Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 709
Netanyahu avisou Trump sobre plano de bombardear bairro residencial em Doha quase uma hora antes do ataque que matou líderes do Hamas, informaram as autoridades militares israelenses ao Axios e ao Canal 12.

Netanyahu avisou Trump com antecedência sobre o ataque à delegação do Hamas no Qatar
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou ao presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os planos de atacar um bairro residencial na capital do Qatar, Doha, quase uma hora antes de as bombas atingirem uma reunião de líderes do Hamas na semana passada, segundo autoridades israelenses que falaram ao Axios e ao Canal 12 de Israel.
“Trump sabia do ataque antes de os mísseis serem lançados. Primeiro houve uma discussão em nível político entre Netanyahu e Trump, seguida por uma através de canais militares. Trump não disse não”, disse um alto funcionário israelense ao repórter do Axios e ex-membro da Unidade 8200, Barak Ravid.
Outro funcionário é citado afirmando que “se Trump tivesse querido impedir, poderia ter feito”. “Os mísseis não haviam sido disparados quando Netanyahu ligou para Trump, dando tempo suficiente para os americanos reagirem”, disseram as fontes de Ravid.
A Casa Branca sustenta que só foi notificada quando os mísseis já estavam no ar, deixando Trump sem chance de se opor ao ataque ou de alertar seus parceiros qataris.
“O exército dos EUA informou Trump sobre o ataque israelense contra líderes do Hamas em Doha, e ele imediatamente instruiu seu enviado especial, Steve Witkoff, a informar o Qatar”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ao Axios.
“Não fiquei nada satisfeito quando soube que Israel atacou o Qatar. Tenho uma ótima relação com o Qatar, eles têm sido um aliado muito bom. Eles também nos deram de presente um avião belíssimo, era magnífico e totalmente gratuito. Israel não deveria ter feito isso. Mas também sou grande amigo de Israel, é um país extraordinário”, disse o presidente dos EUA a repórteres em 14 de setembro.
O ministro das Relações Exteriores do Qatar, xeque Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani, afirmou que a ligação dos EUA chegou dez minutos após o ataque israelense atingir Doha.
“A capital do meu país foi alvo de um ataque traiçoeiro que tinha como objetivo uma residência onde estavam as famílias dos líderes do Hamas e sua delegação de negociação”, declarou o emir do Qatar, xeque Tamim bin Hamad Al Thani, durante seu discurso de abertura na cúpula emergencial da Liga Árabe e da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) em 15 de setembro.
“Nossos cidadãos foram surpreendidos, e o mundo inteiro ficou chocado com a agressão e o ato covarde de terrorismo. Estamos determinados a fazer o que for necessário para preservar nossa soberania e enfrentar a agressão israelense”, acrescentou Al-Thani, destacando que o ataque israelense matou seis pessoas, incluindo qataris.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 68 mártires e 362 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 64.368 e 162.367 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 11.828 mártires e 50.326 feridos.