Nota política - Contra a violência do corte de investimentos públicos em Taubaté! Pela cassação imediata do vereador Pirulito (PL), agressor político e físico dos trabalhadores de Taubaté!
Presenciamos um ataque físico cometido pelo vereador Moisés Pirulito (PL) contra um munícipe, marido de uma servidora pública que protestava defendendo os interesses da população taubateana.

Nota política do PCBR em Taubaté (SP)
A lei do teto de gastos aprovada em Taubaté no dia 07 de outubro de 2025 segue a mesma lógica do “Arcabouço Fiscal” de Haddad em nível federal: uma política de austeridade que retira recursos e investimentos daquilo que a classe trabalhadora mais precisa — saúde, educação, cultura, salários, concursos. Taubaté fechou julho de 2025 com 486 crianças na fila de espera para creche, um aumento de 145% em relação a abril. O contrato com a ABC Transportes envolve gastos com subsídios milionários que só aumentam a cada ano, enquanto ao mesmo tempo os salários dos funcionários atrasam. Com o novo teto de gastos, situações como essa se tornarão cada vez mais comuns, e cada vez mais intensas. Tudo isso em nome de uma “saúde fiscal” que sacrifica a saúde física e mental do povo.
No dia 07/10/2025, a Câmara Municipal de Taubaté aprovou o PLO 211/2025, projeto de lei do prefeito Sérgio Victor (NOVO) que institui um teto de gastos no município, ou seja, um projeto que corta o investimento público na saúde, na educação e na cultura, serviços que já são precários em nossa cidade. Além desse ataque político-econômico contra toda a população, também presenciamos um ataque físico cometido pelo vereador Moisés Pirulito (PL) contra um munícipe, marido de uma servidora pública que protestava defendendo os interesses da população taubateana.

