Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 764

As Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, rejeitaram qualquer rendição e culparam Israel pelos confrontos em Rafah, onde cerca de 200 combatentes palestinos estão encurralados em túneis após a destruição da cidade.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 764
Reprodução: Redes sociais.

Brigadas al-Qassam rejeitam rendição

As Brigadas al-Qassam, ala militar do Hamas, divulgaram um comunicado em 9 de novembro rejeitando qualquer tipo de “rendição”, em comunicado redigido a Israel sobre o que está sendo chamado em hebraico e na mídia ocidental de “crise dos túneis de Rafah”.

“A ocupação carrega plena responsabilidade pelo confronto com nossos combatentes em Rafah, que estão se defendendo dentro de uma área sob seu controle”, disseram as Brigadas al-Qassam. “Que o inimigo saiba que o princípio de rendição e de se entregar ao inimigo não existe no dicionário das Brigadas al-Qassam.”

“Estamos colocando os mediadores diante de suas responsabilidades; eles devem encontrar uma solução para garantir a continuidade do cessar-fogo e impedir que o inimigo use pretextos frágeis para violá-lo e explorar isso para atacar civis inocentes em Gaza”, acrescentou o comunicado.

“O processo de retirada dos corpos dos cativos durante a fase passada ocorreu em circunstâncias complexas e extremamente difíceis, mas nós cumprimos o que nos foi exigido no acordo, e confirmamos que a retirada dos corpos restantes requer equipes técnicas e equipamentos adicionais”, continuaram as Brigadas al-Qassam.

Cerca de 200 combatentes da resistência palestina estão atualmente presos em túneis subterrâneos na cidade mais ao sul, Rafah, que foi destruída e ocupada por tropas israelenses durante o genocídio.

No mês passado, dois soldados israelenses foram mortos em Rafah em dois incidentes separados. Em ambas as ocasiões, Israel respondeu matando dezenas de civis.

As Brigadas al-Qassam anunciaram, na época, que haviam perdido todo o contato com seus combatentes em Rafah e que não tinham responsabilidade por quaisquer ataques contra tropas israelenses. É provável que os soldados israelenses tenham sido mortos por membros dessa força do Hamas sitiada, que pode não ter sabido que um cessar-fogo havia sido alcançado.

O ministro das Finanças de Israel afirmou, dias atrás, que Tel Aviv estava “próxima” de eliminar os combatentes.

O portal Axios relatou recentemente que Washington estava pressionando o governo israelense para não travar o acordo de cessar-fogo por causa dessa questão, e para concordar em permitir que os combatentes entregassem suas armas a um terceiro (Egito, Qatar ou Turquia) e se rendessem em troca de anistia.

Israel, no entanto, teria se mostrado relutante em conceder passagem segura aos combatentes. Contudo, novos desdobramentos relacionados ao caso de um cativo israelense morto levantaram relatos de que um acordo estaria sendo avançado.

As Brigadas al-Qassam anunciaram no domingo que encontraram e entregarão, às 14h, o corpo de Hadar Goldin, um oficial israelense desaparecido durante confrontos com a resistência na guerra de 2014 em Gaza.

De acordo com a Corporação de Radiodifusão de Israel (KAN), tropas israelenses passaram um ano procurando o corpo de Goldin nos túneis de Rafah.

Um funcionário israelense, em entrevista ao Canal 12, afirmou que um acordo sobre o assunto está descartado.

Entretanto, o Canal 12 também informou, citando um funcionário dos EUA, que “o governo Trump pressionou o Hamas nos últimos dias para devolver os restos mortais do oficial Hadar Goldin, a fim de abrir caminho para um acordo que ponha fim à crise dos militantes do Hamas presos.”

“Os EUA veem os militantes que permanecem nos túneis de Rafah como um ponto focal de tensão que levou a duas escaladas sérias e minou o cessar-fogo, e querem desarmar essa mina política e de segurança”, acrescentou o relatório. “Se Goldin for de fato devolvido a Israel, a pressão americana sobre Israel para aceitar esse acordo em Rafah aumentará.”

O enviado dos EUA, Steve Witkoff, e o ex-assessor Jared Kushner podem visitar Israel nos próximos dias para tentar alcançar uma solução, continua o relatório.

“Está claro que o Hamas exerceu pressão para alcançar seus objetivos, incluindo a libertação das dezenas de militantes localizados em túneis na área de Rafah”, escreveu Amir Bohbot, jornalista do site israelense Walla.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Nas últimas 72 horas, chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza 10 mártires (sendo 1 novo mártir e 9 corpos recuperados) e 6 feridos.

Ainda há várias vítimas sob os escombros e nas ruas, pois as equipes de resgate e defesa civil não conseguem alcançá-las até o momento.

Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):

• Total de mártires: 241

• Total de feridos: 614

• Total de corpos recuperados: 522

O número total de vítimas da agressão israelense aumentou para 69.169 mártires e 170.685 feridos desde 7 de outubro de 2023.

Observação: Foram adicionados 284 mártires à estatística acumulada de mártires, cujos dados foram concluídos e aprovados pelo Comitê Governamental de Aprovação de Mártires no período de 31/10 a 07/11.