Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 678
O Sheikh Naim Qassem compara crise no Líbano à Batalha de Karbala e alerta: a resistência não entregará as armas, mesmo diante da decisão do governo libanês, que serve a interesses israelenses.

Hezbollah: Discurso do Sheikh Qassem
Em um discurso marcado por forte retórica política e referências históricas e religiosas, o vice-secretário-geral do Hezbollah, Sheikh Naim Qassem, reagiu duramente à decisão do governo libanês de 5 de agosto, que ameaça diretamente a resistência e favorece interesses estrangeiros. A seguir, os principais trechos de sua declaração, na qual denuncia uma tentativa de silenciar a resistência, evoca a luta de Karbala e reafirma o compromisso com a defesa do Líbano e da Palestina:
O Imam al-Hussain estabeleceu os fundamentos da religião verdadeira, da firmeza, da dignidade e da preparação para o Mestre dos Tempos, restaurando a religião ao seu caminho correto – na prática, no comportamento, no governo, na liderança e na administração.
A dignidade pertence a Deus, ao Seu Mensageiro e aos que têm fé – aqueles que não se curvam à falsidade nem ao desvio, custe o que custar.
Essa dignidade e essa postura abriram o caminho para a aparição do Imam al-Mahdi, depois que os crentes forem provados, peneirados, tiverem suportado fases difíceis e complexas e enfrentado desafios, para que então venha o alívio.
Estamos entre duas escolhas — estar com Hussein ou estar com Yazid. Em nossa época, nossa escolha é estar com o Hussein deste tempo… e contra o Yazid de hoje – personificado no tirano americano, no tirano sionista, na agressão israelense e todos os que seguem esse caminho.
A resistência de hoje é fruto da escola de Karbala, a bandeira que será entregue ao Mestre dos Tempos.
Nossa vitória é uma vitória divina, pois Deus nos auxiliou apesar de nosso pequeno número e equipamento, e apesar do grande número de inimigos unidos contra nós.
A vitória de julho de 2006 estabeleceu a dissuasão contra Israel por dezessete anos.
Recordamos o papel do líder inspirador, o mestre dos mártires da Ummah, Sayyed Hassan Nasrallah, que Deus esteja satisfeito com ele – que liderou essa guerra com força, coragem, confiança em Deus Todo-Poderoso e certeza da vitória.
Ao lado dele estavam Imad, Fouad, Karaki, Aqil e Ahmad – seguindo o caminho do Sheikh Ragheb, Sayyed Abbas, Sayyed Hashem, Sheikh Nabil, os combatentes, os feridos, os prisioneiros e nosso povo honrado. Essa liderança conseguiu mudar a equação.
Graças à República Islâmica do Irã, que nos apoiou com dinheiro, armas, capacidades, posições midiáticas e políticas; que esteve ao nosso lado, ofereceu mártires – Hajj Qassem, que Deus esteja satisfeito com ele, e outros mártires – nesta terra distante da deles, mas próxima de seus corações, de seu amor, de sua fé e de seu apoio à verdade.
Todos eles estiveram ao nosso lado – e ainda estão – e, se Deus quiser, esta bandeira, a bandeira da resistência, permanecerá erguida.
Em julho de 2006, alcançamos a vitória pela Palestina, pois é uma só batalha. Nossa vitória é a vitória deles, nosso sangue é o sangue deles. Uma vitória pela Palestina contra o inimigo da humanidade: Israel e seu patrocinador, os Estados Unidos.
Todos devem saber que a Palestina continuará sendo a bússola. O que quer que Israel faça hoje – de famintos, assassinatos e destruição contra o povo de Gaza e o povo palestino – e o que quer que os Estados Unidos façam ao patrocinar esse desvio perigoso, essa agressão vil, pecaminosa – não impedirá o povo palestino de continuar, de se fortalecer, de manter a resistência.
Repito, como disseram os grandes líderes antes de mim e comigo: a Palestina será vitoriosa, com todos esses sacrifícios – pois eles são os legítimos donos da terra, da causa, da vontade, do sangue e da generosidade. Esta é a lei da vida: a vitória será deles. E, se Deus quiser, permaneceremos juntos, sempre juntos.
A resistência é honra, dignidade, patriotismo, soberania. A resistência oferece martírio e não precisa de certificados oficiais, nem de reconhecimento dos arrogantes, nem de ninguém.
Foi a resistência que libertou a escolha soberana e independente do Líbano.
A decisão do governo libanês em 5 de agosto significa facilitar o assassinato de combatentes da resistência e de suas famílias, e expulsá-los de suas terras e lares.
Esse governo está implementando a ordem americano-israelense de acabar com a resistência – mesmo que isso leve à guerra civil e ao conflito interno.
Não tenham medo. Não os temam. Eles são covardes, incapazes. Sabem que perderão tudo se destruírem o Líbano.
Parem de viver sob essa intimidação, alegando que estão preservando o Líbano. Vocês não estão preservando o Líbano – estão preservando suas próprias vidas e cargos, mesmo que isso signifique eliminar seus parceiros no país. Isso é parceria? Isso é patriotismo?
Se se sentem incapazes – e de fato são – então deixem o inimigo nos enfrentar. Não o enfrentem em nosso nome. Apenas fiquem em silêncio, afastem-se e nos deixem.
Netanyahu declarou que quer a “Grande Israel” – ou seja, toda a Palestina, partes do Egito, Jordânia, Síria e Líbano. Ele o diz agora, embriagado pela “vitória” e pelo apoio avassalador dos Estados Unidos a esse tirano.
Alguns estados árabes nem sequer desejam condenar, preferem apenas manter o silêncio – pelo menos não apoiar secretamente Israel ao atacar a resistência e colaborar para golpeá-la.
Em todo caso, o governo tomou uma decisão extremamente perigosa, violando o Pacto de Convivência Nacional e expondo o país a uma grande crise.
A legitimidade da resistência vem do sangue, da libertação, do direito e da terra – não de vocês. E não precisa de vocês.
Adiamos os protestos, mas se for imposto a nós, estamos prontos, e não temos outra escolha a não ser enfrentá-lo.
A resistência não entregará suas armas enquanto a agressão continuar e a ocupação permanecer. E travaremos uma batalha como a de Karbala, se necessário – e temos confiança de que venceremos essa batalha. E proclamamos: jamais à humilhação!
Ou ela permanece, e nós permanecemos juntos, ou adeus a tudo. E vocês carregarão a responsabilidade.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 51 mártires e 369 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 61.827 e 155.275 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 10.300 mártires e 43.234 feridos.