Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 637

O grupo Palestine Action obteve uma audiência urgente na justiça britânica para contestar a tentativa do governo de classificá-lo como organização terrorista, medida que pode criminalizar seus membros e censurar a luta no Reino Unido.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 637

Governo britânico tenta criminalizar grupo pró-Palestina sob leis antiterrorismo

O grupo de denúncia britânico Palestine Action anunciou que entrou com uma ação judicial para tentar impedir a decisão do governo britânico de tipificá-lo com base nas leis antiterrorismo — medida que tornaria sua filiação um crime.

O processo judicial foi motivado pelo anúncio da secretária do Interior, Yvette Cooper, de que pretende incluir a Palestine Action na lista de organizações proibidas do Reino Unido, alegando que o grupo possui um “longo histórico de danos criminais inaceitáveis”.

A ordem de tipificação deve ser apresentada ao Parlamento ainda nesta semana.

Em comunicado, a Palestine Action classificou a medida como “uma reação desequilibrada” e confirmou que o Tribunal Superior de Londres concedeu uma audiência urgente para o dia 5 de julho, a fim de decidir se o caso poderá seguir adiante.

O grupo busca uma ordem judicial que suspenda a tipificação enquanto a disputa judicial estiver em andamento.

“A decisão do tribunal de conceder uma audiência urgente esta semana demonstra a importância crucial do que está em jogo neste caso — incluindo as sérias implicações para as liberdades fundamentais de expressão, manifestação e reunião no Reino Unido”, declarou Huda Ammori, cofundadora do grupo.

A Palestine Action apresentou pareceres de especialistas jurídicos, incluindo representantes da Anistia Internacional, alertando que a medida representa um “uso ilegal das leis antiterrorismo para criminalizar a dissidência”.

Caso a proibição seja aprovada, o grupo — que realiza protestos não violentos — passará a figurar na mesma lista que organizações como o Hamas e a Al-Qaeda.

O estopim imediato para a decisão do governo foi um protesto realizado na base aérea RAF Brize Norton, em junho, quando ativistas borrifaram tinta vermelha em aeronaves militares britânicas.

O grupo acusa o Reino Unido de colaborar com operações militares dos EUA e de Israel, reabastecendo jatos e permitindo transferências de armas para o que descreve como um genocídio israelense em Gaza.

Também houve resistência interna dentro do próprio Ministério do Interior. Um alto funcionário, ouvido pelo The Guardian, classificou a medida como “absurda”, “ridícula” e “impossível de aplicar”, acusando o governo de usar as leis antiterrorismo para blindar fabricantes de armas contra críticas.

Essa repressão à dissidência ocorre em um contexto mais amplo de crescente hostilidade à solidariedade com a Palestina no Reino Unido. Em 28 de junho, o rapper britânico Bobby Vylan liderou coros de “Morte às IDF” durante sua apresentação no Festival de Glastonbury, o que gerou condenações do primeiro-ministro Keir Starmer, dos organizadores do festival, da embaixada de Israel, da BBC e levou à abertura de uma investigação policial.

A resposta oficial imediata ao canto no festival contrasta fortemente com o silêncio diante dos massacres ocorridos em centros de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), gerida por EUA e Israel, onde mais de 550 palestinos foram mortos por forças israelenses.

Grupos de direitos humanos descreveram a operação supervisionada por EUA e Israel como um “massacre disfarçado de ajuda humanitária”, mas nenhuma ação legal similar foi tomada.

Pelo contrário, Washington anunciou o envio de mais 30 milhões de dólares em financiamento, mesmo após o colapso da liderança da fundação e a retirada de organizações parceiras.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 88 mártires e 365 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 56.500 e 133.419 feridos desde o 7 de outubro de 2023.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 6.175 mártires e 21.378 feridos.