Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 666
O ministro israelense Itamar Ben Gvir liderou, com força ostensiva, a invasão de quase 4 mil colonos ao complexo de Al-Aqsa, em meio à agitação pela construção de um templo judaico sobre local sagrado para o Islã.

Ministro fundamentalista israelense lidera invasão à Mesquita de Al-Aqsa
Acompanhado por policiais armados e milhares de colonos judeus neste 3 de agosto, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, invadiu o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islã, que os judeus chamam de “Monte do Templo”. O ministro afirmou ter rezado no local, violando um antigo acordo com as autoridades religiosas muçulmanas jordanianas, que são os guardiões do santuário.
De acordo com o Departamento de Bens Religiosos Islâmicos, ao menos 3.969 colonos invadiram o complexo da mesquita.
A provocativa incursão ocorreu por ocasião do “Tisha B’Av”, um dia de jejum judaico que lamenta a destruição do Primeiro e do Segundo Templo. Muitos participantes pediram a reconstrução do chamado “Terceiro Templo” no lugar do santuário islâmico.
Um grupo de colonos judeus, a Administração do Monte do Templo, divulgou um vídeo mostrando Ben Gvir liderando um grupo de policiais armados e colonos enquanto caminhavam pelo complexo.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou, após a visita de Ben Gvir, que a política de Israel de manter o status quo em Al-Aqsa “não mudou e não mudará”.
Em setembro de 2000, uma visita semelhante à Al-Aqsa feita pelo político israelense Ariel Sharon desencadeou a Segunda Intifada, ou levante, contra a ocupação israelense de Jerusalém Oriental, da Cisjordânia e de Gaza.
O movimento dos colonos judeus em Israel busca destruir Al-Aqsa e construir o que afirmam ser o terceiro templo judaico em seu lugar.
Em agosto do ano passado, Ben Gvir foi questionado se construiria um templo no local. “Sim, sim, sim!”, respondeu ele.
“Essa escalada perigosa e condenável reflete um terror organizado sob a proteção e apoio das autoridades de ocupação israelenses”, declarou Nabil Abu Rudeineh, porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, em resposta à visita de Ben Gvir.
“Ela visa sabotar todos os esforços árabes e internacionais para alcançar um cessar-fogo e restaurar a calma e a estabilidade na região”, acrescentou.
O Hamas também condenou a ação, chamando-a de “continuação da agressão contínua contra nosso povo palestino, sua terra e seus locais sagrados, e uma provocação flagrante aos sentimentos dos muçulmanos em todo o mundo por meio da profanação da Primeira Qibla e do Terceiro Santuário mais Sagrado”.
A escolha de datas para essas “incursões de multidões de colonos” coincidir com feriados judaicos “não terá sucesso em judaizar o local, impor uma nova realidade sobre ele ou minar sua identidade árabe e islâmica”, afirmou o comunicado do Hamas.
Pouco após orar em Al-Aqsa, Ben Gvir exigiu que o governo israelense “conquiste” toda a Faixa de Gaza em uma publicação no Twitter.
Na semana passada, o Washington Post relatou que ministros do governo israelense, incluindo Ben Gvir, pretendem realizar uma limpeza étnica em Gaza, expulsando mais de 2 milhões de palestinos para abrir caminho à colonização judaica.
“Enquanto Gaza passa fome, a extrema-direita israelense vê um sonho se tornando realidade”, escreveu o jornal.
Em uma conferência intitulada “A Riviera de Gaza – Da Visão à Realidade”, ministros defenderam uma “visão de uma Gaza com torres reluzentes, turismo de luxo e bairros impecáveis – mas sem palestinos”.
“Vamos ocupar Gaza e torná-la uma parte inseparável de Israel”, declarou o político israelense e líder de colonos, Bezalel Smotrich, durante a conferência.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 119 mártires e 866 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 60.839 e 149.588 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 9.350 mártires e 37.547 feridos.