Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 612

Em meio à guerra e à destruição em Gaza, a seleção palestina alcança sua melhor campanha nas Eliminatórias da Copa do Mundo, chegando às quartas de final. Sua trajetória heroica reflete a resistência de um povo sob cerco.

Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 612

Palestina alcança sua melhor campanha nas Eliminatórias da Copa

A seleção nacional da Palestina encerrou nesta terça-feira (10) sua participação nas eliminatórias asiáticas da Copa do Mundo de 2026 com um feito inédito: chegou pela primeira vez às quartas de final da competição organizada pela Confederação Asiática de Futebol (AFC), a mais longa campanha de sua história.

A equipe palestina empatou com Omã por 1 a 1, resultado que, apesar de não garantir vaga na fase seguinte, simbolizou um marco histórico para o futebol do país. O gol de Oday Kharoub, aos 49 minutos do segundo tempo, chegou a colocar a Palestina momentaneamente na próxima fase, até que Omã empatou a partida com um pênalti nos acréscimos.

O feito ocorre em meio a uma das fases mais violentas da guerra de extermínio promovida pela ocupação palestina. Desde 7 de outubro de 2023, pelo menos 42 instalações esportivas foram totalmente destruídas na Faixa de Gaza, segundo dados da agência Safa News. Ainda de acordo com o levantamento, ao menos 702 atletas palestinos foram mortos, entre eles 355 jogadores de futebol. Muitos outros permanecem feridos ou desaparecidos.

Apesar da eliminação, o desempenho da seleção palestina foi amplamente celebrado como um símbolo de resistência diante da devastação no território palestino. Em campo, os jogadores representaram um país profundamente marcado pela violência colonial, pela destruição de sua infraestrutura esportiva e pelas perdas humanas em meio ao genocídio.

O encerramento da campanha palestina nas eliminatórias não apaga o feito alcançado. Pelo contrário, reforça a resiliência de uma equipe que, mesmo sob condições extremas, conseguiu escrever um novo capítulo na história do esporte palestino.

Madleen: Greta Thunberg deportada; oito continuam detidos 

Quatro ativistas do navio Madleen, com destino a Gaza — incluindo Greta Thunberg — foram deportados pelas autoridades israelenses em 10 de junho, após assinarem documentos de expulsão. Outros oito permanecem presos por se recusarem a assinar, incluindo o brasileiro Thiago Ávila.

“Quem se recusar a assinar os documentos de deportação e deixar Israel será levado a um órgão judicial, conforme a legislação israelense, para aprovação da deportação”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da ocupação, Israel Katz.

Em 9 de junho, forças israelenses interceptaram o navio de bandeira britânica em águas internacionais, a mais de 60 milhas náuticas da costa de Gaza.

A embarcação foi apreendida pela Shayetet 13, unidade de comando naval de Israel, e rebocada até o porto de Ashdod. Os ativistas relataram que foram mantidos no mar por horas, sem comunicação, e que drones lançaram agentes químicos sufocantes contra eles antes de serem detidos à força.

Entre os ainda detidos estão a eurodeputada francesa Rima Hassan e jornalistas da Al Jazeera e da Blast Media, que cobriam a missão humanitária quando o navio foi interceptado.

Eles estão atualmente detidos em uma instalação próxima a Ramle, ao sudeste de Tel Aviv, segundo representantes legais.

“Os ativistas antissemitas da flotilha fecharam os olhos para a verdade e mais uma vez demonstraram que preferem os assassinos às vítimas”, disse Katz. “Eles continuam ignorando as atrocidades cometidas pelo Hamas contra mulheres, idosos e crianças israelenses e judeus.”

As mais de 60 milhas náuticas da costa, o Madleen operava claramente em águas internacionais, onde navios civis estrangeiros são protegidos pelo direito marítimo.

De acordo com a Fundação Hind Rajab (HRF), a interceptação por Israel carece de qualquer base legal, uma vez que exceções — como pirataria ou contrabando de armas — exigem autorização específica da ONU, que não existia nesse caso.

As principais denúncias da HRF incluem uso ilegal de agentes químicos irritantes, prisão arbitrária, detenção incomunicável e tratamento degradante de civis desarmados.

A fundação argumenta que, sendo um navio com bandeira britânica, o Madleen constitui território britânico segundo o direito internacional, tornando a ação israelense uma violação direta da jurisdição do Reino Unido.

A denúncia, apresentada à Unidade de Crimes de Guerra da Polícia Metropolitana de Londres, menciona a Shayetet 13 e o comandante da Marinha israelense, David Saar Salama, e pede uma investigação criminal.

Também solicita que as autoridades britânicas colham depoimentos, emitam mandados de prisão e coordenem com a Interpol e o Tribunal Penal Internacional (TPI).

A fundação afirma que a ação viola vários instrumentos jurídicos internacionais, incluindo a Quarta Convenção de Genebra e decisões vinculantes da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que exigem acesso humanitário irrestrito a Gaza.

O caso faz paralelos com o ataque israelense ao navio Mavi Marmara em 2010 e alerta que a impunidade só encorajará novos ataques contra missões humanitárias.

A HRF já entrou com quase 100 processos por crimes de guerra em 14 países contra autoridades israelenses. A denúncia envolvendo o Madleen é o primeiro caso conhecido que invoca a jurisdição penal britânica sobre ações militares israelenses no mar.

Comunicado do Ministério da Saúde

Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza:

Os hospitais da Faixa de Gaza registraram 54 mártires e 305 feridos, como resultado da agressão israelense na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas.

Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las.

O total de mártires da agressão israelense subiu para 54.982 e 126.920 feridos desde o 7 de outubro de 2023.

O número de mártires e feridos desde 18 de março de 2025 atingiu 4.701 mártires e 14.879 feridos.