Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 802

Imagens de satélite revelam que Israel destruiu ou danificou 48% do Campo de Refugiados de Nur Shams, em Tulkarem. A ONU alerta para novas demolições e o risco de deslocamento permanente na Cisjordânia ocupada.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 802
Reprodução: Redes sociais.

Campo de refugiados em Tulkarem é destruído

Imagens de satélite mostraram que 48% da infraestrutura do campo de refugiados de Nur Shams, próximo à cidade ocupada de Tulkarem, na Cisjordânia, foi danificada ou destruída por Israel desde o início deste ano.

Em um comunicado divulgado em 16 de dezembro, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) afirmou que Tel Aviv ordenou recentemente a demolição de mais 25 edifícios no campo.

“Mais notícias devastadoras do norte da Cisjordânia: outra ordem de demolição foi emitida pelas forças israelenses contra o Campo de Nur Shams. Cerca de 25 edifícios agora enfrentam demolição iminente a partir de 18 de dezembro, afetando centenas de refugiados palestinos deslocados à força”, disse a UNRWA.

“As imagens de satélite falam por si: mesmo antes dessa última ordem, cerca de 48% do total de edifícios no Campo de Nur Shams já haviam sido danificados ou destruídos. Essa nova ordem de demolição se encaixa no padrão que vimos repetidas vezes neste ano, com as forças israelenses destruindo casas para possibilitar seu controle de longo prazo sobre os campos no norte da Cisjordânia, alterando permanentemente sua topografia”, acrescentou. “Justificadas por ‘necessidade militar’, essas demolições não tornam ninguém mais seguro.”

“O deslocamento forçado de mais de 32 mil refugiados palestinos no norte da Cisjordânia não deve se tornar permanente. Os moradores aguardam ansiosamente há onze meses para retornar às suas casas. A cada golpe das escavadeiras, essa esperança se torna cada vez mais distante.”

O exército israelense ocupa vários campos de refugiados na Cisjordânia desde janeiro deste ano, quando lançou uma grande operação no território, iniciada na cidade de Jenin. Desde então, vem realizando uma campanha sistemática de destruição e deslocamento.

Dezenas de milhares de palestinos foram arrancados de suas casas na Cisjordânia ocupada desde o início do ano, principalmente em Jenin e Tulkarem. Apesar da violência e da destruição em curso, muitos se recusaram a sair, em desafio a Israel.

A violência de colonos, apoiados pelo exército, contra civis palestinos na Cisjordânia ocupada também aumentou drasticamente nos últimos meses. Terras agrícolas e plantações palestinas são constantemente incendiadas, e civis são atacados quase diariamente.

A apropriação de terras e a expansão de assentamentos continuam sem interrupção.

No final do mês passado, o exército israelense, o serviço de segurança Shin Bet e a polícia de fronteira anunciaram o início de uma ampla operação militar na Cisjordânia ocupada, com o objetivo de erradicar o “terror” em todo o território.

Tel Aviv “não permitirá o estabelecimento do terrorismo na área e [está] trabalhando proativamente para frustrá-lo”, afirmou o exército na ocasião.

A mídia hebraica informou, após o início da operação, que as autoridades israelenses observaram tentativas de grupos de resistência da Cisjordânia de se reorganizar e fortalecer suas forças.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Nas últimas 24 horas, chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza 3 mártires, sendo 2 novos e 1 recuperado dos escombros, além de 5 feridos.

Ainda há várias vítimas sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e da defesa civil continuam impossibilitadas de chegar até elas até o momento.

Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):

• Total de mártires: 379
• Total de feridos: 992
• Total de corpos recuperados: 627

O número total de vítimas da agressão israelense aumentou para 70.369 mártires e 171.069 feridos desde 7 de outubro de 2023.