Comunistas do PCB-RR participam do Congresso Nacional da Organização Comunista (Alemanha)
Durante o evento, o PCB-RR apresentou suas perspectivas, abordando questões internacionais, divisões no Movimento Comunista Internacional (MCI) e os desafios enfrentados no Brasil.
Por Gustavo Pedro
Os comunistas do PCB-RR participaram, por meio de uma representação de seu Comitê Nacional Provisório, do Congresso Nacional da Organização Comunista – Alemanha (Kommunistische Organisation – KO, em alemão), acontecido entre os dias 13 e 15 de janeiro na Alemanha. A realização do congresso da KO teve como foco aprofundar o entendimento das diferentes visões presentes no Movimento Comunista Internacional (MCI) sobre o imperialismo e dos debates acerca da construção de organizações revolucionárias no atual cenário global. Ambas são polêmicas que vêm se intensificando no movimento comunista, principalmente desde o início da guerra na Ucrânia, em uma firme luta ideológica de organizações marxistas-leninistas contra o oportunismo e o reformismo.
A Kommunistische Organisation (KO) surgida em 2018, após a cisão do Partido Comunista Alemão – DKP, vem organizando um processo de aprofundamento de debates, com objetivo de consolidar uma linha política revolucionária marxista-leninista. O congresso visou, portanto, avançar na consolidação de uma base ideológica comum entre comunistas alemães, além de fortalecer a construção de um partido comunista que possa ser a força dirigente de vanguarda do proletariado na Alemanha.
Os principais debates ocorridos
O Congresso Internacional realizado recentemente na Alemanha marcou três dias de debates intensos, focalizando a estratégia revolucionária diante do imperialismo na Alemanha e na Europa. O evento ocorreu em meio a um período de reorganização do pólo revolucionário do movimento comunista na região, destacando-se a necessidade de dissolução da Iniciativa Comunista Europeia (ICE), que anteriormente era vista como um espaço de cooperação entre os partidos comunistas e operários europeus.
A ICE encontrava-se politicamente estagnada desde 2022, devido a divergências inconciliáveis entre os partidos que a compunham. Parte desses partidos, influenciados por correntes social-chauvinistas, alinhou-se à burguesia russa e ao governo Putin, contrastando com aqueles que se posicionaram firmemente contra a guerra imperialista entre o bloco euroatlântico liderado pela OTAN e o Estado burguês russo. Essa guerra afeta a classe trabalhadora ucraniana e europeia, enquanto ambos os lados buscam a manutenção de seus interesses estratégicos.
O congresso contou com a participação de organizações comunistas russas e ucranianas, que se posicionaram contra a guerra imperialista. Além disso, destacaram-se debates sobre solidariedade à luta do povo palestino e a contribuição de partidos comunistas latino-americanos, como o Partido Comunista do México (PCM), o Partido Comunista da Venezuela (PCV) e o Movimento em Defesa da Reconstrução Revolucionária do Partido Comunista Brasileiro (PCB-RR), em um momento dedicado especificamente ao aprofundamento do entendimento comum sobre a conjuntura das lutas na América Latina e da experiência de organização revolucionária no continente.
Durante o evento, o PCB-RR apresentou suas perspectivas, abordando questões internacionais, divisões no Movimento Comunista Internacional (MCI) e os desafios enfrentados no Brasil. Foram discutidos temas como a distorção do centralismo democrático e o reboquismo frente a forças pequeno-burguesas e as tentativas de abandono do marxismo-leninismo.
As aproximações entre as organizações
As organizações presentes destacaram a importância da reorganização revolucionária do movimento comunista internacional, enfatizando a recusa em tomar qualquer lado que não o do proletariado nas atuais disputas interimperialistas. Houve consenso sobre a necessidade de combater ilusões propagadas pela social-democracia e liberais de esquerda, que promovem alianças eleitorais com as classes dominantes. Também foi fomentado o comprometimento em serem a vanguarda revolucionária de seus países, reforçaram a importância de garantir a independência política da classe trabalhadora, a solidariedade e disposição para a luta em direção ao socialismo-comunismo.