Lênin: teórico da prática

O estudo em tempo integral e a prontidão para deixar-se ensinar pela realidade deviam-se à absoluta prioridade que ele estava preparado para dar à prática. Este fato em si, mas ainda mais a natureza de seu estudo, produziu uma lacuna intransponível entre Lênin e qualquer outro empirista

Lênin: teórico da prática
Lênin na enchente (1969), por D. Bednoshe

Por György Lukács

Publicado no periódico húngaro Élet és Irodalom, em Janeiro de 1970.

Transcrito a partir do livro A Responsabilidade social do filósofo e outros escritos político, publicado por Lavrapalavra, em 2021.


Nos encadeamentos das revoluções democráticas dos tempos modernos, dois tipos de líderes, diametralmente opostos, aparecem, encarnados por homens como Danton e Robespierre, tanto na realidade como na literatura (por exemplo, nas obras de Georg Büchner). Mesmo os grandes oradores das revoluções operárias, por exemplo Lassalle e Trótski, mostram certas características dantonescas [1].

Lênin é o primeiro representante de um tipo inteiramente novo, um tertium datur, em oposição aos dois extremos. Mesmo seus reflexos eram caracterizados pelo tipo de alto grau de consistência de princípio que só podia ser encontrado no grande e antigo ascetismo revolucionário — embora não houvesse um grama de ascetismo na personalidade de Lênin. Ele estava cheio de vida, tinha um bom senso de humor, podia desfrutar de tudo o que a vida tinha para oferecer desde atirar e pescar até jogar um jogo de xadrez ou ler Púchkin e Tolstói, ele era capaz de se dedicar e se identificar com pessoas reais. A consistência de principio intensificou-se até a dureza implacável durante a guerra civil, mas não houve ódio em Lênin. Ele lutou contra as instituições e isto, naturalmente, significou que ele também teve que lutar contra os homens que representavam estas instituições — se necessário para sua aniquilação. Mas ele sempre a considerou uma necessidade humanamente deplorável, embora não pudesse ser evitada ou desconsiderada sob certas condições concretas. Górki gravou as palavras muito características de Lênin depois de ouvir a sonata Appassionata, de Beethoven: “Conheço a Appassionata de dentro para fora e mesmo assim estou disposto a escutá-la todos os dias. É uma música maravilhosa, etérea. Ao ouvi-la, penso com orgulho, talvez um pouco ingenuamente: ‘Veja! As pessoas são capazes de produzir tais maravilhas’. Ele então piscou, riu e acrescentou com tristeza: ‘Muitas vezes não consigo ouvir música, ela me irrita, eu gostaria de acariciar meus semelhantes e sussurrar doces coisas nos ouvidos deles por serem capazes de produzir coisas tão belas apesar do inferno abominável em que estão vivendo. No entanto, hoje não se deve acariciar ninguém — as pessoas só morderão sua mão; atacar, sem piedade, embora teoricamente sejamos contra qualquer tipo de violência. É, de fato, uma tarefa infernalmente difícil!’”.

 

É claro que mesmo essa demonstração espontânea de sentimento não é uma revolta dos instintos contra o “modo de vida” a ele forçado, e que Lênin, também neste aspecto, só seguiu seus próprios princípios ideológicos elaborados. Muitos anos antes da cena descrita por Górki, quando Lênin era um jovem, ele escreveu artigos polêmicos contra os narodnik [2] e seus críticos marxistas legais; analisando seus artigos, ele mostrou que seus métodos eram objetivos quando afirmavam que “uma certa ordem de sucessão no curso dos eventos é uma necessidade”, e que o objetivismo implica na grave consequência de que “se degrade ao ponto de apologista de fatos”. Na opinião de Lênin, havia apenas uma maneira de evitar os perigos envolvidos: o marxismo tem que ser aplicado de forma mais consistente para ajudar a compreender que os fatos e as verdadeiras bases sociais têm que ser detectadas nos próprios fatos. Esta conclusão mostra a superioridade do marxismo contra o objetivismo, pois um marxista “afirma seu objetivismo de forma mais profunda e completa”. Este objetivismo intensificado traz o que Lênin chamou de partidariedade, ou seja, “sempre que uma opinião é formada sobre um evento, é preciso tomar uma posição ligada a uma classe social particular direta e abertamente”. Assim, para Lênin, uma posição subjetiva sempre deriva e reverte para a realidade objetiva.

