises do tempo presente permeiam nossas ações.

'O que é análise de conjuntura e alguns exemplos da crise no PCB' (Carlos Chaves)
"Na crise do PCB, nem preciso mencionar que não é tão simples fazer a relação de forças, faltam informações para avaliar esse dado, ainda assim, é possível notar que ela foi mudando com o tempo."

Por Carlos Chaves para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Essa tribuna foi escrita utilizando o livro “Como se faz análise de Conjuntura”¹, de Betinho (Herbert José de Souza), quase como um guia a favor da melhores práticas militantes em nossas fileiras, pois, apesar da luta em prol do Socialismo ter demonstrado toda sua potência em diversos momentos históricos, ao redor do mundo e também entre nós, ainda sofremos com muita artesanalidade e conhecimentos que se perderam por falta de sistematizações um pouco mais objetivas… Não basta fazer, é necessário saber como fazer e porquê se faz.

O que é Análise de Conjuntura?

A análise da conjuntura é uma mistura de conhecimento e descoberta, é uma leitura especial da realidade e que se faz sempre em função de alguma necessidade ou interesse. Nesse sentido não há análise de conjuntura neutra, desinteressada: ela pode ser objetiva mas estará sempre relacionada a uma determinada visão do sentido e do rumo dos acontecimentos.

A análise de conjuntura é não somente parte da arte da política como é em si mesma um ato político. Faz análise de conjuntura quem faz política, mesmo sem saber.

Mas a análise da conjuntura é uma tarefa complexa, difícil e que exige não somente um conhecimento detalhado de todos os elementos julgados importantes e disponíveis de uma situação determinada, como exige também um tipo de capacidade de perceber, compreender, descobrir sentidos, relações, tendências a partir dos dados e das informações. (BETINHO, 2006, p.8)

Apresento a longa citação acima para explicitar que o caráter de uma análise de conjuntura não é o mesmo que a escrita de uma nota, tribuna ou posicionamento político…Espera-se que para se chegar a algum posicionamento político, especialmente em um partido político, tenha sido feitas as análises antes e os posicionamentos sejam sínteses dessas sistematizações mais amplas, que permitem inclusive acompanhar processos que não são tão imediatos. Também é importante para explicitar que fazer análises, seja onde for, não é exclusividade de direções e qualquer movimento e partido que se alinhe a essa perspectiva está não somente errando politicamente mas tendo uma visão equivocada da realidade, no sentido social - do estabelecimento de grupos - e psicológico - do estabelecimento dos sujeitos. Nós fazemos análises, sistematizadas ou não, conscientes ou não, permitidas ou não… Ao sair de uma tarefa, ao buscar um novo emprego, ao propor uma chapa para eleições de qualquer ambiente, ao fundar um núcleo ou célula, ao nos relacionarmos, as análises do tempo presente permeiam nossas ações.

A análise de Conjuntura, é uma forma menos abstrata e mais sistematizada de compreensão do mundo do que as que fazemos espontaneamente, exatamente por isso enquanto militantes, devemos nos apropriar dessa ferramenta, afinal, quanto mais acertadas forem nossas análises maiores são nossas chances de sucesso (mesmo não havendo garantias).

ATÉ ONDE VAMOS?

Habituamos a chamar “Análise de Conjuntura” um posicionamento político das diversas organizações  sobre os acontecimentos atuais e esperados para o período à nível geral. Essa “cultura política” (para usar um termo em voga nas últimas semanas) é bastante problemática pois isola a função de executar as análises apenas a nível geral, por exemplo, a cada período de tempo mais ou menos determinado o PCB lança uma nota de “Análise de conjuntura” do Brasil e outra do Mundo, essas declarações se tornam nosso norte para analisar esses macros-locais, muitas vezes por anos e, quando há o surgimento de alguma boa vontade ou determinante interno - as análises de conjuntura costumam acompanhar os congressos mas também são lançadas eventualmente quando alguma direção deseja fazer a disputa ideológica em torno de algum projeto próprio (por exemplo, o livro “O fogo da conjuntura”, de Milton Pinheiro, Edmilson Costa e Mauro Iasi lançado pelo Instituto Caio Prado Jr. em 2021), é importante ressaltar que a realização de análise de conjuntura não está errada…O erro é elevar uma análise particular à Universal e, estando na direção do partido se sentir à vontade de realizá-la como se fosse a síntese última da organização sem sequer consultar ninguém.

