Los Angeles em chamas, o capitalismo é o culpado

As mudanças climáticas são consequência da expansão desenfreada do capitalismo, que, movido pelo lucro, busca os materiais mais baratos para se reproduzir, tornando os combustíveis fósseis as principais fontes de energia da economia global.

Los Angeles em chamas, o capitalismo é o culpado

Por New Worker, Orgão Central da Communist Workers Platform USA (CWPUSA)

Em 7 de janeiro de 2025, o incêndio florestal mais destrutivo da história de Los Angeles começou no bairro de Palisades. O fogo devastou milhares de casas e estruturas, forçando centenas de milhares de moradores a evacuarem. Los Angeles, uma cidade com uma população metropolitana de quase 13 milhões, agora está coberta pela fumaça dos incêndios, reduzindo a qualidade do ar a níveis perigosos.

Até 10 de janeiro, os incêndios já haviam causado a morte de pelo menos 10 pessoas e destruído mais de 10.000 construções. A devastação é imensa, e as cenas de desolação são infernais. Esses incêndios são os mais recentes de uma série em todo o sul da Califórnia, que têm se tornado mais intensos e frequentes nos últimos anos devido às mudanças climáticas.

Não nos enganemos: esta catástrofe não é um acidente, nem uma ocorrência aleatória. Há culpados, e eles devem pagar.

As mudanças climáticas não são um fenômeno natural. São uma consequência da expansão desenfreada e anárquica do capitalismo em escala global. O capital, movido pelo lucro, busca os materiais mais baratos para se reproduzir, tornando os combustíveis fósseis e outros recursos não renováveis as principais fontes de energia da economia global. Essas fontes de energia liberam dióxido de carbono na atmosfera, introduzindo mais caos e volatilidade ao clima do planeta. Na Califórnia, as mudanças climáticas resultaram em secas prolongadas e falta de água, deixando a vegetação ao redor de Los Angeles mais seca e vulnerável a incêndios florestais. A conexão entre a produção capitalista e os desastres climáticos é direta. O sofrimento da classe trabalhadora – que, devido à sua exploração, não pode se dar ao luxo de perder nada, muito menos suas casas inteiras – é um resultado direto do capitalismo.

Sejamos claros: o Estado desempenha seu papel em manter nossas relações capitalistas. Em 2024, a democrata e prefeita de Los Angeles, Karen Bass (que estava no exterior quando o incêndio começou), propôs e aprovou um orçamento para a cidade que incluía uma redução de US$ 17 milhões no financiamento do corpo de bombeiros. As necessidades dos trabalhadores que se danem – a segurança das pessoas contra os estragos produzidos pelo próprio capitalismo não é uma consideração para a classe dominante. Eles continuarão permitindo que nossas casas queimem.

Para aplicar um curativo em uma ferida aberta, dos 7.500 bombeiros envolvidos nos esforços para conter o incêndio, mais de 900 são presos, que recebem menos do que o salário mínimo nacional e estão em maior risco de ferimentos. O uso de mão de obra prisional permite que a classe dominante extraia cada centavo do nosso trabalho que puder, mesmo diante da destruição climática em massa. Além disso, para escapar de qualquer forma de responsabilidade, seguradoras como a State Farm e a Allstate cancelaram apólices de seguro contra incêndio em casas na área de Palisades e em outras partes do sul da Califórnia, abandonando os trabalhadores que, em alguns casos, pagaram os prêmios de suas apólices por décadas.

As imagens da destruição continuam a se espalhar enquanto o fogo continua a queimar. Desastres induzidos pelas mudanças climáticas como este continuarão e se intensificarão enquanto a classe dominante mantiver sua produção orientada pelo lucro. Somente a classe trabalhadora no poder pode enfrentar toda a magnitude das mudanças climáticas e mitigar a perda de mais casas e vidas em desastres.

A Rede de Ajuda Mútua de Los Angeles (MALAN) disponibilizou uma lista de recursos para quem foi afetado pelos incêndios. Incentivamos aqueles que precisam de ajuda ou que podem oferecê-la a utilizá-la.