'Não a PL 5167/09: O retrocesso da democracia burguesa' (Clara Medeiros)

Enquanto nós, que somos da classe trabalhadora, não tomarmos o poder, tudo que conquistamos até aqui com muita luta, é vulnerável. Basta uma meia dúzia de deputados concordarem com o regresso, que imediatamente estaremos ameaçados.

'Não a PL 5167/09: O retrocesso da democracia burguesa' (Clara Medeiros)
O que eu quero falar aqui é sobre a fraqueza da democracia, tão pregada e defendida pelos progressistas. Enquanto a direita quer regredir, o que a esquerda progressista faz? Abaixo-assinado.

Por Clara Medeiros para a Tribuna de Debates Preparatória do XVII Congresso Extraordinário.

Estamos em setembro de 2023 e deputados de direita querem acabar com o casamento e união estável de casais homoafetivos. Arriscando ser óbvia agora, enquanto redijo esse texto, há pessoas morando nas ruas do país. Há desempregados de norte à sul, entregando seus currículos com semblante de desânimo. Há mulheres e crianças sendo espancadas e mortas. Há violência, insegurança, tristeza e dor em cada canto desse país. Mas a preocupação de alguns deputados, é regredir; aumentar a violência, a insegurança, a tristeza e a dor de alguns brasileiros.

Mas isso tudo nós todos já estamos cansados de saber. O que eu quero falar aqui é sobre a fraqueza da democracia, tão pregada e defendida pelos progressistas. Enquanto a direita quer regredir, o que a esquerda progressista faz? Abaixo-assinado.

Veja bem, não estou dizendo que não devemos fazer absolutamente nada e ficarmos de braços cruzados vendo esse horror de camarote. Mas a bem da verdade é que é exatamente isso que fazemos, toda vez que um direito é ameaçado... Porque, na verdade, não temos direito algum garantido.

Enquanto nós, que somos da classe trabalhadora, não tomarmos o poder, tudo que conquistamos até aqui com muita luta, é vulnerável. Basta uma meia dúzia de deputados concordarem com o regresso, que imediatamente estaremos ameaçados.

O que precisamos fazer, então? Não creio que tenha uma resposta pronta. Por hora, irmos às ruas. Sairmos da internet com seus abaixo-assinados, e lutar. Quantos casais homoafetivos hoje estão ameaçados de terem seus direitos rasgados e sequer fazem ideia disso? Temos que tomar as ruas.

Temos que gritar, até que todo o país nos ouça.

Pelo futuro socialista, LGBTs unides.