Os conflitos surgem quando as contradições dentro da realidade se intensificam em diferenças mutuamente exclusivas e aqueles que vivem em meio a tais conflitos têm que lidar com elas. Entretanto, os conflitos — nos quais as convicções enraizadas na realidade e baseadas nas condições objetivas dos indivíduos entram em conflito — diferem teoricamente daqueles nos quais a natureza humana mais íntima de um indivíduo é imperiosa. Este último caso nunca aconteceu com Lênin. O maior elogio de Hamlet a Horátio é: “Abençoado quem revela tal mistura de sangue e julgamento, e por isso jamais pode ser pífaro com que a Fortuna se divirta”. Sangue e julgamento: seu contraste, assim como sua unidade, só deriva da esfera biológica como base geral direta da existência humana. Assumindo formas concretas, ambos expressam a vida social do homem: harmonia ou dissonância como uma relação do homem e um certo momento histórico, tanto em teoria como na prática. Sangue com juízo se misturou bem em Lênin pelo conhecimento da sociedade que ele havia adquirido concentrado na ação necessária naquele momento, já que sua prática foi sempre a consequência necessária de seu sistema e do agregado de conhecimento verdadeiro que ele havia acumulado.

Não havia nada em Lênin que sugerisse introversão, o sucesso não o deixou superconfiante, nem o fracasso o deprimia. Ele negou que houvesse situações em que o homem não pudesse reagir na prática. Lênin foi um dos poucos grandes homens que teve muito sucesso, em todas as coisas mais essenciais e precisamente na prática. E ainda — ou talvez só por causa disso — não havia praticamente outro homem que olhasse para erros potenciais ou passados com tanta sobriedade, tão livre de qualquer tipo de atitude patética. “Não é astuto quem nunca erra. Tal homem não existe e não pode existir. Um homem é inteligente se não cometer muitos erros vitais e, caso o tenha cometido, souber corrigi-los, com rapidez e facilidade”. Esta opinião altamente factual sobre a sorte do homem ativo expressa mais claramente a essência da atitude mental de Lênin do que qualquer declaração cheia de pathos. Sua vida consistia em ação contínua e luta ininterrupta e, mais do que isso, ele agia e lutava em um mundo no qual de acordo com suas convicções mais profundas havia uma saída para cada situação para ele e seus oponentes. Por esta razão, seu princípio norteador era estar preparado para a ação e para o momento certo para agir.

Esta foi a razão para o efeito sobre as massas da sóbria simplicidade de Lênin. Ele era um tribuno do povo incomparável, mas mesmo a sombra de uma atitude retórica era incompatível com sua personalidade; a esse respeito, também, ele era um contraste com o tipo anterior de grandes revolucionários (tenhamos também em mente a este respeito Lassalle e Trótski). Tanto em sua vida privada quanto na pública, ele tinha aversão ao palavreado, a qualquer coisa bombástica ou exagerada. É característico dele que o repúdio político e humano aos “exageros” estivesse sustentado por uma base filosófica objetiva: “Caso a verdade seja exagerada ou os limites de sua validade real transgredidos... ela pode se transformar em absurdo; para além disso, sob tais condições ela deve inevitavelmente transformar-se em absurdo”.

