Comunistas respondem a Nicolás Maduro: “Senhor presidente, você dirige um ônibus com corruptos”
A militância da célula Pío Tamayo do PCV alertou que estas falsas acusações do presidente Maduro, emitidas "com cretinismo descarado", dão lugar a "uma nova fase de agressão: a dos falsos positivos, para montar relatórios fraudulentos contra a verdadeira, legítima e genuína militância do PCV.”
Por Tribuna Popular
Foram registradas nas últimas horas a indignação e rejeição dentro das fileiras do Partido Comunista da Venezuela (PCV) depois que Maduro, no dia 4 de janeiro, confirmou sua participação no golpe judicial ao PCV e declarou – sem prova alguma – que suas lideranças legítimas eleitas pelo XVI Congresso Nacional, “renderam-se” à “corrupção” e ao “imperialismo”.
Da câmara da Assembleia Nacional, o Chefe de Estado fez questão de saudar Henry Parra, o operador político do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) que foi designado a levar a cabo o roubo da sigla do PCV; porém o estelionatário não estava presente no local.
A célula Pablo Neruda do PCV, no estado de Aragua, criticou:
“Com as suas mentiras, mesmo que repetidas mil vezes – como parece que aprenderam com os regimes fascistas –, não conseguirão esconder o assalto e a intervenção cometida pela liderança governamental contra o PCV, utilizando mercenários e ações fraudulentas da Câmara Constitucional do Supremo Tribunal de Justiça”.
Por sua vez, a militância da célula Silvino Varela do PCV em Caracas declarou em comunicado: “Senhor presidente Nicolás Maduro, é você quem dirige um ônibus com corruptos e tenta uma manobra para continuar enganando nosso povo."
Também da capital venezuelana, o pleno da célula de Alberto Bustos Fernández advertiu que “as venezuelanas e venezuelanos sabem quem são os verdadeiros corruptos e traidores do povo; e sabem que somos os incorruptíveis e leais à classe trabalhadora.”
A organização lembrou que enquanto o ex-ministro Rafael Ramírez estava à frente da PDVSA, o PCV solicitou uma investigação sobre sua gestão, “mas Cilia Flores e Diosdado Cabello impediram a Assembleia Nacional de investigá-lo” e “Maduro o protegeu nomeando-o Embaixador da Venezuela na ONU".
Seguindo a mesma linha, a célula Pedro Pascual Abarca do PCV em Portuguesa afirmou: “O povo venezuelano sabe que a cúpula do PSUV está tomada pela corrupção e rendeu-se ao imperialismo”.
A célula de Caracas, Raúl Reyes, dirigiu-se também ao Chefe de Estado para lhe lembrar que “é você quem promove a corrupção protegendo o ex-ministro do Petróleo, o criminoso Tarek El Aissami” e acrescentaram: “Lembramos também que o partido que você preside se caracterizou como um canteiro de corruptos, como ficou demonstrado com dezenas de militantes do PSUV presos por corrupção”.
“É oportuno explicar [ao presidente] que Hugbel Roa não é membro do PCV, nem Tarek El Aissami, que muito roubaram através do seu Governo”, disse a célula César Vallejo do PCV em Nueva Esparta.
Do município de Sucre, no estado de Miranda, o secretariado da célula Ernesto Che Guevara garantiu ao Primeiro mandatário que “toda a aparelhagem de comunicação do seu Governo será inútil para lavar a cara da gestão mais corrupta que a nossa história já conheceu” e apontaram: “Você tem o desprezo da maioria das venezuelanas e venezuelanos. Nem você, nem a cúpula do seu governo, representam os valores da dignidade, da honestidade e da ética sagrada do público.”
Em Guárico, a célula de Jerónimo Carrera fez um balanço da política antipopular da cúpula governamental e afirmou que “o presidente da República que hoje se ajoelha diante do capital nacional e transnacional, não tem qualquer tipo de ética ou moral para nomear e atacar o Partido Comunista da Venezuela, e deveria – em vez disso – dedicar-se a resolver os elevados níveis de corrupção, mediocridade e ineficiência que têm caracterizado a sua gestão governamental.”
A militância da célula Pío Tamayo do PCV alertou que estas falsas acusações do presidente Maduro, emitidas "com cretinismo descarado", dão lugar a "uma nova fase de agressão: a dos falsos positivos, para montar relatórios fraudulentos contra a verdadeira, legítima e genuína militância do PCV.”