Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 658
O monopólio de alimentos, remédios e combustíveis em Gaza, aliado à exploração de preços abusivos, é parte de uma agressão econômica que aprofunda o sofrimento e colabora com os objetivos da ocupação.

FPLP: Monopólio organizado de mercadorias agrava crise em Gaza
A Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) afirma que o que está ocorrendo na Faixa de Gaza – o monopólio sistemático de bens essenciais, especialmente alimentos, medicamentos e combustíveis, além da extorsão da população por meio de comissões abusivas – é um crime contra a pátria sem precedentes. Essa prática corrobora com os objetivos da ocupação, que utiliza a fome como instrumento de genocídio e forma de pressão política e social contra nosso povo resiliente.
Trata-se de um sistema integrado de corrupção e exploração sistemática, liderado por uma aliança de comerciantes corruptos e gananciosos, com redes organizadas que atuam descaradamente diante da sociedade e sob um silêncio mortal.
Esse fenômeno vai além da mera ganância: constitui um papel direto de subserviência aos interesses da ocupação, aprofundando o sofrimento e perpetuando o bloqueio. Está, na prática, alinhado à política de asfixia da Faixa de Gaza e de destruição de seus meios de sobrevivência. Esses comerciantes – e aqueles que os protegem – são cúmplices da agressão, tanto econômica quanto humanitária.
Alertamos sobre o fenômeno dos “comerciantes de comissão”, que lucram com as elevadas taxas de importação, transporte e distribuição, e que exploram descaradamente o povo em seus momentos mais difíceis, aumentando as comissões e transformando o sofrimento em uma oportunidade de lucro ilícito. Eles são parte integrante do sistema de monopólio e exploração, e devem ser responsabilizados como os próprios monopolistas, pois contribuem para a fome e a ampliação do mercado paralelo.
O fato de um pequeno grupo de monopolistas armazenar mercadorias em depósitos fechados e impor preços exorbitantes sobre os itens mais básicos de sobrevivência, num momento em que a população carece de comida e água, constitui uma grave traição nacional, tão hedionda quanto as gangues protegidas pela ocupação. Quem transforma o sangue das crianças famintas e as lágrimas das mães enlutadas em lucro bancário só pode ser classificado como cúmplice do genocídio perpetrado pela máquina de guerra sionista.
Exigimos que a Autoridade Monetária Palestina assuma imediatamente suas responsabilidades nacionais, congele as contas dos envolvidos no monopólio e processe as redes de fornecimento e os intermediários suspeitos que lucram com o sofrimento do nosso povo.
Apelamos às entidades e instituições de fiscalização na Faixa de Gaza, Cisjordânia e no exterior para que assumam suas responsabilidades, divulguem os nomes das empresas e indivíduos envolvidos no monopólio ou no aumento abusivo dos preços, e permitam que o povo saiba quem está saqueando seu sustento à luz do dia.
Conclamamos os países anfitriões e as comunidades árabes e internacionais a responsabilizar os indivíduos que operam essas redes a partir do exterior, impedindo que continuem lucrando com o sofrimento do nosso povo massacrado diante dos olhos do mundo, entregando-os à justiça palestina ou impedindo que utilizem seus territórios como ponto de trânsito da corrupção.
Fazemos um apelo aberto ao nosso povo, bem como a todas as forças, iniciativas populares e nacionais, para que exponham e boicotem os envolvidos nesses crimes, e levantem a voz contra esse fenômeno que ameaça a coesão da sociedade e a dignidade do povo palestino.
Reafirmamos que a luta contra a ocupação não se limita aos campos de batalha e ao derramamento de sangue, mas se estende também à luta contra seus instrumentos econômicos e contra a quinta coluna que se alimenta das tragédias do povo e perpetua a corrupção como instrumento de opressão.
Justiça popular, responsabilização legal e uma posição nacional unificada são a resposta verdadeira a essa nova forma de agressão econômica sistemática. Um povo que ofereceu mártires e enfrentou massacres não será derrotado por um punhado de mercadores da morte.
Comunicado do Ministério da Saúde
Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:
Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 89 mártires e 457 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.
Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.
O total de mártires da agressão israelense subiu para 59.587 e 143.498 feridos desde o 7 de outubro de 2023.
O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 8.447 mártires e 31.457 feridos.