Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 710

Israel foi advertido por dezesseis países a não atacar a Flotilha Sumud, que leva alimentos, remédios e ativistas solidários à causa palestina a Gaza. Ministros advertem que violações resultarão em responsabilização.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 710

16 nações alertam Israel contra novos ataques à Flotilha

Dezesseis países, incluindo Turquia, Espanha, Brasil e Bangladesh, emitiram uma declaração conjunta em 16 de setembro alertando contra ações “ilegais ou violentas” contra a Flotilha Global Sumud enquanto esta navega em direção a Gaza.

“A Flotilha Global Sumud informou sobre seu objetivo de entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza e aumentar a conscientização sobre as necessidades humanitárias urgentes do povo palestino e a necessidade de parar a guerra em Gaza”, disseram os ministros das Relações Exteriores.

“Ambos os objetivos, a paz e a entrega de ajuda humanitária, juntamente com o respeito ao direito internacional, incluindo o direito humanitário, são compartilhados por nossos governos”, acrescentaram.

A declaração foi assinada pelos chanceleres da Turquia, Espanha, Bangladesh, Brasil, Colômbia, Indonésia, Irlanda, Líbia, Malásia, Maldivas, México, Paquistão, Catar, Omã, Eslovênia e África do Sul.

Os ministros alertaram que “qualquer violação do direito internacional e dos direitos humanos dos participantes da frota, incluindo ataques contra embarcações em águas internacionais ou detenções ilegais, levará à responsabilização”.

A Flotilha Sumud está agora próxima de Malta, onde, em expedições anteriores, um navio da Frota da Liberdade foi bombardeado por um drone israelense enquanto transportava ajuda humanitária em águas internacionais, deixando a embarcação em chamas e em risco de afundar — um exemplo recente do tipo de ataque contra o qual os 16 chanceleres advertiram.

A frota é composta por mais de 40 barcos transportando ajuda como suprimentos médicos e fórmula infantil, além de mais de 300 participantes, incluindo parlamentares da França, Brasil, Espanha, Argentina, Argélia, Itália e Alemanha. Os organizadores afirmaram que a partida de Túnis foi adiada em 11 dias depois que dois navios foram atacados por drones e várias embarcações não passaram em inspeções de segurança.

O comediante irlandês Tadhg Hickey, a bordo do maior navio da frota, disse ao Middle East Eye (MEE) que os contratempos mostraram a “persistência desta missão”. Ele afirmou: “Partimos apesar dos obstáculos, seja porque precisamos ajustar coisas internamente, seja porque, mais provavelmente, há quem não queira que essa missão aconteça. A mensagem de hoje é: seguimos em frente de qualquer forma, no barco, inquebrantáveis.”

Bruno Gilga, porta-voz da Flotilha Global Sumud, declarou: “Estamos levando muita ajuda humanitária, mas também uma mensagem de apoio dos povos do mundo de que estamos com o povo palestino.”

Duas embarcações independentes acompanham a frota: uma transportando advogados internacionais como observadores legais e outra, a italiana Lifesaver 2, servindo como navio de resgate marítimo.

Ataques contra embarcações da Flotilha Sumud foram relatados duas vezes no último mês, sendo o Alma, de bandeira britânica, atingido por um drone perto de um porto tunisiano em 10 de setembro, sofrendo danos por fogo em seu convés superior.

No dia anterior, o navio Family foi alvo quando um drone lançou um dispositivo incendiário sobre seu convés, próximo a um tanque de combustível, iniciando um incêndio que foi registrado pelas câmeras da embarcação.

Israel já atacou e interceptou ilegalmente missões humanitárias em águas internacionais. Em 27 de julho, forças israelenses apreenderam o navio Handala e o forçaram a entrar em Ashdod, após bloquear sua tentativa de entregar ajuda a Gaza. Ainda, em 9 de junho, o Madleen foi interceptado ilegalmente em águas internacionais quando se aproximava da faixa, com 12 ativistas detidos.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 59 mártires e 386 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 64.964 e 165.312 feridos desde o 7 de outubro de 2023.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 12.413 mártires e 53.271 feridos.