'O individualismo neoliberal como limitador das potencialidades individuais' (Contribuição anônima)

A presença cada vez mais constante de coaches financeiros nas mídias burguesas, bem como sempre em alta nos algoritmos das big techs tem minado qualquer possibilidade de construção coletiva junto da nossa classe

'O individualismo neoliberal como limitador das potencialidades individuais' (Contribuição anônima)
"O atomismo neoliberal também afeta cada vez mais a sociabilidade no atual estágio de desenvolvimento do capitalismo, uma vez que fomenta o individualismo"

Contribuição anônima para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Para além das consequências mais imediatas no dia a dia do trabalhador, como a precarização do trabalho a partir da retirada de direitos trabalhistas e o retorno a uma carga horária de trabalho tão exaustiva quanto nos primeiros anos de revolução industrial a partir da uberização como uma nova forma de exploração, o atomismo neoliberal também afeta cada vez mais a sociabilidade no atual estágio de desenvolvimento do capitalismo, uma vez que fomenta o individualismo, que levado as últimas consequências se mostra como o maior inimigo do indivíduo. A presença cada vez mais constante de coaches financeiros nas mídias burguesas, bem como sempre em alta nos algoritmos das big techs tem minado qualquer possibilidade de construção coletiva junto da nossa classe, que é bombardeada constantemente por narrativas de viés social-liberal ou explicitamente neoliberal, narrativas que salvo diferenças insignificantes na forma que são apresentadas pelos monopólios da mídia burguesa convergem para o mesmo fim: fomentar a competição "meritocrática" entre os nossos e a não cooperação entre os nossos, assim como acelerar o processo histórico de despolitização no sul global que fica ainda mais evidente após o consenso de Washington no final da década de 80 e a expansão (imperialista) do capital monopolista das grandes potências do capitalismo para américa, ásia e áfrica. Sendo assim, é fundamental que enquanto parte da reconstrução revolucionária sigamos uma linha que a nível internacional faça oposição frontal a participação do partido em plataformas como a PMAI, que além de um posicionamento equivocado diante do atual cenário defendendo um dos lados da atual guerra em curso como uma possibilidade de transição etapista para um mundo multipolar que, por mais multipolar que seja, continua capitalista e portanto perpetuando as mesmas dinâmicas de exploração da força do trabalho que já existem na atual bipolaridade OTAN-UE, também não propõe nenhuma crítica contundente a essa sociabilidade individualista e adoecedora que é consequência dos princípios da economia neoliberal penetrando a esfera intersubjetiva das nossas relações desde Thatcher, Pinochet e Reagan até os dias atuais e que impede que nossos camaradas de luta e nossos filhos e filhos da classe trabalhadora desenvolvam suas potencialidades individuais a partir de uma sociedade de novo tipo calcada não mais na competição e no culto ao egoísmo à la Ayn Rand, mas sim na cooperação e no cuidado coletivo com as necessidades dos nossos, nossas e nosses.