Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 616

Os EUA enviaram secretamente 300 mísseis Hellfire a Israel dias antes do ataque que matou líderes iranianos e civis. A ação é indicativo de que Washington estava ciente e apoiava os planos israelenses contra o Irã.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 616

Israel recebeu mísseis dos EUA antes de ataque ao Irã

Os EUA entregaram secretamente cerca de 300 mísseis Hellfire às forças israelenses antes do ataque contra alvos nucleares e civis no Irã, informou o portal Middle East Eye (MEE) em 14 de junho.

Os mísseis ar-terra guiados a laser, usados para ataques de precisão e assassinatos, chegaram a Israel na terça-feira, em preparação para o ataque de sexta-feira, que matou pelo menos 78 pessoas, incluindo líderes militares iranianos, cientistas nucleares e civis.

Nenhuma notificação pública sobre a transferência foi feita, pois os envios já haviam sido aprovados como parte de um acordo de armas de US$ 7,4 bilhões do qual o Congresso dos EUA foi informado em fevereiro de 2025.

“A transferência de uma quantidade tão grande de Hellfires sugere que a Casa Branca estava bem informada sobre os planos de Israel de atacar a República Islâmica do Irã”, escreveu o MEE, citando dois oficiais dos EUA sob condição de anonimato.

“Há hora e lugar para os Hellfires. Eles foram úteis para Israel,” disse um alto oficial de defesa dos EUA ao MEE.

O ataque israelense de sexta-feira utilizou mais de 100 aviões de guerra, além de bombas mais pesadas, para atingir instalações nucleares iranianas.

Entre os mortos nos ataques israelenses estão o comandante da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), Major-General Hossein Salami, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, Major-General Mohammad Bagheri, e um assessor do Líder Supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, Ali Shamkhani.

O contra-ataque iraniano, denominado “Operação Promessa Verdadeira III”, teria causado ao menos três mortes de civis e mais de 60 feridos, após vários mísseis driblarem o sistema de defesa Domo de Ferro e atingirem áreas urbanas em Tel Aviv, Jerusalém e Haifa, danificando casas e infraestrutura.

Autoridades israelenses confirmaram danos tanto em áreas residenciais quanto em instalações militares, mas relataram baixas limitadas.

As forças armadas dos EUA ajudaram a interceptar mísseis iranianos lançados contra Israel, informaram dois oficiais americanos à Reuters na sexta-feira.

Um dos oficiais afirmou que os mísseis foram interceptados usando sistemas de defesa terrestre, e que aviões e navios de guerra dos EUA não foram utilizados até o momento para proteger Israel.

“Sabíamos de tudo”, vangloriou-se o presidente dos EUA, Donald Trump, à Reuters na sexta-feira.

O MEE já havia informado que a CIA foi briefada sobre os planos de ataque israelenses em abril e maio. A agência de inteligência teria ficado “impressionada” com o plano de Israel de atacar o Irã sem assistência direta dos EUA.

Dois oficiais israelenses disseram ao Axios que Trump fingia se opor publicamente ao ataque israelense, mas aprovava em privado. “Tínhamos um sinal verde claro dos EUA”, afirmou um deles.

O Axios escreveu que o objetivo era convencer o Irã de que nenhum ataque era iminente e garantir que os alvos iranianos não se deslocassem para outros locais.

O MEE observou que, em março, Trump concordou em dar ao Irã um prazo de 60 dias para firmar um novo acordo nuclear, a fim de evitar um ataque conjunto EUA-Israel. O ataque israelense ao Irã ocorreu exatamente 61 dias depois.

Durante as negociações, segundo o MEE, os EUA continuaram a fornecer armas e munições a Israel, conforme revelado por dois funcionários americanos.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 54 mártires e 305 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 54.982 e 126.920 feridos desde o 7 de outubro de 2023.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 4.701 mártires e 14.879 feridos.