Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 809

Chefes da indústria bélica israelense afirmam que o genocídio em Gaza impulsionou lucros ao transformar armas usadas contra palestinos em produtos “testados em combate”, elevando exportações e contratos internacionais.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 809
Reprodução: Flash90

Tráfico de armas israelense lucra com genocídio em Gaza

Fabricantes de armas israelenses vangloriaram-se abertamente da “eficácia” de seus produtos em Gaza como ferramenta de marketing durante a conferência DefenseTech Week, realizada em Tel Aviv no início deste mês, segundo um relatório do Drop Site News publicado em 23 de dezembro.

O veículo afirmou ter obtido gravações de áudio nas quais executivos da defesa israelense ligam abertamente as vendas de armas e o valor das exportações ao seu uso em Gaza.

No dia de abertura da conferência, Boaz Levy, presidente e CEO da Israel Aerospace Industries (IAI), declarou que os conflitos em múltiplas frentes ao longo dos últimos dois anos validaram os produtos da empresa para os mercados internacionais.

Levy acrescentou: “Começando por Gaza e passando pelo Irã e pelo Iêmen, eu diria que muitos, muitos produtos da IAI estiveram lá.”

O modelo de negócios da IAI depende fortemente das vendas externas, com 80% de suas atividades voltadas aos mercados de exportação e apenas 20% às vendas domésticas.

Ele informou US$ 27 bilhões em novos pedidos e aproximadamente US$ 7 bilhões em vendas anuais.

O major-general israelense Amir Baram, diretor-geral do Ministério da Defesa de Israel, discursou aos participantes no primeiro dia.

“Não se trata de projetos de laboratório ou conceitos em PowerPoint”, disse ele. “São sistemas comprovados em combate. É isso que tecnologia de defesa significa em Israel, e isso redefiniu a identidade global de Israel. Por anos, Israel foi conhecido mundialmente como uma nação cibernética.”

“Hoje, evoluímos para uma verdadeira nação de tecnologia de defesa”, acrescentou.

Gili Drob-Heistein, diretora executiva do Centro Interdisciplinar de Pesquisa em Cibersegurança Blavatnik, creditou os últimos dois anos de uso de armas contra palestinos por transformar Israel de “nação startup” em líder da indústria de defesa, observou o relatório, caracterizando o genocídio em Gaza e as agressões ao redor que eclodiram desde o seu início como uma “guerra que nos foi imposta”.

A Elbit Systems relatou lucros recordes em novembro, impulsionados por vendas durante o ataque genocida, ao mesmo tempo em que divulgou uma carteira de encomendas de US$ 25,2 bilhões.

No encontro da DefenseTech Week, o vice-presidente executivo da Elbit Systems, Yehoshua Yehuda, esteve presente e usou seu tempo para promover tecnologias capazes de atingir alvos medindo “menos que um pixel”.

Recentemente, o Departamento de Defesa da Austrália vem testando armamentos com inteligência artificial da empresa israelense Smartshooter Ltd., comercializados abertamente como “comprovados em combate” por meio de sua implantação durante o genocídio de Israel em Gaza.

O SMASH 3000 é um sistema de pontaria que pode ser acoplado a armas de fogo já existentes e utiliza IA para “detectar, rastrear e travar em alvos, aumentando drasticamente a probabilidade de acerto”.

O acessório de alta tecnologia é anunciado abertamente como testado em combate contra palestinos — uma designação usada para cobrar preços mais altos por produtos militares.

A Smartshooter, que vendeu suas armas testadas em Gaza para os EUA, o Reino Unido e a Europa, enquadra o teste australiano como parte de sua expansão global.

Alguns dias antes, o Intelligence Online revelou os Emirados Árabes Unidos como o comprador não divulgado por trás do maior contrato de armas já firmado pela Elbit Systems, no valor de US$ 2,3 bilhões, anunciado em novembro para “sistemas avançados de defesa” a serem entregues ao longo de oito anos.

A revelação confirmou o aprofundamento da colaboração militar EAU–Israel mantida durante o genocídio de palestinos em Gaza por Tel Aviv. O Drop Site observa que os EAU “estão financiando e armando as Forças de Apoio Rápido [RSF] no Sudão, um grupo militante que conduz uma campanha de massacre em massa que está a caminho de eclipsar o genocídio em Gaza, se é que já não o fez”.

A Europa permanece entre os mercados de armas mais lucrativos para Israel.

Em agosto, a Elbit assinou um contrato de US$ 1,63 bilhão com a Sérvia, um acordo de cinco anos para foguetes de artilharia de precisão, drones de combate, sistemas de guerra eletrônica e modernizações de veículos.

Em setembro, a Elbit também garantiu um acordo com a Albânia para fornecer artilharia, morteiros e drones táticos, além de estabelecer linhas domésticas de produção de armas, segundo o Haaretz.

A revista Private Eye informou em agosto que o Ministério da Defesa do Reino Unido está buscando um contrato de US$ 2,7 bilhões que posicionaria a Elbit como parceira estratégica no treinamento de até 60 mil soldados britânicos por ano.

Somente em 2024, a Europa comprou US$ 8 bilhões em armas israelenses, com expectativa de aumento da demanda à medida que os membros da OTAN se comprometem a elevar os gastos com defesa para 5% do PIB até 2035.

Comunicado do Ministério da Saúde em Gaza

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Nas últimas 48 horas, chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza 13 mártires, sendo 6 novos e 7 recuperados dos escombros, além de 20 feridos.

Ainda há várias vítimas sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e da defesa civil continuam impossibilitadas de chegar até elas até o momento

Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):

·         Total de mártires: 401

·         Total de feridos: 1.108

·         Total de corpos recuperados: 641

O número total de vítimas da agressão israelense aumentou para 70.925 mártires e 171.185 feridos desde 7 de outubro de 2023.