Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 683
Israel mantém bloqueio a abrigo e suprimentos médicos em Gaza, apesar de afirmar ter ‘suspendido restrições’. Agências denunciam entraves burocráticos enquanto 1,3 milhão de palestinos sofrem sem proteção.

Israel está bloqueando suprimentos de abrigo para Gaza
Agências internacionais de ajudaafirmaramem 20 de agosto que não conseguiram entregar materiais de abrigo em Gaza, apesar das alegações israelenses no mês passado de que as restrições a esses suprimentos haviam sido suspensas.
Funcionários de cinco organizações, incluindo órgãos da ONU, disseram à Reuters que obstáculos burocráticos israelenses continuam em vigor.
O porta-voz Jens Laerke, do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), declarou:
“As Nações Unidas e nossos parceiros não conseguiram trazer materiais de abrigo após o anúncio israelense. Há um conjunto de impedimentos que ainda precisa ser resolvido, incluindo a liberação alfandegária israelense.”
A CARE International, a ShelterBox e o Conselho Norueguês para Refugiados confirmaram que ainda não receberam autorizações para entregar materiais, enquanto outros continuam sem obter liberação.
Falando próximo à passagem de Rafah, a diretora executiva do Crescente Vermelho Egípcio, Amal Emam, disse à correspondente da CNN Becky Anderson, em entrevista, que um caminhão carregado com equipamentos críticos havia sido repetidamente barrado, apesar das necessidades médicas urgentes.
“Este caminhão foi rejeitado quatro vezes”, disse Emam. “Ele carrega leitos de UTI enviados pela OMS [Organização Mundial da Saúde].”
Ela então mostrou a Anderson um armazém repleto de suprimentos médicos que Israel se recusou a deixar passar, descrevendo a luta diária para levar ajuda a Gaza, com centenas de caminhões carregados de medicamentos, cilindros de oxigênio e outros materiais vitais retidos ou devolvidos por motivos triviais ou excessivamente técnicos, enquanto a crise humanitária se aprofunda.
A ONU estima que mais de 1,3 milhão de palestinos estejam sem tendas, com mais deslocamentos esperados à medida que as operações israelenses avançam em direção à Cidade de Gaza, com o objetivo de ocupá-la totalmente.
A agência militar israelense COGAT afirmou no sábado que materiais de abrigo seriam permitidos através da passagem de Kerem Shalom após inspeção.
A Cruz Vermelha confirmou que recebeu autorização para usar o corredor jordaniano até Kerem Shalom, mas alertou que ainda há “muitos desafios”. Já a CARE International disse não ter recebido nenhuma confirmação de mudança na política.
O Conselho Norueguês para Refugiados (NRC) informou que solicitou a entrega de 3.000 tendas em toda Gaza, incluindo o norte, mas ainda aguarda resposta. Grupos de ajuda também contestam novas exigências israelenses que obrigam o registro e a divulgação de informações sobre funcionários palestinos – condição imposta em março.
O diretor regional da ShelterBox, Haroon Altaf, afirmou que limitar a permissão a apenas alguns grupos seria insuficiente.
“Se apenas um punhado de organizações puder levar ajuda de abrigo, isso não muda muito, e é profundamente preocupante. Pessoas vão morrer por causa disso”, alertou.
Palestinos deslocados vêm enfrentando condições severas sem abrigo adequado. Ibrahim Tabassi, de 55 anos, afirmou que a vida dentro de sua tenda era insuportável, sem instalações adequadas e sob calor extremo – enquanto outros moradores descreveram estar usando a mesma tenda “gasta” desde o início do ataque israelense contra Gaza.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 51 mártires e 369 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 61.827 e 155.275 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 10.300 mártires e 43.234 feridos.