Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 793
As forças policiais de ocupação invadiram a sede da UNRWA no bairro de Sheikh Jarrah, na Jerusalém Oriental ocupada. Segundo as autoridades, elas cortaram as comunicações e realizaram buscas em todo o edifício.
Israel invade a sede da UNRWA em Jerusalém Oriental
As forças policiais de ocupação invadiram a sede da UNRWA no bairro de Sheikh Jarrah, na Jerusalém Oriental ocupada, neste 8 de dezembro.
Segundo o Governo de Jerusalém e autoridades da UNRWA, forças policiais cortaram as comunicações, detiveram seguranças e realizaram buscas completas em todo o edifício.
A operação, realizada no início da manhã, ocorreu poucos dias depois de a Assembleia Geral da ONU ter votado de forma esmagadora pela renovação do mandato da agência por mais três anos.
A UNRWA afirmou que as forças policiais, acompanhadas por autoridades municipais, “entraram à força” nas instalações, introduziram motocicletas, caminhões e empilhadeiras, apreenderam móveis e equipamentos de TI e substituíram a bandeira da ONU por uma israelense.
O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse que a ação “representa um flagrante desrespeito da obrigação de Israel, como Estado-Membro da ONU, de proteger e respeitar a inviolabilidade das instalações da ONU”, enfatizando que o complexo continua sendo propriedade da ONU, “imune a qualquer forma de interferência”.
O Governo de Jerusalém relatou que forças israelenses isolaram a área ao redor, confiscaram os telefones dos seguranças e cortaram a comunicação dentro do edifício.
Afirmou que a operação viola o direito internacional, contraria a Resolução 2730 do Conselho de Segurança, de 24 de maio de 2024, e tem como alvo direto uma agência da ONU que atua em território ocupado.
As autoridades locais classificaram o ataque como um desafio deliberado à votação da AGNU da semana anterior e pediram ação internacional para responsabilizar Israel pelo que descreveram como crimes contra palestinos e instituições da ONU.
Autoridades palestinas relacionaram a operação a uma campanha mais ampla que se intensificou depois que o Knesset israelense proibiu as atividades da UNRWA em áreas que afirma estarem sob “soberania israelense”, uma proibição que entrou em vigor em 30 de janeiro e forçou equipes internacionais a deixarem Jerusalém.
A UNRWA disse que seu pessoal já havia desocupado o local após “meses de assédio”, incluindo ataques incendiários em 2024, intimidação e uma intensa campanha de desinformação usada para justificar legislações contra a agência.
Israel simultaneamente orquestrou uma campanha paga de difamação online acusando a agência de “terrorismo”, numa tentativa de minar o apoio de doadores e prejudicar suas operações.
Tel Aviv continua a alegar envolvimento de funcionários da UNRWA nos eventos de 7 de outubro de 2023 — acusações rejeitadas pela agência e para as quais um painel independente da ONU concluiu que faltavam provas em vários casos fechados.
A crise de financiamento causada por essas falsas alegações deixou a agência sob forte pressão financeira, mesmo após a AGNU renovar seu mandato com 151 votos a favor.
Em maio, colonos israelenses invadiram a sede da UNRWA durante a Marcha das Bandeiras, carregando faixas e gritando slogans que pediam o “controle e ocupação” total israelense do local.
O Governo de Jerusalém descreveu a invasão como um ato agressivo e provocador, uma violação do direito internacional e das resoluções da ONU, e um ataque direto às instituições da ONU que operam no território palestino ocupado.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Nas últimas 24 horas, chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza 8 mártires, 6 novos e 2 recuperados dos escombros, além de 16 feridos.
Ainda há várias vítimas sob os escombros e nas ruas, para as quais as equipes de ambulância e da defesa civil não conseguem chegar até o momento.
Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):
• Total de mártires: 366
• Total de feridos: 938
• Total de corpos recuperados: 619
O número total de vítimas da agressão israelense aumentou para 70.125 mártires e 171.015 feridos desde 7 de outubro de 2023.