Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 714

O Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA aprovou projeto que amplia estoque secreto de armas para Israel e reduz supervisão do Congresso, apesar de denúncias da ONU sobre violações em Gaza.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 714

Relações Exteriores dos EUA aprova expansão de arsenal secreto de armas para Israel

O Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos EUA (HFAC) votou em 19 de setembro, por 27 a 24, para aprovar o projeto de lei de Reautorização do Departamento de Estado (H.R. 5300), que, entre outras disposições, permite transferências ilimitadas de armas dos EUA para um arsenal especial baseado em Israel no próximo ano fiscal.

“Este projeto de lei não é apenas uma reforma para hoje, é uma estrutura duradoura que fortalecerá o Departamento de Estado e beneficiará cada comandante-em-chefe que vier depois”, disse o presidente do HFAC e ex-soldado do exército israelense, Brian Mast, após a votação.

Escondida no interior do projeto de financiamento do Departamento de Estado está uma disposição que prevê a revogação dos controles de supervisão sobre os “artigos de defesa” transferidos para o War Reserve Stock for Allies-Israel (WRSA-I) – um arsenal “de emergência” dos EUA do qual Tel Aviv tem dependido significativamente desde o início do genocídio contra os palestinos em Gaza.

“[Este é] o mecanismo menos transparente de fornecimento de armas a Israel”, disse o ex-funcionário do Departamento de Estado Josh Paul ao Responsible Statecraft no início desta semana.

Em dezembro de 2023, Paul disse ao The Guardian que Washington estava recorrendo ao WRSA-I para reabastecer rapidamente as munições que Israel vinha despejando na Faixa de Gaza.

“Nós meio que construímos retroativamente um caso de venda militar estrangeira, que pode ou não precisar ser notificado ao Congresso, dependendo do que eles pegaram e em que quantidades [...] Não há nenhuma das revisões convencionais da política de transferência de armas que normalmente aconteceriam [...] Essencialmente, é pegar o que se puder e depois a gente resolve”, disse Paul na época.

Criado na década de 1980 para abastecer o exército dos EUA em caso de uma guerra regional, o WRSA-I é o maior ponto de uma rede global de depósitos de armas norte-americanos. Seu conteúdo completo não é divulgado publicamente.

Em agosto, uma investigação do Escritório do Inspetor-Geral do Departamento de Guerra descobriu que “o Exército, a Marinha e a Força Aérea nomearam oficiais para contabilizar o inventário do WRSA-I, mas esses oficiais não cumpriram de forma consistente os requisitos de responsabilidade patrimonial”.

“Além disso, o OIG do DoD constatou que os oficiais de serviço não realizaram todos os inventários exigidos entre os anos fiscais de 2022 e 2024”, destaca o relatório.

Em 2024, o governo do ex-presidente Joe Biden suspendeu temporariamente as restrições sobre o valor e o tipo de armas transferidas anualmente para o WRSA-I. Também burlou regras de transparência ao dividir transferências maiores em pacotes menores que ficavam abaixo do limite de US$ 25 milhões, o que exigiria notificação ao Congresso.

O H.R. 5300 busca se apoiar nessas disposições para reduzir ainda mais a supervisão do Congresso e permitir que Israel tenha acesso irrestrito ao arsenal estratégico.

Desde outubro de 2023, Israel adquiriu uma grande quantidade de armas fabricadas nos EUA a partir do WRSA-I, alimentando o que especialistas descrevem como a campanha de bombardeios mais intensa do século XXI.

Os membros do HFAC aprovaram o projeto de financiamento do Departamento de Estado apenas dias depois de uma comissão oficial de inquérito da ONU determinar que Israel está violando a convenção sobre genocídio em Gaza.

“A Comissão conclui que as autoridades israelenses e as forças de segurança israelenses têm a intenção genocida de destruir, no todo ou em parte, os palestinos na Faixa de Gaza”, apontou o relatório.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 34 mártires e 200 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 65.208 e 166.271 feridos desde o 7 de outubro de 2023.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 12.653 mártires e 54.230 feridos.