Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 672
EUA e países do Golfo ameaçam bloquear fundos para reconstrução do Líbano caso o Hezbollah não se desarme, usando a ajuda como moeda de troca em meio a chantagem política e reboquismo oficial.

EUA e países do Golfo condicionam fundos para reconstrução do Líbano ao desarmamento do Hezbollah
O Líbano está sob pressão dos EUA e de nações do Golfo para desarmar completamente o Hezbollah em troca de empréstimos e investimentos necessários para reconstruir o país após uma guerra devastadora com Israel no ano passado, informou a Bloomberg em 9 de agosto.
O presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou ao presidente libanês, Joseph Aoun, e ao primeiro-ministro, Nawaf Salam, recomendações para o desmantelamento do grupo, segundo Tom Barrack, enviado norte-americano ao país.
Barrack afirmou que os EUA disseram a Aoun que estão dispostos a atuar como intermediários caso ele avance para dissolver o Hezbollah.
Ao mesmo tempo, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait informaram ao presidente Aoun e ao primeiro-ministro Salam que “os fundos para reconstrução e investimento no Líbano estão condicionados a um plano, com prazos definidos, para o completo desarmamento do Hezbollah”, escreveu a Bloomberg, citando pessoas com conhecimento direto do assunto.
O enviado dos EUA também enfatizou que desarmar e desmantelar o Hezbollah, movimento de resistência xiita que defende o país de Israel há décadas, é a chave para liberar o financiamento do Golfo.
“Os países do Golfo disseram: ‘se vocês fizerem essas coisas, iremos para o sul do Líbano e financiaremos uma zona industrial, reformas e empregos’”, declarou.
Grande parte do sul do Líbano foi destruída por bombardeios incessantes de Israel durante a guerra de dois meses no último outono.
O primeiro-ministro Salam solicitou às Forças Armadas do Líbano que apresentem até o fim de agosto um plano para desmantelar todos os grupos armados não estatais até o final do ano.
O Hezbollah divulgou na quarta-feira um comunicado dizendo que não respeitará a exigência do governo de se desarmar. O grupo acusou Salam de cometer um “grave pecado” ao adotar uma “estratégia de rendição” em meio à “agressão e ocupação israelenses em curso”.
O secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, disse na terça-feira que o grupo “não entrará em negociação sobre desarmamento apenas porque os EUA ou algum país árabe estão buscando e aplicando toda a pressão possível”.
Durante uma sessão de gabinete no início desta semana, o ministro do Trabalho, Mohammad Haidar, se posicionou contra a proposta do enviado dos EUA para desarmar o Hezbollah. “Eu sou uma das pessoas – como posso encarar a mãe de um mártir ou um jovem que vive em ansiedade existencial e dizer a ele que deve abrir mão da única garantia que o protege?”, afirmou Haidar.
Ele ressaltou que qualquer discussão sobre o Hezbollah entregar suas armas é prematura sem a retirada de Israel, o retorno dos prisioneiros, o fim dos ataques e um processo sério de reconstrução.
Apesar do cessar-fogo alcançado entre Israel e Hezbollah em novembro do ano passado, Israel continua a ocupar cinco posições dentro do território libanês e a bombardear regularmente o Líbano, matando dezenas de pessoas.
Na quinta-feira, um ataque israelense atingiu um veículo no leste do Líbano, próximo à passagem de fronteira de Masnaa com a Síria, matando cinco pessoas. Entre os mortos estava Mohammed Wishah, membro do comitê central da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), e seu segurança.
Outro ataque de drone no mesmo dia matou um civil libanês na cidade de Kfar Dan, a oeste de Baalbek.
No dia anterior, a Força Aérea de Israel bombardeou 10 locais no sul do Líbano, segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 119 mártires e 866 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 60.839 e 149.588 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 9.350 mártires e 37.547 feridos.