Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 801
Frente Popular realizou em Gaza uma grande manifestação em frente à Cruz Vermelha, exigindo proteção aos prisioneiros, o fim da tortura, investigação internacional e a rejeição da lei da pena de morte.
FPLP: Grande ato contra a lei da pena de morte em Gaza
A Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) organizou, ao meio-dia da última segunda-feira, uma grande e indignada manifestação nacional e popular em frente à sede do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, na cidade de Gaza, sob o lema: “Que cessem os crimes de guerra contra o movimento dos prisioneiros; a lei da pena de morte não passará. Cruz Vermelha, salvem os prisioneiros.”
Participaram do ato lideranças e quadros da Frente, representantes de diversas facções do trabalho nacional e islâmico, além de ex-prisioneiros, um amplo público popular e grande participação de mulheres.
A atividade teve como objetivo apoiar e respaldar o movimento dos prisioneiros diante do que a Frente descreveu como uma “situação extremamente perigosa” a que eles estão submetidos, em meio ao que considerou “operações sistemáticas de execução lenta” dentro das prisões da ocupação, paralelamente às tentativas de legislar uma lei da pena de morte.
A Frente enfatizou a necessidade de pressionar o Comitê Internacional da Cruz Vermelha a assumir suas responsabilidades legais e éticas na proteção dos prisioneiros e no salvamento de suas vidas, considerando a ampla participação popular um “dever nacional” para salvar os prisioneiros, os doentes e as lideranças.
Durante a manifestação, foram erguidos cartazes e entoados slogans que condenam as políticas da ocupação e as descrevem como “crimes de guerra sistemáticos”, especialmente a política de execução lenta resultante de tortura sistemática, negligência médica deliberada e condições desumanas dentro das prisões, que levaram ao martírio de dezenas de prisioneiros.
Os slogans também destacaram a rejeição absoluta à legislação sionista da pena de morte, considerando-a um crime racista e uma tentativa de legalizar o genocídio, e exigiram uma ação prática para o envio imediato de uma comissão internacional de investigação para responsabilizar os culpados. O ato também lançou luz sobre o sofrimento dos prisioneiros simbólicos, à frente deles os líderes, o camarada secretário-geral Ahmad Saadat e Marwan Barghouti, exigindo sua libertação.
O membro do Politburo da Frente Popular e responsável por sua filial na Faixa de Gaza, Mahmoud al-Ras, proferiu o discurso principal, no qual saudou os mártires da Palestina e falou “do coração de Gaza”, descrevendo a cidade como uma “testemunha permanente de acusação” diante da destruição e das valas comuns. Ele afirmou que o silêncio internacional e a cumplicidade ocidental constituem uma “parceria e um crime moral” com a continuidade da matança e da fome.
Al-Ras dirigiu uma saudação especial aos prisioneiros e prisioneiras, especialmente ao secretário-geral da Frente, Ahmad Saadat, e a seus companheiros, bem como a Marwan Barghouti, Hassan Salameh, Abdullah Barghouti e Ahed Abu Gholmeh, afirmando que os prisioneiros “não são números, mas o título de uma batalha aberta e um legado de dignidade que não prescreve”.
Durante seu discurso, Al-Ras enviou cinco mensagens, entre as quais um alerta à ocupação de que “o cativeiro é uma bomba-relógio”, e uma mensagem ao chamado ministro da Segurança Nacional sionista, descrito como fascista e racista, Itamar Ben-Gvir, afirmando que “a decisão de executar os prisioneiros não passará”. Ele também exigiu da comunidade internacional o fim da duplicidade de critérios e convocou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha a assumir suas responsabilidades, proteger os prisioneiros, revelar o destino dos desaparecidos e denunciar as prisões secretas.
Al-Ras conclamou os solidários em todo o mundo a intensificarem suas mobilizações, a perseguirem a ocupação e a boicotarem seus apoiadores, afirmando que esse movimento expõe “a falsidade das instituições internacionais” e contribui para apoiar a resistência do povo palestino.
Ao final da manifestação, a Frente apresentou um memorando urgente ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha, solicitando uma intervenção imediata e decisiva para proteger os prisioneiros palestinos. O memorando afirmou que, desde 7 de outubro de 2023, os prisioneiros vêm sendo submetidos a políticas de execução lenta, tortura, negligência médica e condições de detenção humilhantes e desumanas, especialmente os prisioneiros de Gaza, o que levou ao martírio de dezenas deles.
O documento exigiu pressão urgente para pôr fim à tortura e à negligência médica, impedir a aprovação da lei da pena de morte, enviar uma comissão internacional de investigação às prisões, apoiar os caminhos do Tribunal Penal Internacional para investigação e trabalhar pela libertação das lideranças, dos doentes, dos idosos, das crianças e das mulheres.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Nas últimas 24 horas, chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza 3 mártires, sendo 2 novos e 1 recuperado dos escombros, além de 5 feridos.
Ainda há várias vítimas sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e da defesa civil continuam impossibilitadas de chegar até elas até o momento.
Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):
• Total de mártires: 379
• Total de feridos: 992
• Total de corpos recuperados: 627
O número total de vítimas da agressão israelense aumentou para 70.369 mártires e 171.069 feridos desde 7 de outubro de 2023.