Aumento para R$ 6,20, mantém tarifa de ônibus em Campinas (SP) como uma das mais caras do país
Agora, quem utiliza o vale-transporte sem o Bilhete-Único paga R$ 6,20, enquanto o valor para o Bilhete-Único é de R$ 5,70. Esses valores tornam a tarifa de Campinas superior a de 22 capitais brasileiras, incluindo o DF, e R$ 1,30 mais cara que a de São Paulo, a maior metrópole do país.

Por Redação
O ano de 2025 começou com uma notícia que tem causado indignação entre os trabalhadores e usuários do transporte público de Campinas (SP): o aumento da passagem de ônibus. Agora, quem utiliza o vale-transporte sem o Bilhete-Único paga R$ 6,20, enquanto o valor para o Bilhete-Único é de R$ 5,70. Esses valores tornam a tarifa de Campinas superior a de 22 capitais brasileiras, incluindo o Distrito Federal, e R$ 1,30 mais cara que a de São Paulo, a maior metrópole do país.
Com isso, Campinas se aproxima das tarifas mais altas do Brasil, atrás apenas de cidades como Curitiba (R$ 6,00) e Florianópolis, que lidera o ranking com R$ 6,90. Os dados foram obtidos a partir da reportagem da CNN Brasil.
O reajuste tem gerado debates intensos sobre a viabilidade econômica para os trabalhadores e a transparência na gestão do transporte público municipal.
Quem está por trás do aumento?
O prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), que iniciou seu segundo mandato com promessas de melhorias em vários setores, enfrenta críticas por conta do impacto financeiro gerado por essa decisão. Dário justificou a medida como necessária para sustentar a operação do transporte. Entretanto, o peso da decisão recai principalmente sobre os trabalhadores e estudantes que dependem dos ônibus diariamente.
O Grupo Belarmino, um dos maiores conglomerados de transporte do país, também está no centro das discussões. Com uma frota de mais de 6 mil veículos e uma presença consolidada em diversos segmentos de transporte, a empresa é a principal beneficiária do modelo atual, que perpetua altos lucros às custas da população.
Por que o aumento não beneficia o trabalhador?
A tarifa elevada em Campinas é mais um exemplo de como a gestão do transporte público prioriza interesses empresariais em detrimento das necessidades da população. Enquanto os lucros do Grupo Belarmino são assegurados, os trabalhadores enfrentam dificuldades crescentes para equilibrar o orçamento familiar. Para muitos, o custo do transporte compromete uma parcela significativa da renda, prejudicando diretamente sua qualidade de vida.
Em contraponto, há cidades ao redor do mundo que implementaram sistemas de transporte público gratuitos ou subsidiados de forma eficiente. Campinas tem capacidade para adotar soluções semelhantes, seja através da reestruturação da arrecadação fiscal ou da redistribuição de recursos municipais. No entanto, a manutenção do modelo atual indica uma preferência por preservar interesses de grandes grupos empresariais, como o Grupo Belarmino, em troca de possíveis benefícios políticos.
Há alternativas para um transporte público mais acessível?
Especialistas em mobilidade urbana apontam que é possível tornar o transporte público de Campinas gratuito ou significativamente mais barato. Isso poderia ser alcançado através de iniciativas como: impostos progressivos – cobrança de impostos maiores sobre empresas que lucram com o transporte ou setores correlatos; subsídios governamentais – aumentar o subsídio ao transporte, redistribuindo receitas arrecadadas de impostos sobre grandes empresas; gestão transparente – revisão das licitações e contratos para assegurar que os recursos sejam utilizados de forma eficiente e beneficia a população.
O aumento da tarifa de ônibus em Campinas não só penaliza trabalhadores e estudantes, como também reforça um sistema que beneficia poucos às custas da maioria. É urgente que a população questione as prioridades da gestão municipal e exija soluções que coloquem o interesse público acima dos lucros empresariais. A mobilidade urbana acessível e de qualidade é um direito de todos e não deve ser tratada como privilégio.