Isto significa que mesmo as categorias filosóficas mais gerais não pertenciam, para Lênin, a uma esfera contemplativa e abstrata generalizada, pois ele as considerava meios prontos a serem entregues para servir à preparação teórica da prática. Ao lutar contra a posição equivocada, eclética e intermediária de Bukhárin na discussão sobre os sindicatos, ele recorreu à categoria de totalidade. A maneira como Lênin aplicou uma categoria filosófica é altamente característica. “A fim de conhecer a fundo um assunto, é preciso apreender e estudar cada um de seus aspectos, relações e o que ele ‘carrega’. Embora nunca cheguemos a isto completamente, a exigência de muitos aspectos nos protegerá de cometer erros e nos tornar rígidos”. A maneira pela qual uma categoria filosófica abstrata — suplementada por reservas epistemológicas quanto à sua aplicabilidade — pode ser aplicada puramente como um princípio orientador para a prática correta é muito esclarecedora.

Essa atitude de Lênin foi ainda mais notável na discussão sobre o tratado de paz de Brest-Litovsk. Tornou-se um lugar-comum histórico que, no que diz respeito à Realpolitik, Lênin estava certo contra os comunistas esquerdistas — que queriam apoiar uma futura revolução alemã com base em considerações internacionalistas — quando clamavam por uma guerra revolucionária, arriscando assim a sobrevivência da República Soviética Russa. Lênin chegou à solução prática correta através de uma análise teórica completa do estado real (So Sein) [3] do processo geral de desenvolvimento revolucionário. A revolução mundial — diz Lênin — precede todos os eventos parciais, mas isso só pode, segundo Lênin, tornar-se uma verdade genuína (isto é, prática) “se não for deixado de lado quão longo e difícil é o caminho que conduz à completa vitória do socialismo”. E em vista da situação então concreta, ele acrescentou: “A verdade muito abstrata torna-se uma frase vazia se for aplicada no caso de alguma situação concreta arbitrária”. Assim, a verdade — como base da prática — difere das fraseologias revolucionárias porque atinge, teoricamente, o estado de ser permanente, necessário e possível, real (So Sein) da situação revolucionária. Os sentimentos mais elevados e a devoção mais auto sacrificial tornam-se uma frase vazia se a essência teórica (So Sein) da situação não tornar possível levar a efeito uma verdadeira prática revolucionária. Isso não significa, é claro, que a prática revolucionária genuína terá necessariamente sucesso. Na época da primeira revolução, após a supressão do levante armado de Moscou, Lênin argumentou veementemente contra Plekhánov, segundo o qual “não deveriam ter pego em armas”, enquanto, na opinião de Lênin, a revolta reprimida impulsionava o processo geral. Todo tipo de analogia, tanto abstrata quanto concreta, bem como a substituição de eventos históricos mundiais por eventos reais, leva à fraseologia; por exemplo, uma comparação entre a França em 1792-93 e a Rússia em 1918, que costumava ser feita quando a paz de Brest-Litovsk era discutida. Uma generalização errônea semelhante foi a tese sensata e autocrítica formulada pelos comunistas após o putsch de Kapp em 1920, na qual eles elaboraram princípios orientadores no caso de um putsch acontecer novamente. Lênin teve que perguntar novamente: como vocês sabem que as forças de reação alemãs vão repetir isso?

A vida inteira de Lênin consistiu em um contínuo estudo; sem isso ele não teria atuado ou formado julgamentos da forma como o fez. Em 1914, após a irrupção da Primeira Guerra Mundial, após problemas com a polícia, ele se refugiou na Suíça. Para fazer bom uso de seu “feriado”, ele colocou sobre si a tarefa de estudar a Lógica de Hegel. Enquanto vivia no subsolo, após os eventos de julho de 1917 [4], seu anfitrião, um trabalhador, louvou a qualidade do pão no almoço: “Eles não ousam vender pão de má qualidade mais!”. Lênin ficou tocado e encantado por esta “avaliação classista consciente das jornadas de julho”. Ele ponderou sobre sua intricada análise e as tarefas decorrentes dela: “No pão eu não havia pensado”, ele escreveu, “nunca tendo vivido eu mesmo na miséria... Graças às análises políticas, o processo de raciocínio prossegue por caminhos complicados e sinuosos para a luta de classes que luta pelo pão, sobre o qual tudo se baseia”. É assim que Lênin adquiriu conhecimento durante toda sua vida, em todos os momentos e em todos os lugares, seja a Lógica de Hegel ou a opinião de um operário sobre o pão.