Como já é amplamente noticiado em veículos como O VALE, T7 News e Aqui Vale, vídeos de diferentes ângulos mostram a agressividade do vereador com os munícipes. Em um dado momento, ele desfere um soco contra um cidadão — ato completamente injustificável para um parlamentar, caracterizado como quebra de decoro.
A situação começou quando manifestantes protestavam na vitrine que separa o público do plenário, contra a fala do vereador de extrema-direita Alberto Barreto (PRD), que atacava servidores e também o vereador Isaac do Carmo (PT). Com uma abordagem truculenta, que mostra o claro despreparo da segurança da Câmara, empurrando e dando tapas no braço de trabalhadores e moradores taubateanos, nos quais estavam incluídos militantes do PCBR que são servidores públicos, outros munícipes vieram em defesa da militância do PCBR. Nesse momento, o vereador Pirulito correu da plenária, atravessando a divisória entre parlamentares e população, subiu numa cadeira e começou a gritar tentando intimidar os manifestantes, gesticulando de maneira agressiva para os presentes. Nossa militância, percebendo todo o escalar da confusão, começou rapidamente a tentar acalmar os ânimos e a apartar a confusão, como pode ser visto nos vídeos que estão em circulação (nossos militantes estão destacados por estarmos com o uniforme vermelho).
Nos vídeos em circulação, captura-se claramente o exato momento em que o vereador Pirulito, que estava gesticulando descontroladamente, apontando o dedo para todo mundo, sem ninguém o agredir por isso, mas com os munícipes também gesticulando de volta, decide agredir com socos, um cidadão taubateano que apontou o dedo para ele. O mais absurdo, mas não surpreendente, é que a vítima foi detida pela polícia, enquanto o vereador Pirulito retornou ao plenário para votar contra a população taubateana, aprovando o projeto do teto de gastos.
É inadmissível que um parlamentar aja dessa forma. Exigimos sua cassação imediata! Não é a primeira vez que o vereador se envolve em episódios com acusações de violência:
- Em 4 de maio de 2022, uma estagiária registrou boletim de ocorrência por ameaças (Band);
- Em 28 de abril de 2022, uma munícipe pediu a cassação de seu mandato por agressão verbal (Vale 360 News);
- Em 30 de abril de 2024, foi acusado de agressão verbal e de ter forçado o aborto de uma mulher (Vale 360 News).
Após o ocorrido, vereadores que também votaram pelo corte de investimentos na nossa cidade, cúmplices de Pirulito, tentaram inverter os fatos, culpando a “militância” e os comunistas por tumulto. Ainda, buscaram usar uma retórica falaciosa para dividir o movimento, afirmando que existiam “infiltrados” que “não eram servidores”, como se a implementação de um teto de gastos na cidade fosse do interesse apenas de servidores públicos, e ainda que fosse, como se cidadãos não pudessem apoiar e se somar solidariamente aos esforços de luta dos servidores. Os comunistas sempre apoiaram e respeitaram as decisões tomadas democraticamente pelo movimento dos servidores e sempre estiveram lado a lado do movimento. São aqueles que, com seu poder político a nível pessoal, por ter um cargo parlamentar, ficam chantageando os servidores e criando condições para que sejam “abençoados” com seu apoio.
Nesse contexto, lamentamos a postura do vereador Isaac, um dos principais aliados dos servidores, que se limitou a diferenciar o PCdoB do restante da militância que supostamente estava sendo violenta, sem rebater as mentiras lançadas contra nós, que travamos a mesma luta junto aos servidores. A situação toda só se iniciou, inclusive, porque nossa militância estava defendendo os servidores e o próprio Isaac dos ataques de Barreto. A posição do vereador Isaac foi de tratar com equivalência a postura de nossa militância, que vai ser atingida pelo teto de gastos, sendo usuários e trabalhadores do serviço público, com a dos vereadores provocadores de extrema-direita como Alberto Barreto e Pirulito. Nós rejeitamos radicalmente a declaração oportunista de Isaac! Dar tapas num vidro, num momento em que somos atacados política e economicamente, em que debocham de nós e de nosso povo, não pode ser, em nenhuma ocasião, comparável à agressão física cometida por um vereador que atravessou o plenário, ultrapassou a divisa entre parlamentares e população, subiu nas cadeiras e desferiu socos contra o próprio povo!
O episódio ocorrido na terça-feira escancara algumas coisas que os comunistas já vêm alertando em Taubaté. Em primeiro lugar, a traição de vereadores que, no início do ano, marcharam ao lado dos servidores contra os primeiros ataques do prefeito Sérgio Victor, mas depois se voltaram contra a categoria. Alguns desses vereadores inclusive chantagearam o movimento sobre a presença de comunistas neles, ameaçando deixar de apoiar o movimento se estivéssemos lá, pois isso seria “partidarizar o movimento”, como se esses próprios vereadores não estivessem também representando seus partidos, e como se os servidores se agremiarem coletivamente conforme o que acreditam ser correto para lutar fosse um empecilho para lutar pelo que é correto. Isso revela que na verdade, muitos desses vereadores apoiaram a luta no início não por entender que ela é correta, mas justamente para ganhar prestígio com essa parcela da sociedade para garantir sua reeleição futura.

Nós, comunistas, ao contrário, sempre estivemos lado a lado com os trabalhadores sem impor condições ou pedir algo em troca. Quando o movimento decidiu retirar símbolos partidários, respeitamos. Quando foi o momento de ir uniformizados, também o fizemos, sem esconder quem somos e o que defendemos. Para nós, é princípio inegociável que as lutas que interessam à classe trabalhadora devam ser conduzidas pela própria classe, com o maior grau de independência possível e com soberania da própria classe sobre as decisões. Por fim, o episódio revela outra necessidade urgente: a retomada do sindicato pelos servidores. Sem uma entidade representativa de fato, a categoria fica à mercê do prefeito e dos vereadores. Apenas um sindicato independente, com poder de greve e paralisação, pode dar outra dimensão à luta em defesa dos direitos.
Pela cassação imediata do vereador Pirulito, agressor de trabalhador!
Pelo fim do teto de gastos em Taubaté e em todo Brasil!