Mas voltemos ao tema… Até onde vamos, quando fazemos análise de conjuntura? É uma obrigatoriedade de toda análise avaliar o Brasil como um todo? E o mundo? Defendo que não, principalmente a partir das categorias de Betinho, que vou apresentar a seguir, na verdade é uma crença limitante estabelecer uma identidade única entre conjuntura e dinâmicas gerais de um país e do mundo, quando as fronteiras do que se estabelece para análise são bastante flexíveis e, depois de bem determinadas essas fronteiras do que se quer analisar é preciso compreender como as dinâmicas nacionais e mundiais afetam os fenômenos que ocorrem no seu objeto de análise, que pode ser mais local ou geral sempre a partir das “necessidades ou interesses”.

SOBRE NECESSIDADES OU INTERESSES

Compreendo que, nos últimos períodos nossas análises de Conjuntura se deram principalmente a partir dos interesses, por exemplo, o documento “Preparar o Partido para um Novo Ciclo” é basicamente a apresentação de uma análise de conjuntura que, identificando novos potenciais de atuação dos comunistas brasileiros para o próximo período, coloca a necessidade de nos expandirmos especialmente nos termos que agora chamamos de “círculos de propaganda”.

Mas qual a diferença entre a realização de uma Análise de Conjuntura por necessidade e por interesse? Bom, a análise por necessidade é imperativa, você não tem opção de não fazê-la se quiser de fato conhecer a realidade. Avalio que parte de nossos desvios enquanto organização se dão exatamente pela falta das análises de conjuntura que GRITAM aos comunistas por um posicionamento e que nós precisamos fazer diversos malabarismos para não realizá-las, com medo de encontrarmos questões que não temos respostas prontas… Quando deve ser exatamente desse tipo de atitude que um partido Marxista-Leninista deve desviar.

Dando alguns exemplos de “análises de conjunturas pela necessidade” que nosso partido simplesmente não realizou:

  1. Pandemia: quais impactos essa dinâmica trouxe para dentro e para fora da organização? Quais agravamentos na luta de classes? Qual o impacto de +600 mil mortes?
  2. Situação do Movimento e povo Negro no Brasil: É impossível entender o Brasil, sua dinâmica de classe, suas contradições sem entender o que se passa com o povo negro, e é impossível atuar de forma consistente e não-racista em dialogar com os movimentos de organização do povo negro. Quais ações temos feito para avançar de forma concreta contra o extermínio do povo brasileiro? Majoritariamente negro?
  3. Situação das mulheres e LGBTs no Brasil: grupos historicamente marginalizados, inclusive dentro dos movimentos de esquerda, têm tomado cada vez mais protagonismo político. Qual nossa leitura sobre essa dinâmica?

ANÁLISE É ANÁLISE NÃO IMPOSIÇÃO DE VONTADE

Eu gostaria camaradas, gostaria que o Brasil fosse industrializado e que seu papel no mundo atualmente fosse outro, também gostaria que as universidades fossem setores de mobilização e luta, capazes de “lançar fagulhas” que possam incendiar a luta de classes geral enquanto utilizam de sua estrutura para fazer avançar essa luta, principalmente pela disputa ideológica… Essas são minhas vontades.

Mas minha análise PRECISA buscar compreender a realidade e não confundí-la com essas vontades…E nossas análises e direcionamentos políticos somados à falta de análises de conjuntura dos temas mais necessários nos deixam cegos apenas às nossas vontades… Os dados para isso são terríveis, pois por exemplo, permite que Sofia Manzano apresente nossa atuação no ANDES (Sindicato Nacional Dos Docentes Das Instituições De Ensino Superior) como uma atuação de vanguarda essencial que faz avançar a Revolução Brasileira. Essa análise parcial nos faz escolher como atuação prioritária na Juventude as escolas técnicas, ignorando os dados de que essa educação não se reflete em proletarização necessariamente e que mesmo se refletisse, estamos falando de apenas 8% das matrículas. É o que nos leva a comemorar com tanto entusiasmo, por exemplo, a vitória em um DCE pois isso fornece uma maior amplitude de atuação com mais pessoas e mais estrutura mas ignoramos todo o potencial propagandístico e financeiro da cultura (No Brasil, a economia da cultura e indústrias criativas contribuem com 3,11% do PIB, ficando à frente da indústria automotiva (2,50%) e um pouco atrás da indústria de construção (4,06%)²

