Campanha internacional de solidariedade aos presos políticos em Guilguite-Baltistão
O Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) une-se ao chamado de solidariedade internacional aos presos políticos da região de Guilguite-Baltistão, no Paquistão.

O Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) une-se ao chamado de solidariedade internacional aos presos políticos da região de Guilguite-Baltistão, no Paquistão. Militantes revolucionários, comprometidos com as lutas populares, e que integram o Comitê de Ação Awami, são vítimas da perseguição política promovida pelo Estado paquistanês.
O regime burguês do Paquistão, profundamente anticomunista, em mais uma ação com o objetivo de frear as lutas populares do país, prendeu o camarada Ehsan Ali, dentre outros militantes, submetendo-os à situações de torturas e abusos. Caracterizado por uma situação de clandestinidade e perseguição, os comunistas paquistaneses atuam nas justas lutas do proletariado do país.
Com o objetivo de dar maior visibilidade e demonstrar nossa solidariedade, reproduzimos abaixo o material confeccionado pelos camaradas da Organização Comunista Internacionalista, que no Brasil, têm encabeçado tal movimento. Novamente, nos colocamos solidários aos presos políticos e exigimos sua imediata libertação!
“A situação até o momento
Guilguite-Baltistão é uma região administrativa do Paquistão. Corrupção, exploração e roubo a deixaram em um estado extremo de pobreza e subdesenvolvimento, embora o território seja abundante em recursos naturais, especialmente minerais e água.
O regime administrativo saqueia Guilguite-Baltistão continuamente em nome de seus senhores em Islamabad. Os moradores locais estão privados de seus meios de subsistência e terras, e o vibrante ecossistema local foi destruído.
Eshan Ali (do Partido Comunista Inqalabi) criou um Comitê de Ação Awami (uma forma de organização de defesa comunitária) em Guilguite-Baltistão, em 2014.
O Comitê de Ação Awami de Guilguite-Baltistão (AAC-GB) luta incansavelmente em nome da população há mais de uma década, fazendo campanha por direitos democráticos, pela manutenção de subsídios aos produtos básicos, como a farinha de trigo, e pelo fornecimento de serviços básicos de saúde e educação para a população da região. O AAC-GB também resiste à destruição ambiental infligida ao território pela intensa exploração capitalista.
No ano passado, após um movimento de massas bem-sucedido concluído em fevereiro, o governo de Guilguite-Baltistão, sob os ditames de Islamabad, incluiu Ali na Quarta Lista: uma medida antiterrorismo que o colocou sob vigilância contínua das autoridades. Mas isso não deteve sua atividade política.
Em fevereiro de 2024, dezenas de milhares de pessoas de toda a região de Guilguite-Baltistão se mobilizaram para um protesto vitorioso na cidade de Guilguite, liderado pelo Comitê de Ação Awami sob a direção de Ehsan Ali. As manifestações exigiam a restauração do subsídio à farinha de trigo, além de reivindicações por emprego, saúde e educação.
Em abril de 2025, um novo movimento eclodiu no distrito de Diamer: milhares de pessoas, afetadas pela construção de uma enorme barragem, protestaram por indenizações. Ehsan Ali foi convidado como orador principal no comício central dos manifestantes. Posteriormente, o governo foi forçado a aceitar parcialmente as reivindicações do movimento.
A gota d’água foi uma reunião de massas planejada para os dias 24 e 25 de maio, que daria continuidade à luta pelos direitos prometidos — mas não cumpridos — pelo governo, além de se opor ao projeto de lei de reforma agrária apresentado na assembleia de Guilguite-Baltistão, que deixaria a região ainda mais vulnerável à pilhagem.
No dia 15 de maio, o governo lançou uma onda de prisões contra os dirigentes do AAC-GB, numa tentativa de decapitar a organização. Até o momento, 11 pessoas foram presas. Todos estão sendo julgados sob leis antiterrorismo, e, por isso, tiveram os pedidos de fiança negados.
Outros membros proeminentes do Comitê de Ação Awami, embora não detidos, foram colocados sob vigilância e tiveram seus movimentos severamente restringidos.
Os camaradas enfrentam tortura e abusos na prisão. Ehsan Ali, de 60 anos, encontra-se em péssimas condições físicas. Ele chegou a ser transferido para um hospital, mas foi devolvido à prisão após se recusar a assinar uma declaração de lealdade ao Paquistão e de condenação aos demais dirigentes presos.
Nossa campanha apresenta as seguintes reivindicações:
1. A libertação imediata de Ehsan Ali e de todos os membros do AAC-GB.
2. A anulação do caso forjado contra eles.
3. A remoção imediata do nome de Ehsan Ali da Quarta Lista.
4. A restauração imediata de seu direito à livre circulação.
5. O fim de todas as restrições às suas atividades políticas.
6.A aceitação imediata de todas as reivindicações do AAC-GB.”