Greve do INSS: Estoque de processos judiciais no INSS aumenta drasticamente em meio à greve e expõe subnotificação feita pelo governo
A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que já ultrapassa os 60 dias, revela não apenas a incapacidade da gestão atual de lidar com as demandas do órgão, mas também uma subnotificação dos servidores em greve por parte do governo Lula.
Por Comando Estadual de Greve do INSS – Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência no Rio Grande do Sul
Nota editorial: Recebemos o seguinte comunicado do Comando Estadual de Greve do INSS no Rio Grande do Sul e decidimos publicá-lo na íntegra. Como já viemos apontando em outras situações, o governo burguês de Lula e Alckmin sistematicamente atenta contra o movimento sindical e, para isso, mascara informações importantes, de profundo interesse da classe trabalhadora. É dessa forma que o governo agita contra a luta dos servidores, assim como combate outras categorias, a exemplo do que foram as greves nas Universidades Federais e na Campanha Nacional dos Bancários. Acreditamos que é preciso divulgar ao máximo esse tipo de manobra antissindical e nosso Órgão Central está sempre à disposição de trabalhadores e trabalhadoras que queiram veicular conteúdos de suas lutas.
A greve dos servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que já ultrapassa os 60 dias, revela não apenas a incapacidade da gestão atual de lidar com as demandas do órgão, mas também uma subnotificação dos servidores em greve por parte do governo Lula. O código de greve não tem sido corretamente contabilizado, levando a uma falsa impressão sobre a real adesão ao movimento.
Embora o governo Lula alegue que o movimento grevista tem sido pouco expressivo, dados obtidos sobre as demandas judiciais, nas quais o INSS é responsável por cumprir, mostram um cenário bem diferente. O acúmulo dessas demandas que em geral reflete os problemas estruturais do órgão, segue em constante crescimento e já representa um aumento de mais de 30% somente no mês de setembro. A greve dos servidores tem exposto essa realidade, destacando que o estoque de processos judiciais está se tornando insustentável.
Grande parte dos processos judiciais reflete problemas estruturais causados também por uma política de automação ineficiente que desconsidera a complexidade do processo de trabalho e a importância da análise da vida laboral do trabalhador. Com isso, os beneficiários são obrigados a recorrer à Justiça para garantir seus direitos, e o tempo médio para a resolução dessas ações já ultrapassa dois anos.
O governo Lula e o gestor do INSS, Alessandro Stefanutto, agem de forma irresponsável ao tentar mascarar a gravidade da situação. Ao subnotificar a adesão à greve e manipular os dados, omitem a realidade que impacta diretamente a vida dos cidadãos, que dependem dos benefícios do INSS. Essa postura não apenas desrespeita os servidores, mas também penaliza a população, que se vê desamparada enquanto os processos se acumulam sem solução à vista.
O aumento exponencial das demandas judiciais em setembro é um reflexo direto da má gestão e da falta de diálogo com os servidores. A greve, longe de ser um movimento pouco expressivo, é uma resposta à ausência de reestruturação e valorização dos servidores, essenciais para garantir o funcionamento eficiente do INSS.