Espero ter ficado explícito o quão burro é confundir análise com vontade, o tanto de distorção política que isso gera, mas então… o que é análise? Do que ela precisa? Uma análise, antes de mais nada, exige DADOS! Informações abundantes sobre aquilo que se espera analisar, se a escolha do tema a ser analisado pode ser subjetiva e recorrer a interesses particulares, na obtenção dos dados não podemos nunca fazer dessa forma, todas as informações disponíveis devem compor nosso corpo de dados, temos que ser capazes de olhar para eles de forma crítica mas não podemos nos fazer de desentendidos…Não podemos ignorar os dados quando eles discordam de nosso fundamento político para a análise. Por exemplo, a ideia de que “O Socialismo Cresce”, por que nossa organização cresceu, é olhar apenas para seu umbigo, é ignorar os dados sobre o crescimento dos liberais, do discurso neopentecostal, dos militares, de grupos fascistas e se contentar com o fato de que olhando apenas para dentro houve crescimento. Todos queremos que o socialismo cresça mas achar que é essa a realidade do Brasil é um erro de análise absurda. Erro similar comete o PCB ao expulsar inúmeros camaradas e romper laços com grande parte de sua juventude, a UJC, a partir de uma ideia de que esses diversos camaradas podem ser facilmente substituídos assim que o partido desejar, que são mal formados, etc.

ALGUMAS CATEGORIAS PARA ANÁLISE DE CONJUNTURA

Pois bem, como fazer uma análise de Conjuntura então? Betinho apresenta algumas categorias, obviamente é possível acrescentar outras se a conjuntura analisada exigir, as categorias são:

  1. acontecimentos
  2. cenários
  3. atores
  4. relação de forças
  5. articulação (relação) entre “estrutura” e “conjuntura”

O autor destaca a utilidade dessas categorias para chegarmos a uma “representação da vida”, tal qual numa peça de teatro, o método foi usado por Marx na escrita do 18 Brumário. No livro o autor explica um pouco melhor cada uma das categorias, vou fazer isso conforme minha capacidade.cenários

Os cenários são caracterizados como espaços onde “se desenvolvem as ações da trama social”, por exemplo, um cenário de guerra é onde ocorre a guerra e pode ir mudando conforme o conflito se desenrola.

Buscando usar o exemplo da crise do PCB para delimitar cenários temos:

cenário 1: Comitê Central, informações sendo totalmente internas com grupos em disputa mas buscando disfarçar as contradições em nome da unidade.

cenário 2: Comitê Central + espaços de críticas internas e externas, com a exposição do camarada Ivan Pinheiro sobre os descumprimentos às Resoluções por parte de Eduardo Serra com a participação na PMAI (Plataforma Mundial Anti Imperialista), estabeleceu-se um novo cenário para a crise, mais amplo, que contemplava novos espaços de crítica e uma maior socialização dos problemas com a base do PCB.

cenário 3: PCB-CC e PCB-RR, a partir da consolidação das expulsões dos críticos, estabeleceu-se um movimento de defesa política da Reconstrução Revolucionária do PCB, nesse sentido abriu-se um novo cenário de disputa em torno da crise, um mesmo fato pode ser colocado como “bom” ou “ruim” a depender do cenário em que se apresenta.

  1. atores

O ator é alguém que representa, que encarna um papel dentro de um enredo, de uma trama de relações. Um determinado indivíduo é um ator social quando ele representa algo para a sociedade (para o grupo, a classe, o país), que encarna uma ideia, uma reivindicação, um projeto, uma promessa, uma denúncia.

Uma classe social, uma categoria social, um grupo podem ser atores sociais.

