Nota política - Humanidade é coisa que se cria, do povo, para o povo e pelo povo: celebração do PCBR ao dia dos professores
Nossa proposta, enquanto marxistas, é que essa transformação não esteja limitada pela burocracia curricular, pelas limitações de estrutura ou pela opressão do Capital.

Nota política do PCBR em São Paulo (SP)
Temos muito a pensar sobre marxismo e educação. Sobre a especificidade dessa atividade, seja na manutenção da ideologia dominante ou de seu papel no processo emancipatório e revolucionário. Sequer seria possível arranhar a superfície de um debate como esse numa nota curta, afinal, são séculos de acúmulos e polêmicas intensivas. Assim, escolhemos um outro caminho: apontar como em seus aspectos mais fundamentais educação e marxismo podem caminhar juntos. O que queremos é que nesse dia dos professores, a celebração abra espaço para a utopia!
Vivemos um período de transformações impressionantes - da comunicação instantânea, da compreensão nunca antes imaginada sobre o funcionamento da mente e do corpo, das possibilidades tecnológicas para a moradia, arte e estética. Em contraste a todo esse potencial, temos a degradação do meio ambiente, o aumento da acumulação do capital com a burguesia, o distanciamento entre os seres humanos e os frutos de seu trabalho. Em tal cenário, onde muitas das aparentes soluções geram novos problemas, pensamos que a educação - apesar de não ter um caráter revolucionário em si - é incontornável, pois os desafios atuais necessitam da formação popular para serem entendidos e superados.
Se Marx propõe o fim do capitalismo para enfim sairmos da “Pré-História da humanidade”, façamos da educação uma aliada e não um entrave para esse processo. Que cada educador encontre a humanidade em si, capaz de despertar a humanidade no próximo. Tornando a produção de tudo que é sublime no conhecimento: das linguagens e literatura, da física e da matemática, das ciências da natureza e da terra, da arte e do profundo diálogo entre todas as áreas do conhecimento, muito mais acessível do que hoje é a miséria, para que no olhar do outro brilhe a ambição, não monetária, mas de um mundo novo em que a necessidade não seja a norma.
Cada professor observa em sua vida profissional, pequenos lapsos do potencial da humanidade, da transformação e dos saltos que os indivíduos são capazes de dar. Nossa proposta, enquanto marxistas, é que essa transformação não esteja limitada pela burocracia curricular, pelas limitações de estrutura ou pela opressão do Capital. Queremos construir um novo mundo onde esse potencial possa ser atingido, onde cada um possa se desenvolver e se humanizar plenamente. Para isso, professores com coragem são indispensáveis e por isso, hoje celebramos todos os educadores de luta!
A todos os camaradas professores já organizados no PCBR e à todos que tem interesse nessa construção coletiva, desejamos muita força! Hoje e sempre, na construção de um mundo e de uma educação verdadeiramente libertadora, DO POVO, PARA O POVO E PELO POVO!