Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 613

Ainda detidos em prisões da ocupação, ativistas do Madleen denunciam isolamento, maus-tratos e intimidação. Israel reprime missão humanitária com punições ilegais, após sequestro do navio em águas internacionais.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 613

Madleen: Ávila em greve de fome; Rima Hassan é ameaçada

Após a deportação de quatro ativistas do Madleen, incluindo a sueca Greta Thunberg, Israel mantém presos de forma arbitrária oito integrantes da missão humanitária que tentava romper o cerco à Faixa de Gaza. Entre os detidos estão o brasileiro Thiago Ávila, a eurodeputada francesa Rima Hassan e jornalistas de veículos como Al Jazeera e Blast Media. Todos foram capturados em águas internacionais e levados contra sua vontade para território israelense — o que caracteriza, segundo juristas e organizações, uma grave violação do direito internacional.

Nesta terça-feira (10), os ativistas foram levados a um tribunal de detenção em Ramle, onde o Estado israelense segue alegando, de forma contraditória, que teriam “entrado ilegalmente” no país — ainda que a entrada tenha ocorrido por meio de sequestro no mar. Como retaliação à recusa de assinarem documentos de deportação, as autoridades impuseram punições severas, incluindo isolamento solitário e ameaças físicas.

O brasileiro Thiago Ávila iniciou uma greve de fome e sede no início da semana e, após recusar-se a assinar o termo de deportação, foi transferido para uma cela isolada na prisão de Ayalon, onde enfrenta condições degradantes e tratamento hostil por parte de agentes penitenciários. Já Rima Hassan foi enviada para a prisão de Neve Tirza após escrever “Free Palestine” na parede de seu cativeiro anterior, em cela que não tem janelas, apresenta péssimas condições de higiene e ela está impedida de acessar o pátio externo.

Relatos obtidos por jornalistas revelam o uso de ameaças diretas por parte de oficiais israelenses. Segundo Omar Faiad, da Al Jazeera, um agente chegou a dizer à eurodeputada Rima Hassan: “Vou esmagar sua cabeça contra a parede se você não assinar.” Ela também teria sido mantida em isolamento absoluto até ser transferida novamente para a unidade de Givon, embora as condições continuem alarmantes.

De acordo com advogados da organização Adalah, que representa os detidos, os ativistas estão submetidos a condições sanitárias inadequadas – incluindo infestações de percevejos e falta de água potável. Também foi denunciado que o grupo recebeu proibição de entrada em Israel por 100 anos, uma medida vista como punitiva e desproporcional.

A expectativa é que Thiago Ávila deve ser deportado ao Brasil até a manhã desta quinta-feira (12). Antes de ceder à pressão diplomática, ele havia se recusado a assinar os documentos de expulsão e defendia o retorno da tripulação à embarcação e a continuação da missão até Gaza. “A interceptação em águas internacionais é crime, e o sequestro da tripulação até Israel também é crime”, afirmou sua equipe nas redes.

O Itamaraty reiterou sua “firme condenação” à ação militar israelense em águas internacionais e voltou a denunciar as restrições impostas ao acesso humanitário em Gaza, que classifica como uma violação do direito internacional humanitário. O Brasil, entretanto, segue na recusa de romper relações diplomáticas, militares e comerciais com o regime de ocupação sionista.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 54 mártires e 305 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 54.982 e 126.920 feridos desde o 7 de outubro de 2023.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 4.701 mártires e 14.879 feridos.