Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 804
Os direitos de prisioneiros, mártires e feridos são inegociáveis, e tratá-los como assistência social aceitando as condições da ocupação é inaceitável. É preciso um diálogo nacional para preservar direitos, dignidade e transparência.
FPLP: Direitos dos prisioneiros e dos mártires são um compromisso inegociável
O Bureau dos Prisioneiros, Mártires e Feridos da Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) acompanha os recentes desdobramentos relacionados ao sistema de proteção social, em especial o que foi mencionado no comunicado da “Instituição Nacional Palestina de Desenvolvimento Econômico”, em resposta às declarações do governo de ocupação, e afirma o seguinte:
Os direitos financeiros dos prisioneiros, mártires e feridos são uma linha vermelha e um direito legal e nacional, derivado de sua posição como símbolos da luta palestina. Restringir o pagamento desses benefícios apenas ao critério de “necessidade social” ignora as dimensões políticas e jurídicas garantidas a esses grupos combatentes pelos sucessivos sistemas palestinos.
Rejeitamos absolutamente a transformação do dossiê dos direitos dos prisioneiros, mártires e feridos em um caminho “social” por meio da “Instituição de Desenvolvimento Econômico”, e consideramos isso uma falha política que concedeu à ocupação cobertura para a pirataria de nossos recursos. Reafirmamos que essa instituição não tem autorização para apresentar quaisquer compromissos ou esclarecimentos que afetem os direitos desse segmento combatente, e renovamos nossa exigência de cancelar imediatamente essa orientação e restaurar a consideração da “Lei de Assistência aos Prisioneiros” como a única referência nacional, não passível de barganha.
A campanha de incitação liderada por ministros do governo de ocupação visa criminalizar a luta palestina e rotulá-la como terrorismo. Portanto, consideramos que a resposta a essas alegações deve basear-se na defesa da legitimidade dos direitos palestinos e dos direitos e sacrifícios dos prisioneiros e mártires, em vez de apresentar justificativas e compromissos internacionais que possam ser interpretados como uma resposta às pressões da ocupação ou um recuo em relação aos compromissos nacionais.
Convidamos a liderança palestina oficial e as partes competentes a revisar os novos mecanismos incluídos nessa lei. Ressaltamos que a revogação dos sistemas anteriores que organizavam os direitos dos prisioneiros de acordo com os anos de prisão e sacrifício, substituindo-os por um sistema de investigação social, está fora do consenso nacional e é rejeitada por todos os setores do nosso povo. Isso também desperta séria preocupação entre milhares de famílias e leva à exclusão de amplos grupos que se sacrificaram pela pátria.
Embora reafirmemos a importância da boa governança e da transparência em nossas instituições nacionais, enfatizamos que a reforma deve partir do interesse do nosso povo e do consenso nacional, longe de quaisquer condicionantes internacionais que afetem a essência da causa palestina ou a dignidade dos combatentes e de suas famílias.
Exigimos a abertura de um diálogo nacional abrangente que inclua as forças políticas, instituições de direitos humanos e representantes dos prisioneiros, para chegar a uma fórmula que preserve a posição moral dos prisioneiros, dos mártires e de suas famílias, bem como seus direitos financeiros fixos, como um direito nacional inalienável.
A fidelidade aos sacrifícios dos prisioneiros e mártires é o verdadeiro critério do sistema de proteção social. A experiência demonstrou que sacrificar os direitos dos combatentes apenas abriu caminho para mais pressões, condições e concessões, cujo preço será pago por todo o nosso povo.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Nas últimas 24 horas, chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza 3 mártires, sendo 2 novos e 1 recuperado dos escombros, além de 5 feridos.
Ainda há várias vítimas sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e da defesa civil continuam impossibilitadas de chegar até elas até o momento.
Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):
• Total de mártires: 379
• Total de feridos: 992
• Total de corpos recuperados: 627
O número total de vítimas da agressão israelense aumentou para 70.369 mártires e 171.069 feridos desde 7 de outubro de 2023.