Nota política - UJS abandona a luta contra o fim da escala 6x1: denúncia e cobrança

Enquanto lavam as mãos em relação à pauta da redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1, defendem políticas de austeridade, como o novo Teto de Gastos e os cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que prejudicarão os trabalhadores.

Nota política - UJS abandona a luta contra o fim da escala 6x1: denúncia e cobrança
Fotos do camarada Johnatan.

Nota política do PCBR em Chapecó (SC)

No ato contra a escala 6x1 em Chapecó, realizado neste sábado, 15/2, a UJS (União da Juventude Socialista) mostrou sua verdadeira face enquanto organização. Durante o evento, a Chapecó Crítica questionou a falta de ação de seus líderes políticos, tanto locais quanto nacionais, em relação ao fim da jornada 6x1. Em vez de se posicionarem em defesa da classe trabalhadora e debaterem a questão nas falas que haviam se inscrito para fazer, os militantes da UJS abandonaram o ato.

A UJS não estava ali para lutar. Estavam lá apenas para se autopromover, e a sua saída apenas evidenciou seu oportunismo político!
O PCBR convidou a UJS, assim como outras mais de 40 organizações, a participar deste ato. A UJS se disse interessada em somar, mas durante a reunião de organização não assumiu nenhuma tarefa: não participaram das panfletagens e não mobilizaram sua própria base para o ato.

Durante o ato, enquanto outros distribuíam panfletos e conversavam com os trabalhadores do comércio, a UJS se limitou a agitar sua própria bandeira e segurar a faixa coletiva por um momento. Ao serem questionados e criticados, preferiram abandonar o ato, deixando de lado as falas em que poderiam ter denunciado a escala 6x1 e se posicionado sobre a questão.

Esse comportamento é típico de muitos grupos políticos que, ao invés de se comprometerem com a luta, usam as lutas sociais para buscar visibilidade para si!

Em face da atitude da UJS, é necessário reforçar as cobranças feitas pela Chapecó Crítica:

- Por que a UJS não faz agitações nacionais contra a jornada 6x1?
- Por que os vereadores de Chapecó, Paulinho e Valduga (PCdoB - ligado à UJS), não levantam a bandeira da redução da jornada de trabalho?
- Por que os sindicatos e partidos ligados ao governo Lula não se engajam na luta pelo fim da escala 6x1?

Apesar de afirmarem defender a classe trabalhadora, suas ações não confrontam a burguesia. Eles tentam gerir o capitalismo e aceitam a exploração da classe trabalhadora, o que os torna traidores de classe.

Além disso, membros da UJS estão envolvidos no movimento hip-hop da cidade. Por isso, fizemos esta denúncia e cobrança publicamente na Batalha da Luz, na praça Coronel Bertazo, em Chapecó, no dia 15/2.

As lideranças do PCdoB e da UJS adotam uma postura governista, priorizando a defesa do governo burguês ao invés de lutarem em favor da classe trabalhadora. O restante do partido, de forma geral, segue essa linha.

Enquanto lavam as mãos em relação à pauta da redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6x1, defendem políticas de austeridade, como o novo Teto de Gastos e os cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que prejudicarão os trabalhadores que mais precisam do estado: pobres, negros, mulheres, pessoas trans, entre outros.

A UJS levou cerca de 5 pessoas para o ato, o que não alterou o volume do bloco significativamente. Eles não entregaram panfletos nem conversaram com os trabalhadores. Ou seja, eles não contribuíram pra convencer mais pessoas a se engajarem na pauta central do ato.

A saída da UJS do ato foi irrelevante para as pautas da redução da jornada e fim da escala 6x1.

Há militantes ligados à ala governista que contribuem com a pauta e devem continuar contribuindo. Mas não pode haver mudança na conduta dos partidos desta ala enquanto as lideranças de suas organizações não permitirem o debate interno, o que seria o primeiro passo do processo de crítica e autocrítica para corrigir os desvios. Por isso a crítica pública se faz tão importante.

A luta pela redução da jornada de trabalho e contra a escala 6x1 não pode ser manchada por quem abandona a causa no meio do caminho, assim como nenhuma luta da classe trabalhadora deve ser.

Embora a UJS tenha se retirado do ato, o movimento não parou! Continuamos a luta com aqueles que realmente estão ao lado da classe trabalhadora.

A nossa política não é guiada pelas relações pessoais, mas pelos interesses da classe trabalhadora. Por isso, por um lado queremos que a UJS corrija seus erros e se junte à luta pelo fim da escala 6x1, conosco ou sem nós. Mas por outro lado não temos expectativas de que uma organização com histórico de desvios aprenda milagrosamente a corrigir seus erros.