Nota: Toda solidariedade a Laura Sabino!
O Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) vem a público prestar solidariedade à militante comunista Laura Sabino, brutalmente atacada em março em uma tentativa de feminicídio.

O Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) vem a público prestar solidariedade à militante comunista Laura Sabino, brutalmente atacada em março em uma tentativa de feminicídio.
Laura Sabino é uma educadora popular e feminista, criada nas escolas de formação do MST, que há anos vem construindo um trabalho no debate público combatendo o liberalismo e defendendo a atualidade das ideias comunistas para a juventude e o povo pobre no Brasil. É organizadora do Cursinho Popular de Neves, curso que promove formação crítica e ajuda estudantes da periferia de Ribeirão Preto à entrarem no ensino público superior. A trajetória da Laura faz parte de uma nova geração de comunicadores populares, que usam as redes sociais para desmontar os argumentos anticomunistas e de direita, realizando um trabalho que, muitas vezes, serve de apoio às organizações políticas, e ajuda a integrar novos militantes para as fileiras da esquerda.
Laura foi atacada covardemente em sua casa em 14 de março de 2025, em um caso que só veio à público agora, depois da militante seguir sendo atacada por uma ação coordenada da extrema-direita nas redes sociais. Em entrevista à Agência Pública, Laura confirmou que o agressor é seu irmão, que há anos cometia violência física e verbal contra ela. Essa situação inclusive a motivou a sair de casa, conforme ela relata em vídeo no seu canal no YouTube. Casos como esses infelizmente são comuns no Brasil, em que quase 70% das vítimas de feminicídio são mortas dentro das próprias casas.
Esse ataque, porém, está longe de ser um “caso isolado” ou uma mera disputa familiar, como tem sido defendido por perfis anônimos da direita nas redes sociais. Pelo próprio discurso do agressor, fica claro que a tentativa de homicídio foi motivada pela misoginia e pelo repúdio ao trabalho político desempenhado pela camarada. Em um país marcado pela violência de gênero como o Brasil, as mulheres que se organizam politicamente se tornam um duplo alvo, tanto por grupos reacionários como por pessoas radicalizadas pelo discurso compartilhado por esses grupos. O objetivo é calar a voz de todas aquelas e aqueles que lutam contra a desigualdade de gênero e de classe.
Esse atentado contra a camarada Sabino segue um roteiro infelizmente já conhecido pela militância de esquerda do nosso país, principalmente nas periferias das cidades e no campo, onde lutadores populares sempre estão sujeitos a receberem todo tipo de ataques. Seja pelo Estado, nas mãos de órgãos como as Polícias Militares, seja por por grupos da direita, como são as quadrilhas que atuam de forma absolutamente impune através de redes sociais estrangeiras. No mesmo dia dessa tentativa de assassinato, se completaram sete anos do desaparecimento físico da vereadora Marielle Franco (PSOL). Pela sua retórica e pela repercussão dos seus atos, não se pode descartar a hipótese de que o agressor tenha ligação com grupos de extrema-direita, que há tempos tem direcionado ameaças de morte contra Laura — todas essas, até então, impunes.
Mesmo tendo sido procurados, os poderes do Estado brasileiro têm sido, até então, absolutamente omissos na garantia da segurança de Laura, que só sobreviveu graças à sua própria força. Essa omissão criminosa do Estado reforça a necessidade de aumentarmos os laços de solidariedade entre as militâncias populares, para assim defendermos a existência dos nossos grupos e comunidades frente à violência da direita.
Temos certeza de que esse ato atroz não vai impedir o trabalho dessa militante, que exerce um papel importante no debate público nacional e que seguirá lutando “pelo bom, pelo justo e pelo melhor do mundo”, como diria a camarada Olga Benário. O PCBR reafirma sua irrestrita solidariedade com a camarada Laura Sabino e com toda a militância do Brasil que, mesmo frente à violência, segue na luta.
Não vão nos calar!
Comitê Central do PCBR
Declaração da camarada Lauro Sabino, sobre sua trajetória como militante e sua sobrevivência frente ao ataque sofrido em março: https://www.youtube.com/watch?v=FjlRpXD7Eq0