Família palestina é detida ilegalmente em Guarulhos e deportada pela Polícia Federal
Conhecido por denunciar o genocídio em Gaza, o professor Muslim M. A. Abuumar Rajaa e toda a sua família foram surpreendidos pela PF ao desembarcar. Após dias de luta, toda a família foi deportada, inaugurando um novo estágio de cooperação do governo brasileiro com o sionismo.
Por Redação
Nesta sexta-feira, 21/06, o professor palestino Muslim M. A. Abuumar Rajaa, docente da Universidade da Malásia e diretor do Centro de Pesquisa e Diálogo da Ásia e do Oriente Médio (OMEC), foi detido pela Polícia Federal (PF), junto com toda a sua família (esposa, filho de cinco anos e sogra), ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
Assim que desembarcou, a PF perguntou a ele sobre sua posição acerca do genocídio em curso e se apoiava a resistência palestina, o que reforça o caráter ilegal e persecutório da detenção, num ato claro de subserviência da Polícia Federal aos interesses do sionismo, já que o professor denuncia ativamente o genocídio cometido contra o povo palestino. Durante todo o período em que estiveram detidos, Muslim e sua família estavam sob ameaça de extradição.
No sábado, os advogados de Muslim conseguiram uma ordem judicial para suspender a extradição e exigir da PF uma justificativa para a detenção em até 24h. A justificativa publicada pela Polícia Federal beira o racismo: argumentam que o professor seria um “terrorista” e integraria o “alto escalão do Hamas”, sem qualquer evidência concreta desse fato além de um suposto relatório secreto de uma agência estadunidense sem qualquer autoridade legal, contestada até dentro dos EUA por ser frequentemente racista e islamofóbica.
Nem a ONU nem o Brasil sequer reconhecem o Hamas como uma organização terrorista, e a única ligação apresentada pela Polícia Federal para justificar a extradição provém de uma agência estadunidense que sequer tem poder para deter Muslim nos EUA, quem dirá no Brasil. Essa detenção é uma afronta ao direito brasileiro e internacional, e configura clara violação à soberania nacional brasileira, ao passo que a PF permite que uma agência estadunidense paute suas ações.
Mesmo assim, e apesar da luta da Frente Palestina em São Paulo, Muslim foi deportado de volta para a Malásia, o que inaugura um novo estágio da vergonhosa cooperação do governo brasileiro com o genocídio do povo palestino. A história demonstra que aqueles que dificultam a imigração em situações de extermínio de um povo cumprem o papel de cúmplices do genocídio, e devemos lutar firmemente para afastar o Brasil deste perigoso caminho.
A extradição de Muslim, no atual contexto, foi mais um ato do genocídio contra o povo palestino, praticado não diretamente por Israel, mas pelo governo federal brasileiro, colocando nosso país em posição de absoluta submissão aos interesses imperialistas e sionistas. A decisão abre um perigoso precedente de subserviência do Brasil aos interesses imperialistas, abandonando mesmo os mais básicos direitos humanos para submeter os povos que resistem a opressão.
Os comunistas brasileiros repudiam veementemente essa nova demonstração da opressão sionista e de violação à soberania nacional brasileira, e protestam pela exposição dos responsáveis pela ordem arbitrária e ilegal de detê-los e deportá-los, e por sua remoção de qualquer posição de autoridade. Seguiremos lutando para que o governo federal rompa completamente todas as relações militares, econômicas e diplomáticas com o Estado genocida de Israel.