O estudo em tempo integral e a prontidão para deixar-se ensinar pela realidade deviam-se à absoluta prioridade que ele estava preparado para dar à prática. Este fato em si, mas ainda mais a natureza de seu estudo, produziu uma lacuna intransponível entre Lênin e qualquer outro empirista ou praticante da Realpolitik. Para ele, o lembrete de que a totalidade deve ser a base e o padrão de tudo não foi um mero ponto de debate, ou princípio de ensino. Ele fez exigências muito mais rigorosas sobre si mesmo do que sobre os homens mais estimados com os quais esteve envolvido em controvérsias. Universalidade, totalidade e simples concretude foram as definições decisivas para a realidade na qual se tem de agir; todo tipo de prática se torna verdadeiramente eficiente na medida em que é capaz de abordar estas categorias.

Naturalmente, a história sempre traz situações opostas a todas as teorias até então conhecidas. Além disso, podem surgir situações nas quais é impossível agir de acordo com os princípios corretos e conhecidos como corretos. Lênin já sabia antes de outubro de 1917 que, em uma Rússia economicamente atrasada, seria necessário algum tipo de solução transitória, semelhante à NEP. Entretanto, a guerra civil e a intervenção de potências estrangeiras impuseram o que foi chamado de comunismo de guerra ao Estado soviético, Lênin cedeu à necessidade, mas sem desistir de sua convicção baseada no princípio. Ele fez o que era necessário pelo comunismo de guerra, mas admitindo — em contraste com a maioria de seus contemporâneos — que o comunismo de guerra era a forma correta de uma mudança para o socialismo. Ele decidiu firmemente reverter ao curso teoricamente correto da NEP tão logo a guerra e a intervenção de potências estrangeiras se aproximassem do fim. Ele não era nem um empirista nem um dogmático, mas um teórico da prática que se propôs a traduzir a teoria na prática.

Que fazer? poderia não ser meramente o título simbólico de toda a obra literária de Lênin, mas a ideia teórica fundamental do trabalho, como se fosse um resumo preliminar de seu Weltanschauung [5]. Ele constatou que a luta de classes espontânea encarnada em greves, mesmo naquelas precisas e bem-organizadas, só implantou os germes da consciência de classe no proletariado. Meramente pelas greves os trabalhadores não chegarão à consciência “de que seus interesses estão em irreconciliável oposição ao sistema político e social atual como um todo”. Também neste caso, a totalidade determina a direção correta da consciência de classe que tende à prática revolucionária. Não existe uma prática genuína que não esteja direcionada para a totalidade. Entretanto, o reconhecimento da totalidade nunca pode ser espontâneo. Tem de ser introduzido “de fora”, isto é, com a ajuda da teoria, na consciência daqueles que agem.

Portanto, o domínio geral da prática só pode ser realizado se ele se baseia em uma teoria cujo objetivo e sentido é atingir um conhecimento abrangente. No entanto, a totalidade da existência objetivamente desdobrável é — como Lênin sabia — infinita e, portanto, nunca completamente cognoscível. Assim, parece que um circulo vicioso se desenvolve: processos cognitivos são infinitos, mas agir correta e imediatamente é uma exigência sempre atual. No entanto, na prática podem ser resolvidos problemas que parecem, abstrata e teoricamente, insolúveis. A atitude capaz disso pode ser mais bem descrita nas palavras de Shakespeare: “a prontidão é tudo”. Uma das características mais produtivas de Lênin é que ele nunca deixou de aprender com a realidade e estava sempre pronto para agir ao mesmo tempo. Uma peculiaridade notável e aparentemente paradoxal de sua atividade teórica decorre disso: ele nunca pensou que não tinha mais o que aprender com a realidade e o que quer que soubesse ele organizava de tal forma que fosse capaz de usá-la sempre que necessário em ação.

