Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 808

Governo israelense rejeita moção para estabelecer uma comissão de inquérito sobre a operação de 7 de outubro de 2023, avançando um projeto de lei controverso para criar uma investigação nomeada politicamente.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 808
Reprodução: Reuters.

Governo avança investigação da ocupação sobre 7 de outubro

O governo israelense rejeitou, em 22 de dezembro, uma moção para estabelecer uma comissão estatal de inquérito sobre a operação do Hamas de 7 de outubro de 2023, avançando um projeto de lei controverso para criar uma investigação nomeada politicamente.

Membros do Comitê de Controle do Estado do Knesset votaram por 5 a 4 contra a moção da oposição para uma comissão estatal de inquérito. “Voltaremos a levantar a questão e não vamos desistir”, disse Alon Schuster, do partido Azul e Branco.

Isso ocorreu no momento em que um projeto de lei, apresentado pelo deputado do Likud Ariel Kellner para criar uma investigação política, foi aprovado na madrugada de 22 de dezembro pelo Comitê Ministerial de Legislação.

A proposta será votada no Knesset ainda esta semana. Ela estipula que o governo israelense terá controle supremo sobre os temas a serem investigados.

Também prevê a nomeação de seis membros do comitê “por amplo acordo” entre a oposição e a coalizão governista — incluindo uma maioria especial de aprovação de 80 votos no Knesset.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já havia sugerido a ideia de alcançar um consenso com a oposição sobre a composição do comitê investigativo. O que a oposição exige, entretanto, nada mais é que uma comissão de apuração nos termos da lei da ocupação.

“Aqueles diretamente responsáveis pelo desastre nomearão uma comissão de encobrimento cujo único objetivo é absolvê-los de culpa. Isso não os ajudará. Eles são culpados”, disse na segunda-feira o líder da oposição do partido Yesh Atid e ex-primeiro-ministro, Yair Lapid.

“Este comitê não foi criado para investigar a verdade; foi criado para enterrar a verdade. Os políticos o controlarão, e seu objetivo é contaminar os depoimentos, destruir provas, enganar e confundir o público”, acrescentou, chamando-o de um “atestado de óbito da verdade”.

“Agora eles estão tentando apagar a realidade, moldá-la, enganar a todos nós. Com esta proposta, o governo controla as audiências, a convocação de testemunhas e a definição da pauta. Eles interrogarão o falecido Yitzhak Rabin muito antes de interrogarem Netanyahu.”

Outros líderes da oposição criticaram duramente a proposta, incluindo Benny Gantz e Avigdor Lieberman.

“Existe algo mais antinacional do que o ‘comitê nacional’ de inquérito que o [primeiro-ministro Benjamin] Netanyahu quer estabelecer? Um comitê cujos membros serão escolhidos pelos partidos que estavam no governo e no gabinete na véspera do fracasso?”, disse Gantz.

Uma Comissão Estatal é o mais alto nível de investigação no sistema jurídico israelense e, tradicionalmente, é conduzida de forma independente — ao contrário das investigações nomeadas pelo governo.

No mês passado, o governo de Netanyahu anunciou que avançaria com a investigação governamental, apesar de meses de tensão com a oposição sobre o tema.

O premiê e seu governo citam a falta de confiança pública na Suprema Corte de Israel, que, segundo eles, não deveria receber autoridade para escolher os membros do comitê investigativo. A coalizão também havia rejeitado, no início deste ano, um projeto de lei da oposição para estabelecer uma Comissão Estatal.

Diversos relatos surgiram desde o início do genocídio em Gaza, revelando que as autoridades israelenses ignoraram múltiplos alertas sobre a Operação Inundação de Al-Aqsa do Hamas, em 7 de outubro.

Também surgiram quantidades significativas de evidências sobre a implementação, por Israel, da chamada “Diretiva Hannibal” — uma medida adotada para impedir a captura de israelenses.

Helicópteros e tanques israelenses abriram fogo indiscriminadamente contra os assentamentos que foram invadidos por combatentes do Hamas naquele sábado, causando destruição em massa e vítimas israelenses, conforme confirmaram testemunhos.

Comunicado do Ministério da Saúde em Gaza

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Nas últimas 48 horas, chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza 13 mártires, sendo 6 novos e 7 recuperados dos escombros, além de 20 feridos.

Ainda há várias vítimas sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e da defesa civil continuam impossibilitadas de chegar até elas até o momento

Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):

  • Total de mártires: 401
  • Total de feridos: 1.108
  • Total de corpos recuperados: 641

O número total de vítimas da agressão israelense aumentou para 70.925 mártires e 171.185 feridos desde 7 de outubro de 2023.