Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 749

Suprema Corte de Israel adia a decisão sobre permitir a entrada independente de jornalistas estrangeiros em Gaza, enquanto a ocupação impõe a censura e o assassinato de mais de 270 profissionais palestinos.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 749
Reprodução: Ahmad Hasaballah / Getty Images

Suprema Corte de Israel adia decisão sobre a entrada de jornalistas estrangeiros

A Suprema Corte de Israel concedeu ao governo mais 30 dias para decidir se permitirá o acesso independente de jornalistas estrangeiros à Faixa de Gaza, após uma audiência sobre uma petição apresentada pela Associação da Imprensa Estrangeira (FPA, na sigla em inglês) há quase dois anos.

A FPA afirmou em 23 de outubro estar “decepcionada” com a decisão de “conceder ao Estado de Israel mais um adiamento em relação à entrada independente de jornalistas em Gaza”.

“O Estado mais uma vez recorreu a táticas de procrastinação para impedir a entrada de jornalistas”, acrescentou a associação.

Israel continua a negar pedidos de repórteres internacionais por acesso irrestrito a Gaza, apesar do recente cessar-fogo que entrou em vigor entre o Hamas e o exército israelense no início deste mês.

A FPA em Jerusalém apresentou sua petição originalmente em dezembro de 2023 à Suprema Corte israelense, solicitando acesso imediato para a mídia internacional a Gaza.

Israel tem impedido a entrada de jornalistas estrangeiros no enclave desde outubro de 2023, quando começou o genocídio contra os palestinos.

Desde então, apenas um pequeno número de jornalistas foi autorizado a entrar em Gaza — todos sob rígida supervisão em visitas guiadas organizadas pelo exército israelense. Seus relatos foram submetidos à aprovação dos censores militares israelenses.

Como resultado, a mídia internacional tem dependido de jornalistas e profissionais palestinos da comunicação em Gaza, bem como de entrevistas telefônicas com civis palestinos, funcionários de agências humanitárias e trabalhadores da saúde.

Em um esforço para controlar a narrativa sobre o massacre de palestinos em Gaza, Israel tem conduzido uma campanha deliberada para assassinar jornalistas palestinos, matando cerca de 270 nos últimos dois anos, segundo levantamento da Al Jazeera.

Em 11 de agosto, Israel matou cinco jornalistas em um ataque aéreo de “duplo disparo” contra o Hospital Nasser, em Khan Yunis, que deixou pelo menos 21 mortos.

Entre os jornalistas assassinados estavam Mohammad Salama, da Al Jazeera; Hussam al-Masri, cinegrafista da Reuters; a jornalista independente Mariam Abu Daqqa, que trabalhava para a Associated Press (AP); além de Ahmed Abu Aziz e Moaz Abu Taha.

Em 25 de agosto, Israel matou o jornalista da Al Jazeera Anas al-Sharif e três de seus colegas em um ataque deliberado contra uma tenda de imprensa que abrigava jornalistas do lado de fora do portão principal do Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Nas últimas 24 horas, 18 mártires (incluindo 10 corpos recuperados e 8 mártires devido a ataques diretos da ocupação) e 3 feridos chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza.

Um número de vítimas ainda está sob os escombros e nas estradas, já que as equipes de ambulância e defesa civil ainda não conseguiram alcançá-las.

O total da agressão “israelense” subiu para 68.159 mártires e 170.203 feridos desde 7 de outubro de 2023.

Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):

·         Total de Mártires: 35

·         Total de Feridos: 146

·         Total de Corpos Recuperados: 414

15 corpos não identificados mantidos pela ocupação foram recebidos, elevando o número total de corpos recebidos da ocupação para 150, em lotes de (45 + 45 + 30 + 15 + 15).