Construir a Oposição Bancária no Rio de Janeiro

É urgente a construção de uma oposição sindical sólida e orgânica para disputar os sindicatos e corrigir seus rumos, independente de patrões e governos da ordem. Essa construção passa por uma política revolucionária e classista nas bases, denunciando o oportunismo dos chefes sindicais.

Construir a Oposição Bancária no Rio de Janeiro

Nota política pela Fração Nacional de Bancários do PCBR

Em 2018, o velho PCB tomou a decisão de compor com a CUT e a CSP Conlutas para as eleições da direção do sindicato de Bancários do Rio de Janeiro, para articular uma espécie de frente única contra o governo Bolsonaro.

Entretanto, nos últimos anos, essa diretoria cumpriu o papel de manter o sindicato como freio da luta de classes, submetendo sua política aos limites do quadro jurídico-burguês e ao economicismo. Ao mesmo tempo, a categoria bancária tem amargado retirada de direitos, terceirizações, reajustes pífios frente ao lucro do setor, além do adoecimento causado pelas metas abusivas impostas pela burguesia financeira.

Se é verdade que esse quadro desolador é resultado de um projeto neoliberal mais amplo, que visa intensificar a exploração do proletariado a qualquer custo, por outro lado, a direção majoritária do movimento sindical bancário, isto é, CONTRAF-CUT e CTB, subordinam completamente as possibilidades de luta aos acordos de cúpulas.

Com a aproximação das novas eleições para a diretoria deste sindicato, avaliamos coletivamente a continuidade de nossa participação na gestão, tendo em vista a manutenção de certos trabalhos na diretoria, e a preservação de nossa independência política em relação à CONTRAF-CUT. Contudo, essa forma de inserção na estrutura do Sindicato dos Bancários não gerou ganhos políticos mais relevantes do que as experiências de luta pela base em que o partido está inserido, como em São Paulo, no Distrito Federal e na Bahia.

A última campanha salarial deu novos contornos a essa questão. O retorno de Lula-Alckmin à presidência alavancou o burocratismo da CUT, que promoveu uma política de medo nos bancários, sob o falso pretexto de que qualquer movimentação ou greve dos trabalhadores poderia enfraquecer o governo federal e fortalecer a extrema-direita. Chegaram ao cúmulo de afirmar que a rejeição do rebaixado acordo de trabalho deixaria os trabalhadores sem direitos, como se não houvesse disposição de luta da categoria.

Diferentemente desse discurso, o que se viu foi uma rebelião nas bases, que rejeitou o acordo na CAIXA em primeira votação e entrou em greve no Amazonas, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Paraíba e Rio de Janeiro, mesmo que à revelia das direções sindicais pelegas, como apontamos no texto “A Campanha salarial de 2024 e a importância de uma oposição sindical combativa”.

É urgente a construção de uma oposição sindical sólida e orgânica para disputar os sindicatos e corrigir seus rumos, independente de patrões e governos da ordem. Essa construção passa por uma política revolucionária e classista nas bases, denunciando o oportunismo dos chefes sindicais.

Neste sentido, e após amplo debate interno, a Fração dos Bancários entendeu que essa tarefa exige a ruptura com a atual diretoria cutista do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Rio de Janeiro. Aprovamos que nossos esforços devem ser dedicados para a construção de uma chapa de oposição à CUT localmente, utilizando da agitação em prol da chapa e sua consequente campanha como ferramentas para impulsionar a oposição bancária local e nacionalmente.