Mas a ideia de “ator” não se limita somente a pessoas ou grupos sociais. Instituições também podem ser atores sociais: um sindicato, partidos políticos, jornais, rádios, emissoras de televisão, igrejas.

Na crise do PCB alguns atores são mais nítidos, como os camaradas que compõem o “núcleo duro” do CC (Milton Pinheiro, Eduardo Serra, Antônio Carlos Mazzeo, Mauro Iasi, Sofia Manzano..) ou, pelo outro lado da disputa, os camaradas Jones Manoel, Ivan Pinheiro, Gabriel Landi, Gabriel Lazzari, Ana Karen, Gabriel Colombo, etc…

Mas é preciso ter cuidado, a escolha dos atores para análise de conjuntura não deve ser feita simplesmente elencando todos nomes de camaradas que foram afetados pelos acontecimentos, é necessário ter a capacidade de encontrar os camaradas que são representativos de determinados acontecimentos, que mesmo sem citar todos os outros nomes, é possível caracterizá-los.Assim, para minha análise, os “atores” representativos da crise são, por um lado: Antônio Carlos Mazzeo, Mauro Iasi, Sofia Manzano, Janderson, direções intermediárias, militantes PCBistas e por outro: Jones Manoel, Gabriel Landi, Gabriel Lazzari, Ana Karen, emocionados, há ainda um terceiro grupo Indecisos, Perdidos e Bases.

Vou as explicações, Mazzeo representa o que há de pior nos comportamentos egóicos do Comitê Central (não vou apresentar nenhuma denúncia mais séria aqui para não ser processado mas vocês sabem do que estou falando), representa um grupo que não quer receber críticas mas se recolhe à mediocridade sempre que lhe é possível, pois sabe que seu teto é de vidro.

Jones Manoel e Mauro Iasi, ambos representam papéis similares, propagandistas reconhecidos e respeitados pelas bases, em lados opostos, ambos possuem inúmeras qualidades argumentativas e suas funções de propagandistas pesa de maneira distinta a escolha das bases para um lado ou outro.

Sofia Manzano, representa o conservadorismo do Comitê Central, não apenas pelas defesas contra tecnologias que vem fazendo (como se os problema da organização fossem devido à internet) e a acomodação ao que o partido apresenta atualmente, além da insistência em ir contra o Marxismo-Leninismo.

Gabriel Landi, representa a profissionalização militante no grupo que deseja a Reconstrução Revolucionária, a compreensão de que a renovação é necessária, de que o partido está ainda muito distante de um partido Marxista-Leninista mas que o caminho deve ser alcançá-lo.

Gabriel Lazzari, representa os omissos, quem acredita na possibilidade de “crítica fraterna” até quebrar e/ou ser expulso e verificar que essa possibilidade nunca existiu.

Janderson e Ana Karen, cada um à sua maneira, representam os inúmeros camaradas que a juventude do PCB tem como referência e que estão sendo extremamente afetados com essa crise.

Direções intermediárias, é impossível apontar como um único militante, mas especialmente ao lado do CC, representam muito mais o carreirismo na organização do que qualquer outra coisa… É notável que diversos camaradas que tem por hábito se posicionar, nesse contexto se calaram e simplesmente “seguem a vida” como quem já esperava pela crise para “mostrar trabalho”

Militantes PCBistas, aqueles que colocaram a “identidade PCB” acima da análise, a quem pouco importa qual linha o partido siga contanto que tenha o legado histórico, os símbolos, as cores..

Indecisos: são militantes que estão “vendo onde vai dar”, buscam se apropriar dos debates mas ainda não se decidiram… Basicamente, estão em disputa.

Perdidos: militantes que ainda não identificaram que tem uma crise acontecendo, que graças ao tamanho da alienação e/ou inorganicidade na organização não conseguem se posicionar de forma alguma.

Bases: pessoas que perceberam o conflito e querem que ele se resolva mas que não fazem parte do partido.

  1. Relação de Forças

As classes sociais, os grupos, os diferentes atores sociais estão em relação uns com os outros. Essas relações podem ser de confronto, de coexistência, de cooperação e estão sempre revelando uma relação de força, de domínio, igualdade ou de subordinação.

