Ao menos 7 pessoas são presas em ato contra aumento da tarifa em São Paulo
Em vídeo, é possível ver um jovem sendo jogado no chão e agredido por policiais por levar um estilete escolar na mochila.
Manifestantes que participavam de um ato contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo foram detidos pela Polícia Militar e estão presos na 3º DP, em Campos Elísios, desde as 17 horas desta quinta-feira (18). Essa é a segunda rodada de prisões realizadas pelas forças de segurança contra participantes de atos contra o aumento da tarifa em duas semanas.
Segundo testemunhas, a PM criou uma barreira na saída do terminal de metrô República e revistou pessoas que “pareciam” estar a caminho da manifestação. Pelo menos 7 jovens foram detidos sem justificativa.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver mais de 5 agentes da Polícia Militar de São Paulo jogando no chão e agredindo um estudante por carregar um estilete escolar na mochila e uma tesoura.
No dia 10 de janeiro, 13 pessoas também foram detidas e encaminhadas ao mesmo departamento de polícia sob acusação de “associação criminosa e corrupção de menores”. Elas foram liberadas, mas terão que usar tornozeleiras eletrônicas e estão proibidos de participar de manifestações por decisão do Tribunal de Justiça.
Tarifa: R$ 5
O ato, convocado pelo Movimento Passe Livre, ocorreu em frente a Praça da República, no Centro da capital, e marchou em direção à Avenida Paulista. Os movimentos, que reivindicam historicamente o passe livre no transporte público, protestam contra o novo aumento, que elevou para R$ 5 as passagens de trens e metrô — um aumento de R$ 0,60 em relação à tarifa anterior.
25 prisões
Na quarta-feira, 10 de janeiro, a Polícia Militar (PM) do Estado de São Paulo prendeu 25 jovens, incluindo adolescentes, que estavam a caminho do ato contra o aumento anunciado no dia 1 janeiro pelo governo de Tarcísio Freitas (Republicanos).
Saindo da estação República do Metrô, a aproximadamente 500 metros do local do ato, eles foram detidos e levados à DP sob alegação de "associação criminosa e tentativa de abolir Estado Democrático de Direito”.
Na quinta (11), os adolescentes foram transferidos para a Fundação Casa e 5 outros jovens foram liberados. No dia seguinte (12), o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) pediu a prisão de 7 jovens que estavam ainda detidos, depois do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) ter determinado a liberdade provisória de todos em audiência de custódia mediante cumprimento de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de participar de manifestações. A desculpa da promotora do MP-SP pela prisão dos 7 jovens é que por formarem “uma associação criminosa armada” com os itens de auto-defesa e vinagre para proteção contra bombas de gás lacrimogêneo.
A prática do MP-SP é clara com seu objetivo de avançar na tentativa de criminalização dos atos e dos movimentos sociais que lutam ao lado da classe trabalhadora, atuando como correia de transmissão dos interesses do governo Tarcísio Freitas (Republicanos).
Os trabalhadores, militantes revolucionários e jovens estudantes e secundaristas estiveram sob vigilância da “7º BPM/M, policiais do 13º BPM/M, 7º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), Força Tática, Tropa de Choque, Cavalaria e Rocam”. Quando os militantes do MPL foram queimar uma catraca, símbolo do movimento, a polícia interviu e proibiu imediatamente o ato simbólico.
Repressão da Polícia Militar
A ação da Polícia Militar de São Paulo a mando do governador Tarcísio Freitas (Republicanos) é idêntica à que aconteceu há um mês atrás, na aprovação da privatização da Sabesp na Alesp, quando agrediram militantes da Unidade Popular pelo Socialismo (UP) com cassetetes e spray de pimenta e detiveram quatro militantes do partido, inclusive depois determinando a prisão preventiva de dois deles — que foram liberados, posteriormente, após pressão em frente ao local que os militantes estavam detidos.