Tive a sorte de estar presente em uma ocasião em que Lênin teve que mobilizar subitamente um conhecimento que ainda não estava totalmente formado. Isto aconteceu em 1921. O comitê tchecoslovaco do Terceiro Congresso da Comintern estava em sessão. Questões extremamente complicadas estavam envolvidas e parecia que as opiniões divergentes eram irreconciliáveis. De repente, Lênin apareceu e foi convidado a dizer o que pensava sobre os problemas tchecos. Ele se recusou a responder, a princípio; disse que tinha tentado estudar o material, mas assuntos importantes do Estado tinham intervindo; ele tinha conseguido apenas olhar de relance dois jornais que levava consigo no bolso do seu casaco. Somente depois de ser solicitado repetidamente ele concordou em dar suas impressões sobre os dois jornais. Tirando-os de seu bolso, ele forneceu uma análise não-metódica, extemporânea, começando com o artigo principal e terminando com as notícias diárias. No entanto, estes pensamentos improvisados forneceram uma análise aprofundada da situação da então Tchecoslováquia e as tarefas com as quais o Partido Comunista tinha de enfrentar.

Era natural para Lênin — que estava sempre pronto para dar prioridade para a prática quando a questão dos efeitos recíprocos entre teoria e prática estivesse envolvida. Isto era particularmente evidente quando estava prestes a terminar seu principal trabalho teórico, O Estado e a revolução, escrito durante a primeira fase da revolução. Ele o escreveu no subsolo, em um esconderijo, após os dias de julho, e não pôde terminar o último capítulo sobre as experiências de 1905 e 1917 por causa da propagação da revolução. “É mais agradável e útil, ele escreveu em um pós-escrito, “acompanhar as ‘experiências de uma revolução’ do que escrever sobre elas”. Estas palavras são profundamente sinceras. Sabemos que ele sempre quis compensar o que deixou de fazer — aquilo que ele não foi capaz de fazer devido não à sua culpa, mas aos eventos.

Durante os últimos séculos, um importante desenvolvimento na história do comportamento humano foi que a noção do “filósofo” estoico-epicúreo influenciou consideravelmente — mesmo além da filosofia acadêmica — a evolução das visões éticas, políticas e sociais. No decorrer do exercício da influência, o ideal também se transformou; as características ativas e práticas do tipo se tornaram muito mais intensas em comparação com a original. A última e até agora a fase mais alta e importante é a permanente prontidão para agir, uma atitude tão característica de Lênin. É apenas uma fase passageira da história mundial que hoje, quando a manipulação rasga a prática e a desideologização decompõe a teoria, este ideal não é muito valorizado pelos “especialistas”. Além de seus atos e obras, Lênin representa um bem eterno como a encarnação de uma prontidão permanente para a ação: a atitude de Lênin é um novo tipo exemplar da relação entre a ação humana e a realidade.


Notas

[1] Referência ao revolucionário girondino Georges-Jacques Danton. Marx, Engels e Lênin diversas vezes se referiram a seu mote, segundo o qual o mais necessário para uma vitória revolucionária, seria “audácia, mais audácia e sempre mais audácia!”.

[2] Em russo, “populistas”.

[3] Em alemão: “ser-assim”.

[4] As chamadas Jornadas de Julho de 1917, foram caracterizadas por protestos espontâneos dos soldados, marinheiros e operários contra o Governo Provisório — que, culpando os bolcheviques pelos protestos, prendeu inúmeros dirigentes do partido de Lênin.

[5] Em alemão: “visão de mundo”, “filosofia de vida”.