Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 732
Jamil Mazhar afirmou que a ocupação israelense fracassou em seus objetivos de deslocamento e erradicação, defendendo a unidade palestina, o fim da agressão e uma reconstrução independente, livre de tutela e pressões externas.

FPLP: Ocupação falhou nos objetivos de deslocamento e extermínio
O camarada Jamil Mazhar, vice-secretário-geral da Frente Popular, afirmou que a ocupação não conseguiu atingir seus objetivos, e vê no “plano Trump” uma tentativa de transformar a derrota militar em liquidação política, conclamando à unidade da posição palestina e à cessação da agressão.
Nesse contexto, o camarada Jamil Mazhar valorizou, em entrevista ao jornal libanês Al-Akhbar, a posição do movimento Hamas em relação à proposta norte-americana, descrevendo-a como “uma posição responsável e sensata”. Ele afirmou que “a Frente Popular” enviou “suas observações com total franqueza e responsabilidade, e a liderança do Hamas respondeu a essas observações com grande interesse”, sabendo-se que a posição do movimento “coincide” com a da “Frente” em “muitos pontos fundamentais”.
O camarada Mazhar ressaltou a importância de que essa coordenação se transforme em “uma coordenação nacional abrangente para todas as facções e estruturas nacionais, de modo a conduzir a uma decisão palestina unificada e independente sobre as grandes questões nacionais e políticas, longe de qualquer chantagem ou intervenção externa”.
No mesmo sentido, o camarada Jamil Mazhar reafirmou a rejeição da Frente a qualquer tutela internacional que leve a “vincular a reconstrução ao humor da ocupação ou de forças externas”, e que “resultaria em mais chantagem e no congelamento desses dois dossiês”, sublinhando que a solução reside numa “administração nacional provisória por consenso interno, que garanta a dignidade de Gaza e impeça sua separação da entidade palestina, e que coloque a reconstrução e a melhoria das condições humanitárias no seu lugar correto – como um direito que não se sujeita à chantagem ou a condições externas”.
Ele confirmou que não se busca nem se deseja quotas partidárias; anteriormente já aceitamos que as facções se afastassem desse dossiê e tratamos com total flexibilidade para facilitar a chegada a uma solução. Indicou que “no âmbito do patrocínio egípcio, avançaram esforços para formar um comitê administrativo provisório para a Faixa de Gaza que gerisse os assuntos do setor de forma independente, integrando personalidades tecnocratas e independentes, não filiadas a qualquer facção política, e que fosse administrado em coordenação com a Autoridade Palestina, até se alcançar um consenso nacional abrangente para reorganizar a casa palestina, incluindo a formação de um governo nacional unificado para a Cisjordânia e Gaza”, acrescentando que “qualquer tentativa de restringir esse direito ou de explorá-lo será totalmente rejeitada e enfrentada por todos os meios possíveis para garantir a soberania do povo palestino e a vontade palestina”.
Sobre a natureza da cooperação entre as facções, o camarada Mazhar confirmou a existência de “coordenação contínua entre todas as facções, tanto no nível de campo dentro da Faixa de Gaza quanto em outras áreas, abrangendo todos os níveis de planejamento e comunicação – desde a troca de informações de inteligência até a coordenação de operações de campo – garantindo flexibilidade na resposta a quaisquer desenvolvimentos sobre o terreno”. Esclareceu que essa coordenação “ainda não atingiu o grau integrado a que todos aspiramos, embora exista vontade para tal”. Quanto à sala de operações conjunta, devido à complexidade do cenário de campo e ao grande volume de alvos que atingem civis e combatentes igualmente, “ela se tornou impraticável e não manifesta”, em razão de “uma coordenação operacional de campo entre todos os braços militares, incluindo as Brigadas Mártir Abu Ali Mustafa”.
No que diz respeito ao futuro do setor, o camarada Jamil Mazhar advertiu que a etapa vindoura, apesar de abrir várias possibilidades, não está isenta do “risco de um longo desgaste, com profundas implicações políticas e estratégicas para todas as partes”. Por isso, a Frente Popular percebe a natureza desta virada histórica e afirma que temos buscado, buscamos e continuaremos a buscar que nossa causa não seja empurrada para a beira do esgotamento, mas sim para o horizonte da libertação. Nosso objetivo é que este confronto termine com uma suspensão abrangente da agressão, a retirada total das terras palestinas e o rompimento definitivo do cerco.
O camarada Jamil Mazhar apresentou, ainda em sua entrevista ao jornal libanês Al-Akhbar, uma leitura crítica da posição oficial árabe, descrevendo-a como “marginal” e “ainda aquém do nível exigido”. Segundo ele, “ainda não se alcançou qualquer avanço real na proteção dos direitos do povo palestino ou na interrupção dos crimes da ocupação nas suas fronteiras e no interior da região”, embora “as medidas recentes tomadas pelo grupo árabe-islâmico para pressionar a administração norte-americana sejam consideradas um passo importante na direção de um avanço político que pode ser construído no futuro, ou aproveitado em quaisquer desenvolvimentos relacionados à situação em Gaza e na Palestina”.
Quanto à possibilidade de criar um equilíbrio contraposto diante do projeto norte-americano-sionista, o camarada Jamil Mazhar afirmou que “isso é possível através da solidariedade dos povos da nossa região e da compreensão do seu destino comum e das ameaças que enfrentam”, considerando que “esse equilíbrio pode basear-se primeiro na remoção de qualquer ódio ou inimizade artificial entre os países árabes e o Irã, e no fortalecimento de todas as formas de laços históricos, emocionais, religiosos e das afinidades comuns, como prelúdio para alcançar alianças políticas, de segurança e de defesa conjuntas, ampliar a esfera de confronto político e de campo com o projeto norte-americano na região, garantindo a complementaridade dos papéis das forças que rejeitam a hegemonia sionista, americana e ocidental”.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 42 mártires e 190 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 66.097 e 168.536 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 13.229 mártires e 56.495 feridos.