Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 679
Mais de 60 pessoas serão processadas no Reino Unido por apoiar a Palestine Action, após prisões em massa. Governo trabalhista a classifica como terrorista, em política de repressão e criminalização da solidariedade.

Reino Unido processará mais de 60 pessoas por apoio à Palestina
A Polícia Metropolitana de Londres anunciou em 15 de agosto que mais de 60 pessoas enfrentarão processo por “demonstrar apoio” à rede criminalizada Palestine Action, além de três já acusadas sob a Lei Antiterrorismo.
A polícia confirmou que “colocou em prática arranjos que nos permitirão investigar e processar um número significativo de pessoas a cada semana, se necessário”, após mais de 700 prisões desde que a designação entrou em vigor no início de julho.
Entre elas estavam 522 manifestantes detidos em Londres no último fim de semana por carregarem cartazes em apoio ao grupo — número descrito como o maior já registrado em uma única manifestação na capital.
O diretor da Promotoria Pública, Stephen Parkinson, disse que as acusações representam “os primeiros números significativos resultantes dos protestos recentes, e muitos mais devem ser esperados nas próximas semanas.”
Ele alertou que “as pessoas devem estar cientes das consequências reais para quem optar por apoiar a Palestine Action.”
A polícia afirmou que os condenados podem enfrentar até seis meses de prisão e penalidades adicionais.
A ministra do Interior britânica, Yvette Cooper, defendeu a decisão do governo trabalhista, declarando que “a segurança nacional e a segurança pública do Reino Unido devem sempre ser nossa principal prioridade” e insistindo que “as avaliações são muito claras – esta não é uma organização não violenta.”
O comissário da Polícia Metropolitana, Mark Rowley, elogiou os processos como prova de que “nossas equipes policiais e do CPS trabalharam com rapidez para superar tentativas equivocadas de sobrecarregar o sistema de justiça.”
A Palestine Action é uma rede britânica de ação direta pró-Palestina, criada em julho de 2020, com o objetivo declarado de acabar com o apartheid israelense.
O movimento é conhecido por suas ações abertas e disruptivas – embora não violentas – em sua missão de encerrar o apartheid israelense e interromper a cumplicidade do Reino Unido no comércio de armas com Israel.
Isso inclui ocupar, vandalizar e destruir propriedades ligadas ao comércio de armas israelense, como fábricas da Elbit Systems e infraestrutura militar da RAF Brize Norton.
Em 20 de junho, um ativista ocupou a base da Força Aérea Real (RAF) Brize Norton, em Oxfordshire.
Em resposta a essas ações diretas, o grupo foi classificado como organização terrorista em 5 de julho, sob a Lei Antiterrorismo de 2000, tornando a filiação ao grupo um crime.
Diversos grupos e indivíduos descreveram a medida como “grotesca”, “assustadora” e uma “ultrapassagem legal sem precedentes.”
Especialistas da ONU haviam instado o Reino Unido a não prosseguir com a proibição, afirmando que: “De acordo com os padrões internacionais, atos de protesto que danificam propriedades, mas não têm a intenção de matar ou ferir pessoas, não devem ser tratados como terrorismo.”
Os especialistas acrescentaram que os atos de vandalismo cometidos por alguns manifestantes deveriam ser “devidamente investigados como crimes comuns ou outras infrações de segurança” e enfatizaram que as ações dos manifestantes não constituem terrorismo quando definidas corretamente.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 51 mártires e 369 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 61.827 e 155.275 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 10.300 mártires e 43.234 feridos.