NOTA POLÍTICA (AC): A farsa de uma revolução: o Acre não lutou para ser brasileiro
O que se celebra como “o único estado que lutou para ser brasileiro” é, na verdade, a história oculta de seringueiros explorados, obrigados a trabalhar em condições de semiescravidão e endividamento, sob a fome, tudo para atender aos interesses de uma revolta burguesa.
Nota política do PCBR no Acre
A data de hoje, 6 de agosto, marca 122 anos de um discurso dominante acerca de uma suposta Revolução Acreana. Porém, o que se celebra como “o único estado que lutou para ser brasileiro” é, na verdade, a história oculta de seringueiros explorados, obrigados a trabalhar em condições de semiescravidão e endividamento, sob a fome, tudo para atender aos interesses de uma revolta burguesa. Essa luta foi encabeçada por uma “junta revolucionária” formada por figuras públicas do governo amazonense e liderada por José Plácido de Castro, que combateu as tropas bolivianas no território do Aquiry.
A glorificação dessa chamada revolução é uma farsa conveniente para esconder o verdadeiro caráter opressor e predatório do capitalismo na Amazônia. O sangue e o suor dos seringueiros não foram derramados em nome da integração nacional, mas sim pela ganância insaciável de uma elite burguesa, composta pelos grandes proprietários de terra, patrões seringalistas, aviadores e as oligarquias das metrópoles locais, que viam na região apenas uma fonte de lucro fácil e abundante. As promessas de liberdade e prosperidade nunca foram dirigidas aos povos locais da região, nem aos nordestinos trazidos para cá, mas sim aos interesses de uma classe dominante que perpetua a exploração e a opressão.
Os seringueiros, indígenas, ribeirinhos e demais trabalhadores, submetidos a um regime brutal de endividamento eterno, são ocultados perante uma narrativa hegemônica da burguesia, que silencia suas lutas e glorifica uma falsa revolução que apenas perpetuou a desmobilização desses povos. A verdadeira revolução de que precisamos não é a que mantém intactos os pilares da exploração capitalista, mas uma revolução socialista que destrua esses pilares e construa uma nova sociedade.
A Amazônia, com sua riqueza em sociobiodiversidade, é constantemente saqueada pelo capitalismo transnacional, que não hesita em destruir o meio ambiente e as comunidades locais em nome do lucro. A destruição da floresta e a opressão dos povos amazônicos são partes inseparáveis de um sistema que coloca o lucro acima da vida, o sistema que precisa ser derrubado.
O PCBR e a UJC entendem que a verdadeira libertação da Amazônia e de seu povo só será possível com a derrubada completa do capitalismo e a construção de uma sociedade socialista. Esta revolução é não apenas necessária, mas urgente. Devemos honrar a memória dos seringueiros e de todos aqueles que foram explorados, lutando por um futuro onde a justiça social, a equidade, uma vida ecologicamente sustentável, sejam os fundamentos de nossa sociedade.
Pela Amazônia, pela classe trabalhadora, e pela revolução socialista!