Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 748

É preciso tomar todas as medidas para manter a segurança e a estabilidade em toda Gaza, destacando a importância de uma resolução da ONU sobre o monitoramento internacional temporário em relação ao cessar-fogo.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 748
Reprodução: Ahmad Salem/Bloomberg/Getty Images.

FPLP: Declaração conjunta das forças palestinas

A convite da República Árabe do Egito, sob o generoso patrocínio de Sua Excelência o Presidente Abdel Fattah El-Sisi, e em continuidade aos esforços dos irmãos mediadores do Egito, do Catar e da Turquia para pôr fim à guerra em Gaza e lidar com suas consequências – incluindo os resultados da Cúpula da Paz de Sharm El-Sheikh em outubro de 2025 – várias facções palestinas realizaram uma reunião na capital egípcia, Cairo, para discutir os desdobramentos da causa palestina e a segunda fase do plano do presidente Trump para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, como parte dos preparativos para um diálogo nacional abrangente que vise proteger o projeto nacional e restaurar a unidade palestina.

Os participantes iniciaram o encontro prestando homenagem às massas do povo palestino na pátria e na diáspora, em especial ao povo de Gaza, e aos mártires, prisioneiros e feridos, em reconhecimento à sua resistência e sacrifícios, reafirmando a necessidade de continuar todos os esforços para pôr fim ao sofrimento e alcançar um futuro melhor para o povo palestino e sua causa nacional.

Os participantes também renovaram seu reconhecimento aos esforços árabes, islâmicos e internacionais, incluindo os do presidente Trump, em favor do cessar-fogo em Gaza.

As forças palestinas afirmaram que a fase atual requer uma posição nacional unificada e uma visão política comum, baseada na unidade de palavra e destino, e na rejeição de todas as formas de anexação e deslocamento na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém.

Condenaram a aprovação, em primeira leitura, pelo parlamento de ocupação israelense, da lei que busca “aplicar a soberania israelense sobre a Cisjordânia”, considerando-a uma agressão perigosa à identidade e à existência palestina, e elogiaram a decisão do presidente Trump de suspender esse movimento e sua promessa de que não se repetirá.

As facções enfatizaram que a unidade nacional é a resposta decisiva a essas políticas e que é necessário tomar todas as medidas práticas para alcançá-la.

As partes reunidas concordaram com o seguinte:

1. Apoiar e continuar a implementação do cessar-fogo, incluindo a retirada das forças de ocupação da Faixa de Gaza, o levantamento completo do bloqueio, a abertura de todas as passagens fronteiriças – inclusive Rafah –, a entrada de toda a ajuda humanitária e médica, e o início de um processo abrangente de reconstrução que restaure a vida normal na Faixa e ponha fim ao sofrimento da população.

2. Transferir a administração da Faixa de Gaza a um comitê palestino temporário composto por independentes (tecnocratas), responsável por gerir os assuntos da vida cotidiana e os serviços básicos, em cooperação com os países árabes e instituições internacionais, com base na transparência e responsabilidade nacional. Também será criada uma comissão internacional para supervisionar o financiamento e a execução da reconstrução, reafirmando a unidade do sistema político palestino e a independência da decisão nacional.

3. Tomar todas as medidas necessárias para manter a segurança e a estabilidade em toda a Faixa de Gaza, destacando a importância de uma resolução das Nações Unidas sobre o desdobramento de forças internacionais temporárias para monitorar o cessar-fogo.

4. Encerrar todas as formas de tortura e violações contra os prisioneiros nas prisões da ocupação e obrigar Israel a cumprir as leis e convenções internacionais, reafirmando que a questão dos prisioneiros permanecerá no topo das prioridades nacionais até que todos alcancem a liberdade.

5. Continuar o trabalho conjunto para unificar visões e posições diante dos desafios enfrentados pela causa palestina, incluindo a convocação urgente de uma reunião nacional ampla com todas as forças e facções palestinas para adotar uma estratégia nacional e revitalizar a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) – o único representante legítimo do povo palestino – de forma a incluir todos os componentes e forças vivas da nação palestina.

Ao encerrar o encontro, os participantes destacaram que “o tempo é sangue”, e que o momento atual é decisivo, reafirmando diante do povo palestino seu compromisso de transformar esta reunião em um verdadeiro ponto de virada rumo à unidade nacional, em defesa do direito do povo à vida, à dignidade, à liberdade e à autodeterminação, pela preservação da causa palestina, dos direitos das futuras gerações e pela criação do Estado palestino independente com Jerusalém como sua capital, garantindo também o direito de retorno dos refugiados palestinos.

Os participantes expressaram ainda seu agradecimento à República Árabe do Egito, sob a liderança do presidente Abdel Fattah El-Sisi, e aos mediadores, pelos esforços contínuos em apoio à causa palestina.

Forças e Facções Palestinas reunidas no Cairo
Sexta-feira, 02 de Jumada al-Awwal de 1447 H
Correspondente a 24 de outubro de 2025

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Nas últimas 24 horas, 5 mártires (incluindo 1 mártir morto por um ataque direto da ocupação e 4 mártires cujos corpos foram recuperados) e 4 feridos chegaram aos hospitais da Faixa de Gaza.

Um número indeterminado de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, pois as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las até o momento.

O número total de vítimas da agressão “israelense” aumentou para 68.234 mártires e 170.373 feridos desde 7 de outubro de 2023.

Desde o cessar-fogo (11 de outubro de 2025):
Total de mártires: 88
Total de feridos: 315
Corpos recuperados: 436

Além disso, 30 corpos não identificados mantidos pela ocupação foram entregues, elevando para 195 o total de corpos recebidos das autoridades de ocupação.