Nota política: Apoio à denúncia do MAB sobre a crise do Rio Madeira

O que vivemos hoje não é um acaso da natureza, mas o resultado direto de um modelo de exploração predatório, que coloca o lucro das grandes empresas acima da vida do povo e do equilíbrio ecológico.

Nota política: Apoio à denúncia do MAB sobre a crise do Rio Madeira

Nota política do PCBR e da UJC em Rondônia

O Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e a sua Juventude, União da Juventude União Comunista (UJC) em Rondônia (RO) se soma à denúncia do movimento dos atingidos por barragens (MAB) sobre a grave situação do rio madeira, que oscila entre secas extremas e enchentes devastadoras. O que vivemos hoje não é um acaso da natureza, mas o resultado direto de um modelo de exploração predatório, que coloca o lucro das grandes empresas acima da vida do povo e do equilíbrio ecológico.

A barragem de Samuel, entre tantas outras, ilustra bem esse processo. O represamento altera drasticamente a dinâmica natural do rio, desregulando o fluxo das águas. Em tempos de cheia, esse impacto se amplifica, potencializando inundações e causando prejuízos diretos às comunidades ribeirinhas, que já sofrem historicamente com o avanço do capital sobre seus territórios.

Além disso, há um fator que raramente é discutido com a seriedade que merece: a perda da biodiversidade. Quando uma área é alagada artificialmente, tudo que ali existia morre. O que antes era um ecossistema vivo e diverso se transforma em um depósito de matéria orgânica em decomposição, liberando gases de efeito estufa como o metano. Assim, o que deveria ser uma fonte de energia "limpa" se torna mais uma engrenagem na máquina da destruição ambiental promovida pelo capitalismo.

A raiz desses problemas não está em falhas técnicas ou em eventos isolados, mas sim na lógica de acumulação do capital. A Amazônia, seus rios e seus povos são tratados como meras mercadorias, sendo constantemente sacrificados para sustentar um modelo econômico que beneficia poucos à custa da miséria e do desequilíbrio ambiental. Como já alertava Karl Marx, a relação predatória do capital com a natureza leva à exaustão tanto da terra quanto da classe trabalhadora.

Por isso, reafirmamos nosso apoio ao MAB e a todas as organizações populares que enfrentam esse modelo genocida e ecocida. Que essa denúncia se transforme em mobilização e que o povo organizado derrube as barragens do capital!

Diante dessa situação, nos somamos ao MAB na exigência de medidas urgentes por parte das autoridades:

1. As Defesas Civis do Governo do Estado e da Prefeitura devem apresentar medidas emergenciais, garantindo a retirada das famílias já atingidas pela enchente com respeito aos seus direitos, além de um plano de monitoramento e acompanhamento da situação com participação popular;

2. A Prefeitura de Porto Velho deve construir um plano estratégico para eventos extremos, conforme assegurado pela Ação Civil Pública nº 1016403-41.2024.4.01.4100, garantindo a ampla participação de todas as comunidades atingidas;

3. Estabelecimento de uma mesa permanente de diálogo entre o MAB, as comunidades atingidas e o poder público para tratar das reivindicações das populações atingidas em Porto Velho, incluindo demandas urgentes relacionadas à água, saúde, energia e educação.

TODO APOIO À LUTA DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS!