'Núcleos de base internacionais do Partido' (Contribuição Anônima)

Contribuição anônima para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Saudações camaradas, estou escrevendo essa tribuna como uma sugestão de estrutura organizativa para núcleos de base internacionais do Partido, e levantar um aprofundamento desse debate para o Congresso. Eu conheci/conheço camaradas que eram organizadores no complexo partidário e que, por diversos motivos, se mudaram para o exterior.

Mesmo quando esta é uma mudança temporária e que nem toda pessoa tenha tempo e meios de manter uma militância no exterior, eu acredito que as ferramentas digitais e a atuação do complexo partidário junto ao Movimento Comunista Internacional podem ser melhor aproveitados com uma estrutura de militância de base onde houverem camaradas aptos a militarem pelo Partido.

Também quero apontar que não possuo acúmulos sobre a segurança digital e a segurança dos dados, portanto vou deixar essa dimensão do debate de lado, esperando que camaradas mais qualificades nessa discussão possam indicar as melhores maneiras de lidar com isso.

Algumas possibilidades de atuação de núcleos de base

Uma primeira observação, é claro, as possibilidades de atuação de cada militante e de seu núcleo de base depende bastante do conhecimento coletivo do idioma estrangeiro e de suas habilidades e disponibilidade de atuação. Porém, imagino que esta também seja uma oportunidade de aprendizado coletivo do idioma estrangeiro, e ainda facilitar a adaptação ao exterior de camaradas que estão chegando em outros países, com o auxílio do resto do núcleo de base. Além disso, diversos dos trabalhos de estudo podem ser realizados utilizando fontes em português e/ou tradutores online.

Uma primeira possibilidade, no início de formação destes núcleos, é a realização de trabalhos burocráticos e/ou técnicos da Secretaria de Relações Internacionais, quando estes podem ser realizados de maneira remota. Além de dividir o trabalho do Partido, esta também é uma oportunidade de formação de camaradas em atividades básicas e necessárias do trabalho. Dependendo do número de militantes, também podem ser realizadas atividades de finanças.

Um segundo nível de atuação seria o de registrar, estudar e analisar a realidade social e política onde o núcleo está inserido. Aqui, é onde podemos e devemos aproveitar a presença de camaradas no exterior para registrar e estudar notícias, mudanças de leis, protestos de rua, movimentos políticos, etc… a fim de melhorar a atuação e o acúmulo da Secretaria de Relações Internacionais.

Um terceiro nível de atuação seria uma proposta de dupla militância, por exemplo, com um membro do Partido também atuando em um movimento social ou partido político local. Esta sugestão claramente depende do tempo e meios des militantes, e também do tamanho do núcleo e suas prioridades. Porém, considero que a dupla militância pode ser uma maneira mais rápida e fácil de obter acúmulos e análises da realidade local junto aos movimentos locais. Esta dupla militância pode se dar com e militante se colocando como representante do Partido (e portanto tomando decisões e fazendo falar que precisam ser centralizadas), ou ainda de uma maneira mais discreta, realizando repasses e analisando a realidade da militância do movimento local.

A existência dos núcleos de base internacionais também pode auxiliar os trabalhos do Partido em participações em eventos presenciais no exterior. A participação de camaradas que já estão morando perto dos locais de eventos reduziria bastante os custos da nossa participação. Mesmo quando precisamos enviar representantes do Brasil, os núcleos de base podem auxiliar na recepção e até ajudar a reduzir os custos de moradia, alimentação e transporte durante a estadia.

Como fazer?

Agora que já foram listadas algumas possibilidades de atuação para os núcleos, pretendo sugerir algumas formas de organização e estruturação dos mesmos. Claro que será breve e incipiente, mas acredito que o debate pode ser desenvolvido ao longo do próximo período.

Os núcleos de base podem ser formados por regiões ou países, conforme a demanda do número de pessoas recrutadas. Conforme o número for crescendo, esse núcleo de base pode adquirir autonomia para realizar seus próprios processos de recrutamento.

Conforme as atuações começam, é necessário que seja organizada uma base de dados por regiões, referentes à história, política e atuação de movimentos sociais no país. Isso pode ser feito num primeiro momento com uma coleta de referências bibliográficas com camaradas do Partido, mas posteriormente com os próprios acúmulos e repasses dos núcleos de base sobre questões mais recentes e de maneira mais aprofundada. A pasta de formação dos núcleos de base deve participar ativamente na construção e no estudo dessa base de dados.

Acho que por hoje é só camaradas,
Até a vitória!