É também importante destacar que a “Relação de Forças” pode ser alterada drasticamente, eventualmente até com mudanças sutis. Nossa relação de forças mais nítida na sociedade burguesa é a da dominação entre proprietários e trabalhadores.

Na crise do PCB, nem preciso mencionar que não é tão simples fazer a relação de forças, faltam informações para avaliar esse dado, ainda assim, é possível notar que ela foi mudando com o tempo.

No início da crise, havia uma relação de subordinação do grupo “mais jovem” ao CC, essa relação passou à “Coexistência” no período posterior ao Congresso até o início da polêmica sobre a PMAI, daí passou ao Confronto.

Contudo, é importante destacar que se olharmos todo o conjunto da Militância que ficou de um lado ou de outro é extremamente irresponsável e desrespeitoso com diversos militantes tentar caracterizar o outro lado da disputa como somente “academicistas”, “obreiristas” ou “pequeno burgueses”. Na verdade, nossa análise de Conjuntura visa acabar com essas categorizações laudatórias por princípio… Apenas refletindo sobre os dados que temos vamos poder caracterizar os movimentos.

Ainda assim, é impossível negar que o grupo organizado em torno do CC possui muito mais força, os meios de comunicação partidários, acesso à toda a militância, as afetividades que são evocadas ao bradar “contra o neo-liquidacionismo” (mesmo que nunca tenha sequer definido do que se trata).

  1. articulação (relação) entre “estrutura” e “conjuntura”

Os acontecimentos, a ação desenvolvida pelos atores sociais, gerando uma situação, definindo uma conjuntura, não se dão no vazio: eles têm uma relação com a história, com o passado, com relações sociais, econômicas e políticas estabelecidas ao longo de um processo mais longo.

Por exemplo, é inviável realizar qualquer análise de conjuntura sobre o Brasil sem relacioná-lo à dinâmica Internacional de divisão do trabalho, imperialismo e economia, também deveria ser impossível realizar qualquer análise de conjuntura brasileira sem dar consequência ao fato histórico de que o Brasil foi uma Colônia e escravizou a população negra por mais de 300 anos.

No contexto da crise do PCB… Essa crise não é apenas uma crise de caprichos pessoais, de pessoas que discordam sobre os rumos de uma organização então pode ser resolvida apenas por uma “resolução de conflitos” pessoal entre os indivíduos.

Essa crise é consequência de uma história, uma história em que os Comunistas, principalmente do Ocidente, desaprenderam a disputar e influenciar na política geral e se resguardaram em grande parte nas Universidades para seguirem existindo mas que, após três décadas da União Soviética, crises cíclicas do Capitalismo, Colapsos climáticos, Revoltas espontâneas não surtindo os efeitos desejados as organizações comunistas voltam a serem “atores” no campo da conjuntura mundial.

Podemos ser mais específicos e caracterizar o papel de nossa política internacional em nossa crise interna, teria essa polêmica toda explodido se a PMAI(Plataforma Anti Imperialista) não fosse um grupo que avalia que o conflito da Rússia contra a Ucrânia é uma guerra contra o imperialismo? Se não houvesse guerra, imagino que a crítica do camarada Ivan Pinheiro, mesmo que tivesse as mesmas motivações políticas não teria efeito algum.

Também é uma crise que se expressa num momento muito característico da política brasileira, com o governo Lula-Alckimin, após a “derrota” (foi mesmo uma derrota? nenhuma análise feita até agora me convenceu plenamente) eleitoral de Bolsonaro. A crise expressa a indignação e pressa de alguns em pressionar o governo enquanto outros avaliam que é hora de respirar aliviado pois “o pior já passou”

Gostaria de realmente realizar uma “Análise de Conjuntura sobre a crise do PCB” mas infelizmente meu tempo é curto e essa tribuna já está bem longa. Ainda assim, espero que os elementos aqui expostos permitam a reflexão e formulação des camaradas.

Há braços, venceremos!


[1]https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4075910/mod_resource/content/0/BETINHO%20-%20An%C3%A1lise%20de%20Conjuntura%20-%20alta%20qualidade.pdf

[2]https://diplomatique.org.br/economia-da-cultura-grandeza-e-complexidade/