Militantes foram agredidos e ameaçados de morte por sindicato pelego em Chapecó-SC
Os camaradas faziam uma panfletagem sobre a necessidade de redução da jornada de trabalho quando um grupo de três homens se aproximou perguntando o que estavam fazendo ali. Logo em seguida os camaradas começaram a ser hostilizados e na sequência, agredidos fisicamente.
Por Redação
Na quarta-feira, 4 de agosto, os camaradas Johnatan Mucelini do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e Pablo Mucelini Unidade Popular pelo Socialismo (UP) foram violenta e covardemente agredidos com socos e chutes e ameaçados com arma de fogo por dirigentes do sindicato dos trabalhadores celetistas da Aurora Coop (SINTRACOOP) em Chapecó, no oeste de Santa Catarina.
Os camaradas faziam uma panfletagem sobre a necessidade de redução da jornada de trabalho e pela proibição da jornada 6x1 em frente à empresa Aurora Coop, unidade da saída para o município de Guatambú. Eles conversavam com trabalhadores da indústria e foram bem recebidos, mas o sindicato não gostou. Foi quando um grupo de três homens se aproximou perguntando o que estavam fazendo ali. Logo em seguida os camaradas começaram a ser hostilizados e na sequência, agredidos fisicamente. O ato aconteceu em frente à câmera de segurança da guarita da empresa.
Alguns trabalhadores que estavam próximos acabaram gravando o ocorrido também. Nas imagens que correm nas redes sociais, é possível ver dois homens atacando o militante do PCBR com socos e chutes até que o derrubaram no chão. Mas as agressões não pararam, um dos homens ainda tentou pisar na cabeça do militante no chão. Ao fundo do mesmo vídeo, outros dois homens atacam o militante da UP. Em outro vídeo compartilhado nas redes sociais, é possível ouvir alguns trabalhadores gritando para que os homens parem com as agressões e denunciando que "a empresa os escraviza". Neste vídeo vemos o militante da UP também levar vários socos e puxões.
Em um vídeo divulgado pelo perfil Chapecó Critica, organização da qual ambos também fazem parte, Johnatan e Pablo mostram seus ferimentos. Johnatan tem escoriações pelos braços e rosto, enquanto Pablo teve o supercílio aberto pelos golpes que levou. Além das agressões, os sindicalistas roubaram o celular de Pablo. Além disso, um dos homens que se disse membro do sindicato de trabalhadores da Aurora apontou uma arma para os camaradas. Os guardas da empresa não fizeram nada a não ser se aproximar e os agressores vão embora tranquilamente.
Em resposta à agressão, os comunistas organizados de Chapecó chamaram um ato de panfletagem para o mesmo local e horário no dia seguinte às agressões, ontem. Mobilizaram dezenas de pessoas para estar presente e denunciar o ocorrido para os trabalhadores.
A Aurora Coop é a maior empresa do ramo agroindustrial e recebeu mais de R$500 milhões de incentivo do BNDES e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) nos últimos 5 anos. Além de financiamentos estatais, ela também recebeu recursos de instituições financeiras nacionais (Safra) e estrangeiras (ABC Brasil e BRDB). Assim temos, capital financeiro nacional e estrangeiro, juntamente com subsídios fornecidos pelo Estado burguês para uma empresa do ramo agroindustrial quadruplicar sua produção de produtos processados e ultraprocessados. E é assim que vendendo veneno financiado pelo estado que a empresa prevê uma alta de quase R$24 bilhões na sua receita neste ano.
Essa é a mesma empresa cujos funcionários entraram em greve por Plano de Participação nos Resultados (PPR) fixo, vale-alimentação e pelo fim do trabalho aos sábados. Ou seja, pelo fim da escala 6x1. Os trabalhadores da Aurora na cidade de Erechim (RS) ficaram dois meses tentando negociar com a empresa e não obtiveram nenhuma resposta. Em Chapecó o sindicato se encontra nas mãos do mesmo grupo há cerca de trinta anos, sempre desmobilizando qualquer movimentação dos trabalhadores justamente por receberem ordens dos patrões.