Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 675
Exército de ocupação criou a “Célula de Legitimação”, unidade de inteligência destinada a justificar ataques em Gaza, incluindo a morte de jornalistas, segundo denúncia após o assassinato de Anas al-Sharif.

Israel criou unidade especial de inteligência para “justificar assassinato” de jornalistas
O jornalista investigativo israelense Yuval Abraham afirmou, em 11 de agosto, que a inteligência militar de Israel criou uma unidade especial com o objetivo específico de justificar ataques em Gaza, incluindo o assassinato de jornalistas.
As declarações ocorreram após um ataque israelense que assassinou o jornalista da Al Jazeera Anas al-Sharif e toda a equipe do canal na Cidade de Gaza.
“Depois de 7 de outubro, foi criado na AMAN um grupo chamado ‘Célula de Legitimação’”, disse Abraham, referindo-se à Diretoria de Inteligência Militar israelense, que inclui a Unidade 8200.
“Agentes de inteligência procuravam informações para fornecer ‘legitimação’ às ações do exército em Gaza: lançamentos fracassados do Hamas, uso de escudos humanos, exploração da população civil. Uma missão principal… era encontrar jornalistas de Gaza que pudessem ser apresentados na mídia como operativos do Hamas disfarçados”, acrescentou o jornalista.
Abraham confirmou que o objetivo era “encobrir o assassinato de todos os outros jornalistas” criando dúvidas, acrescentando que “dias inteiros foram investidos nessa questão, e eles não encontraram nada”.
“Acredito que Israel matou Anas al-Sharif simplesmente porque ele era jornalista. E, pelo mesmo motivo, a mídia internacional é impedida de entrar em Gaza: para que os crimes sejam menos vistos”, continuou.
Sharif e outros cinco jornalistas da equipe da Al Jazeera na Cidade de Gaza foram mortos em 10 de agosto, em um ataque aéreo israelense contra sua tenda de imprensa no Hospital Al-Shifa.
Os assassinatos elevaram para 238 o número de jornalistas palestinos mortos por Israel desde o início da guerra.
Sharif vinha cobrindo a campanha genocida de Israel em Gaza desde que começou, em outubro de 2023. Israel o acusava de ser um operativo do Hamas responsável por ataques com foguetes.
Em outubro do ano passado, Israel publicou documentos que alegava serem provas da ligação de Sharif com as Brigadas Qassam do Hamas e com seu batalhão de Jabalia Oriental.
Os documentos também citavam Hossam Shabat, repórter da Al Jazeera acusado de ligações com o Hamas, que foi morto em um ataque israelense em março.
No mês passado, Sharif alertou que o exército israelense “lançou uma campanha de ameaças e incitação contra mim por causa do meu trabalho como jornalista da Al Jazeera”, acrescentando: “Eu, Anas al-Sharif, sou um jornalista sem filiação política. Minha única missão é relatar a verdade do local — como ela é, sem viés. Em um momento em que uma fome mortal assola Gaza, dizer a verdade passou a ser, aos olhos da ocupação, uma ameaça.”
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 69 mártires e 362 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 61.499 e 153.575 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 9.989 mártires e 41.534 feridos.